Subject: R Digitalismo e consciência |
Author:
Luis Blanch
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Date Posted: 02:53:46 11/26/03 Wed
In reply to:
Luis Blanch
's message, "O Salto para o Digitalismo" on 01:34:32 11/21/03 Fri
Claro que a passagem de um modo de produção para outro não é um processo deslizante, irrecusável e espontãneamente inevitável. Marx como podemos lembrar , não aprofundou o tema do subjectivismo e da consciencia de classe, tendo sido dado a Lénin essa "missão". Hoje , passado que foi o pleno emprego dos anos dourados do capitalismo Europeu , e que deu ao operariado um poder de pressão sobre os ganhos pecuniários , mas sem lhes facultar informações sobre o real estado da economia e sobre a capacidade das empresas para absorverem os custos das reivindicações satisfeitas,o capitalismo postfordista ensaia uma nova etapa da sua consolidação/expansão.
É o capitalismo neoliberal que pretende "resolver" o problema das relações de produção , das suas relações de produção, eliminando o poder de pressão dos trabalhadores , mantendo-os na ignorância e devolvendo-os à impotência e à anestesia.
O livro do Fernando Redondo tem razão quando ,de facto , indica que a aplicação dos computadores e da telemática à produção e à distribuição acaba ou vai acabar com as tarefas rotineiras e alienantes que foram e ainda são a sina de muita força de trabalho não qualificada. As novas tecnologias exigem uma generalizada maior qualificação e maior motivação e consciencialização do todo maior em que participam.
Por outro lado , a chamada administração ou gestão flexível reduz ,dizem, o número de degraus da hierarquia empresarial conferindo maior autonomia e responsabilidade ao pessoal de linha.
Será que a classe operária , formada pela 3ª revolução industrial , aceitará o papel que o "script" neoliberal lhe destina ?
Continuo a pensar que cada uma das etapas históricas do capitalismo se caracterizou por um tipo de empresa e por relações de produção tipificadas,sempre impostas pelo nível de desenvolvimento das forças produtivas.
Admito que uma nova etapa histórica se poderá desenhar ligada às transformações sofridas pela empresa capitalista, em consequência destes avanços tecnológicos informacionais, da globalização e das mudanças politicas ideológicas, que brotarão nas empresas pelo surgimento das contradições de classe.
Arrisco-me a precipitar as insinuações do Livro
>"Do Capitalismo para o Digitalismo", mas os
>amigos Fernando e Rosa Redondo "provocam " essa
>precipitação...
> De facto Marx supunha que os impulsos
>decorrentes do desenvolvimento das forças
>produtivas condicionariam o lento revolucionar
>das instituições superestruturais.
>Embora a história tenha confirmado, em boa
>medida , essa visão , penso que é um erro
>reduzir a evolução legal, cultural e política
>aos efeitos das transformações económicas, `as
>técnicas , ao modo de produção no seu todo.
> Um modo de produção ,como sabemos, é uma forma
> específica de organizar a actividade produtiva
>e de repartir o resultado entre os
>intervenientes. O capitalismo organiza a produção
>em empresas, que são propriedade privada ; os
>seus detentores comandam o que se produz visando
>,lógicamente,a maximização dos seus investimentos.
>Que dunâmica na sociedade Digital poderá inverter
> o status quo? Onde as forças dinâmicas capazes
>de reagir à massificação galopante?
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