Subject: Renovação do PCP ou do projecto comunista? |
Author:
paulo fidalgo
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Date Posted: 19:33:36 07/09/04 Fri
In reply to:
João Laveiras
's message, "A renovação comunista como alternativa." on 12:49:48 07/09/04 Fri
De facto, no início, as coisas eram até só processuais, de estilo. Depois veio a tomada de consciência que o PCP deveria empreender uma discussão e uma renovação sérias. Finalmente, o problema revela-se agora mais profundo e prende-se com o próprio projecto comunista.
Penso que a Renovação comunista tem-se dedicado a todas estas frentes e em muitos momentos, foram as questões mais estruturais que acabaram por determinar muita atenção, facto desdenhado por tarefistas militantes que acham que a teoria é apenas um refúgio de intelectuais.
É para mim evidente que a renovação do de uma força comunista é indissociável da renovação do prórpio projecto e que após os funestos acontecimentos do XVI congresso o PCP se tornou num penedo inerte e hostil.
Paradoxalmente, ou talvez não, os portugueses precisam cada vez mais de uma força comunista actuante, efectivamente empenhada em abrir caminho para resposta de mudança profunda na sociedade portuguesa. Até pela vertigem dos acontecimentos e da presepctiva de eleições.
Quem vai alumiar o caminho de uma alternativa? Quem vai estar em condições de articular aspirações populares com a responsabilidade de participar numa solução de governo?
Quem vai procurar um acordo na esfera do governo mas gere uma política nova, mas que ao mesmo tempo associe a ela uma base popular. COmo combtare também o populismo e o primarismo de reclamações imediatistas que impeçam a acção de um governo à esquerda como vi os Juízes no Brasil contra Lula. Só uma força comunista o poderá fazer.
A renovação do projecto passa por um novo lugar da economia pública, das suas relações de produçã e desenvolvimento, por uma nova estratégia em relação ao Estado (no sentido de reclamar menos estado e mais democracia e socialismo), por um novo internacionalismo que dê prioridade à acção transnacional dos trabalhadores no sentido de lutarmos por uma europa a sério, ante-câmara de um mundo novo. Para se construir um novo programa será naturalmente preciso organização e acção política consciente. A estrutura do tipo PCP parece dar mostras de total inadequação. Não unifica, paenas sectariza. Não estimula a mais ampla participação e debate antes cria o ambiente da disciplina que vê mal o confronto de ideias. Substitui a disciplina democrática por uma disciplina de tipo militar. Usa os movimentos da sociedade numa óptica de vanguarda iluminada que nada tem que ver com o conceito de vanguarda de Lenine (a vanguarda é ser capaz de ganhar as pessoas para uma dada posição e nada tem que ver com tutelas ou superioridades desadequadas.
Enfim, a necessidade está aí. Dela alguma coisa tem que surgir pois que milhares de pessoas não se sentem bem representadas no actual panorama partidário à esquerda.
O BE não tem para já mostrado clareza em conseguir qualquer destes objectivos.
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