Subject: É uma vergonha. |
Author:
João Laveiras
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Date Posted: 18:59:10 06/26/04 Sat
In reply to:
Henrique Custódio, Avante, 24/06/04
's message, "Inacreditável!" on 11:19:14 06/26/04 Sat
A aitude vergonhosa do primeiro ministro e a cumplicidade inqualificável de Jorge Sampaio ao condecorar Frank carlucci desonra-nos a todos.
De Durão Barroso, amigo de Bush e das forças mais reaccionárias ainda se podia esperar essa proposta. Já de Jorge Sampaio não. Este Presidente da República é uma grande desilusão.
>Henrique Custódio, Avante, 24/06/04
>
>Inacreditável!
>
>
>Por proposta do Governo de Durão Barroso e decisão do
>Presidente da República, Dr. Jorge Sampaio, foi
>anunciada a atribuição da Grã-Cruz da Ordem do Infante
>D. Henrique ao ex-embaixador dos EUA em Portugal entre
>1975-1978, Frank Carlucci.
>
>A Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique – das mais
>importantes condecorações da República Portuguesa – é
>concedida, genericamente, a individualidades que
>«prestem serviços relevantes a Portugal no País ou no
>estrangeiro» ou, ainda, «serviços na expansão da
>cultura portuguesa, da sua história e valores».
>
>A pergunta impõe-se.
>Quais, destes «serviços», prestou Frank Carlucci a
>Portugal?
>
>Para quem tenha memória curta ou, simplesmente,
>desconheça a história recente do nosso País, há que
>reapresentar a personagem, ainda que sucintamente.
>
>Frank Carlucci é, essencialmente, um conspirador
>encartado pela CIA – que chegou a dirigir, após a sua
>«comissão» como «embaixador» em Portugal -, cuja vida
>pública foi, notoriamente e por inteiro, dedicada à
>urdidura dos mais tenebrosos atentados, golpes,
>assassinatos e crimes políticos perpetrados em vários
>países do mundo (incluindo Portugal, onde culminou a
>«carreira»), sempre contra forças, poderes ou regimes
>que pugnavam do lado democrático da vida e impondo as
>políticas mais reaccionárias, ilícitas e imperialistas
>determinadas pelas administrações dos EUA nos últimos
>50 anos, por esse mundo fora.
>
>Em Portugal, para onde veio em 1975, como embaixador
>dos EUA, com a missão concreta de travar a Revolução
>de Abril, praticamente nada do que do que de mais
>malévolo, criminoso e contra-revolucionário se
>praticou no nosso País contra as forças progressistas
>e a construção do regime democrático se realizou sem o
>clandestino e activíssimo apoio deste tenebroso
>«diplomata», quer se fale de atentados bombistas,
>conspirações golpistas, banditismos de
>extrema-direita, apoios a partidos, movimentos e actos
>contra-revolucionários e toda a panóplia de crimes
>orquestrados, conduzidos e praticados pelas mais
>diversas forças reaccionárias contra não apenas o
>processo revolucionário, mas o próprio regime
>democrático.
>
>Para se ter uma ideia da amplitude das suas
>maquinações em Portugal contra a Revolução de Abril
>basta recordar que as suas conspirações se estendiam
>desde o apoio vital a grupos de extrema-direita, como
>o ELP ou o MDLP, até à «amizade colaborante» com
>partidos e altos dirigentes democráticos, ao tempo
>também empenhados no processo contra-revolucionário.
>
>Mas esta figura sinistra não chegou a Portugal por
>acaso: trazia, a recomendá-lo para a missão de
>«abortar» a Revolução de Abril, um currículo
>exuberante.
>
>Começara a sua carreira no longínquo Congo belga, onde
>organizou o assassinato de Patrício Lumumba. Poucos
>anos depois, em 1964, estava no Brasil a preparar o
>golpe militar que instaurou a ditadura fascista no
>nosso «país irmão» por largas décadas, seguindo-se o
>Chile, onde foi figura decisiva na organização do
>golpe sangrento comandado pelo general Augusto
>Pinochet para, em 1973, derrubar o Governo de Unidade
>Popular presidido por Salvador Allende e
>democraticamente eleito, impondo também durante
>décadas uma das mais sinistras ditaduras fascistas de
>que há memória na América Latina.
>
>Propor um homem destes para receber a Grã-Cruz da
>Ordem do Infante D. Henrique, ainda por cima no ano em
>que se comemoram 30 anos sobre a Revolução de Abril, é
>uma inacreditável provocação do Governo chefiado por
>Durão Barroso.
>
>Ratificar tal proposta é, por parte do Chefe de
>Estado, simplesmente incompreensível.
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