Subject: Re: Os truques dos propagandistas do Bloco |
Author:
Luis Blanch
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Date Posted: 10:22:06 06/07/04 Mon
In reply to:
Semanário
's message, "Os truques dos propagandistas do Bloco" on 23:37:46 06/04/04 Fri
>Para sermos simplistas : Vitor Dias tem razão. Há uma clara intenção ,se me permitem ,de "substituir" a alternativa PCP ,CDU, pelo Bloco ,isso é claríssimo.DAr força ao Bloco e ignorar a CDU parece ser uma evidencia dominante.
Não valerá é muito a pena perder tempo com isso. Não valorizar o que parece ser do interesse da direita e afins...
>Muito oportuna, e mais importante do que discutir os
>dinheiros do BLoco, esta civilizada desmontagem dos
>truques do Bloco e dos seus amigos da comunicação
>social que extrai da página do PCP.
>
>
>Dois votos para E.P.C.
>Vítor Dias no "Semanário"
>4 de Junho de 2004
>
>
>
>Já se sabia, mas a coisa volta agora a confirmar-se em
>todo o seu esplendor: desde 1999 que Eduardo Prado
>Coelho anda manifestamente a viver um áspero conflito
>com a República e a democracia portuguesas contra as
>quais tem um fundada razão de queixa.
>
>É que uma e outra exercem sobre ele a inaudita
>violência de não o deixarem votar simultaneamente em
>dois partidos (o PS e o Bloco de Esquerda) numa mesma
>eleição.
>
>Só isso é que mais profundamente pode explicar que, no
>“Público” de 1/6, tenha vindo inventar uma “fúria com
>que os diversos partidos (mais moderadamente o PS)
>batem forte no Bloco de Esquerda” e que, numa
>conhecida mas lamentável táctica de intimidação
>dirigida a terceiros, logo tenha acrescentado que isso
>tem o efeito “exactamente o oposto ao que se pretende”
>pois “reforça popularidade hoje evidente dos
>dirigentes do BE”.
>
>Sobre esta afirmação de E.P.C., o mínimo que se pode
>comentar é que só mesmo o subserviente alinhamento
>pelo truque da artificial vitimização do BE pode estar
>na origem da invenção de uma «fúria» que ninguém vê,
>de um “bater forte” que não existe e tudo isto
>praticado pelos “diversos partidos” que não se
>descortina quais sejam.
>
>Mas ainda que as coisas fossem como E.P.C. inventa,
>não precisava o ilustre universitário e cronista de
>correr a prestar a sua afectuosa solidariedade ao BE,
>pela simples razão de que estamos a falar de uma força
>política que, como raramente se terá visto em
>Portugal, dispõe de um incomparável carinho, simpatia
>e proselitismo da generalidade dos media, certamente
>porque é a força mais ameaçadora e perigosa para a
>ordem económica e social vigente e a principal
>animadora, não apenas dos telejornais e programas de
>debate, mas da luta social e dos processos de
>resistência à política de direita vividos no terreno.
>E, como poucas vezes se terá visto, é a força
>eleitoral a quem generosamente se atribui a
>considerável vantagem de, continuada e
>insistentemente, se lhe propagandear uma absoluta
>certeza na realização do seu objectivo eleitoral
>fundamental.
>
>Mais grave que tudo é porém o facto de E.P.C. assim
>dar zelosa continuidade ao truque que, desde a
>fundação do BE, os seus principais responsáveis
>praticam e alimentam, e que consiste em fazer deles
>uma espécie de novos “intocáveis” a quem se atribui o
>excepcional e privilegiado estatuto de poderem dizer o
>que quiserem sobre outros e isso ser considerado
>inocente debate e confronto de ideias, mas já se
>alguém responde, ainda que em moderada e legítima
>defesa, logo isso é apresentado como um caviloso
>“ataque” ou chocante “agressão” ao BE.
>
>È na base deste esquema perverso e verdadeiramente
>intolerável que, se uma candidata da CDU faz uma breve
>referência crítica ao incontestável federalismo do BE,
>logo o jornalista do “Público” leva para título da sua
>peça sobre o dia de campanha da CDU a ideia precisa e
>textual de que “CDU faz fogo directo sobre Bloco de
>Esquerda”.
>
>Em contrapartida, jamais o “Público” ou qualquer outro
>jornal ou revista falou de “ataque”, “agressão” ou
>“fogo directo” sobre o PCP quando Miguel Portas,
>copiando argumentos e qualificações longamente usadas
>pelo PS e pelo PSD, qualifica com sentido obviamente
>pejorativo as posições do PCP como “nacionalismo de
>esquerda”, quando vem desonestamente afirmar que o PCP
>“sobre a Europa só sabe soletrar Portugal”, ou, para
>abreviar os exemplos, quando com fino gosto e
>inexcedível elegância caracteriza as posições do PCP
>como “nacional-comunistas” (“Expresso” de 6.12.2003),
>como se não soubesse o que é que, na esfera política,
>o “nacional” seguido de hífen faz lembrar.
>
>Numa exuberante confirmação de que é possível olhar e
>não ver, o que é certo é que o mesmo Eduardo Prado
>Coelho que vislumbra uma “fúria” de “bater forte” no
>BE, escrevendo todos os dias no “Público” e sendo
>certamente leitor atento no “Público” não consegue
>entretanto reparar na forma absolutamente parcial e
>preconceituosa como aquele jornal tem tratado a
>campanha da CDU nos antípodas do tratamento ali dado
>ao BE.
>
>Não repara que uma peça de caracterização da
>candidatura da CDU assinada por Nuno Sá Lourenço em
>28/5 tinha o inocente título “lda Figueiredo em risco
>de ficar sozinha em Bruxelas”, sendo que o “Público”
>depois não ligou nenhuma à sondagem divulgada no
>“Jornal Nacional” da TVI também em 28/5 que dava 10% à
>a CDU e a forte probabilidade de eleger um terceiro
>deputado- ou seja, Odete Santos.
>
>Não repara E.P.C. que no “Público” só sobre a CDU é
>que se disse que era uma “candidatura com caras poucos
>conhecidas”, apesar de encostado ao texto virem
>destacados os nomes de Ilda Figueiredo, Sérgio
>Ribeiro, Odete Santos, Heloísa Apolónia, Edgar Silva,
>Arménio Carlos, José Saramago.
>
>E, entre tantas outras “maldades”, também não repara
>E.P.C. que quem ler o “Público” de ontem julgará que
>apenas Miguel Portas falou sobre o novo julgamento
>sobre alegadas práticas de aborto, apesar de, em
>conformidade com a verdade, por outros jornais se
>ficar a saber que Ilda Figueiredo se fartou de
>denunciar esta continuação da perseguição judicial a
>mulheres.
>
>Decididamente, com E.P.C. não adianta. Mas adianta com
>todos os eleitores de esquerda que não queiram trocar
>o certo pelo incerto, que queiram preferir a
>consistência e intervenção real aos “soundbytes”
>espumosos e que, em vez de aprofundar a deriva
>federalista (seguro de vida do neoliberalismo), antes
>a queiram travar e derrotar.
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