| Subject: Re: MANIFESTAÇÃO EM BELÉM de ontem |
Author:
Fernando Antunes
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Date Posted: 22:21:37 06/28/04 Mon
In reply to:
Guilherme Statter
's message, "Re: MANIFESTAÇÃO EM BELÉM HOJE 19:00 HORAS" on 17:32:54 06/27/04 Sun
Confesso que fui demasiado sucinto nas questões que levantei sobre a “espontânea”.
Mas tinha o puto a cobrar a promessa de passeio e limitei-me a apontar o óbvio – o âmbito limitado da convocatória “a treta dum governo chefiado por Santana Lopes” e o anonimato da convocação duma manifestação divulgada pelo Público e pelo Expresso-on-line (que ao contrário do que é usual aos fins de semana tinha na abertura do site não a edição semanal, mas a edição on-line e quando saí de casa já eram centenas as mensagens, a maioria delas de apoio à “espontânea”) – e segundo soube hoje também pela Lusa.
Razões mais substantivas já as expliquei na resposta ao Fernandes. Posso ainda avançar com o Artigo do Público de hoje “Ferreira Leite diz que substituição do Durão sem Congresso é Golpe de Estado”, onde às tantas se diz que “o eurodeputado Pacheco Pereira e o Ministro dos Assuntos Parlamentares, Luís Marques Mendes, também têm chamado a atenção para a necessidade de haver um congresso ANTES DE ESSA TRANSIÇÃO DE PODER SE CONSUMAR”.
Eu lembro-me das campanhas do Público, do DN, do JN, do Expresso, etc., quando para atingirem um fim, diabolizam uma pessoa. Fizeram isso quando das guerra na Jugoslávia, no Afganistão, no Iraque, por exemplo.
O que estarão a fazer com o Santana não será do mesmo género? O que eles (eles, neste caso são os “donos” de alguma comunicação social e não só) querem com esta diabolização do Santana não será a manutenção dum governo PSD-PP?
Deixo à sua reflexão!
Enquanto acabava de escrever esta mensagem surge-me na Dois o Santana Lopes a vitimizar-se (à pala das manifestações, cartazes, etc.), o Miguel Veiga a avançar com o nome do António Borges para PM (o tal que é presidente do banco norte-americano que fez o estudo dos concorrentes à privatização da Galp, a pedido do Ministro da Economia) e o Durão já a falar inglês (o presidente da CE é um honest brooker dizia ele) e franciu.
Depois disto não resisto e mando-lhe a reportagem hoje publicada no JN:
Manifestantes exigem eleições
"Já chega de golpadas, eleições antecipadas"; "Sampaio alerta, cuidado com o penetra" ; "Sampaio ouve lá, eleições já"; "Santana para o Parque Mayer". Foram algumas das palavras de ordem gritadas, ontem, em frente ao Palácio de Belém, por cerca de três mil pessoas.
Convocada através de mensagens de telemóvel, tal como aconteceu no país vizinho na véspera das eleições que deram a vitória a Zapatero, a manifestação teve como objectivo dizer não "à nomeação de Santana Lopes para primeiro-ministro" disse ao JN Maria Odete Gomes. Até porque, adiantou, "como não vivemos em monarquia, temos de fazer eleições".
Também a deputada socialista Helena Roseta se dirigiu ao local, "a título individual", para manifestar a sua indignação face a uma situação que considera "politicamente ilegítima". Trata-se "de uma fuga e de uma forma de cobardia. Um foge da Câmara e outro do Governo" afirmou.
Uma opinião, aliás, corroborada pelo ex-presidente da Câmara de Lisboa, o socialista João Soares: "Claro que isto é uma fuga. E se a candidatura de Durão fosse só por causa de questões de famílias políticas, podia ter sido indicado o nome de Cavaco Silva para Bruxelas, que até tem mais capacidades para o cargo".
E os manifestantes continuaram a gritar bem alto o seu descontentamento - "Governo da golpada, a porta está fechada" - enquanto ostentavam centenas de porta-chaves.
Ao contrário do que aconteceu na capital, na portuense Praça da Batalha, o fim da tarde foi igual ao de qualquer outro domingo solarengo. Quem lá foi não empunhou cartazes nem gritou palavras de ordem, preferindo levar os filhos, o cão e os amigos.
E todos se mantiveram numa amena cavaqueira, talvez mais sobre o Euro do que sobre Santana Lopes. Ferreira dos Santos, dirigente do Bloco de Esquerda, lá acabou por comentar a hipótese de o autarca de Lisboa chegar a primeiro-ministro: "Não estamos na América Latina". A.F e I.
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