Subject: Re: A democracia formal |
Author:
Luis Blanch
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Date Posted: 15:32:30 03/26/04 Fri
In reply to:
Luis Blanch
's message, "Re: A melhor garantia e Voto em Branco" on 09:52:01 03/26/04 Fri
José Manuel Fernandes atira-se furibundo ao José Saramago , porque o nobel português retrata sem peias esta democracia onde o poder económico domina o poder político e onde os cidadão cada vez se revêem menos.
Como dizia Marx , a emancipação politica é um grande progresso, mas não passa ainda de uma emancipação dentro da ordem do mundo que até agora existiu,e onde, efectivamente , a constituição do Estado politico é uma pretensa encarnação do interesse geral. A democracia é um estádio transitório,um ponto de partida no sistema e não um fim em si mesmo. Para JMF é uma expressão da organização social inquestionável; Choca-se por Saramago desejar o melhor , num mundo onde o relativismo e o questionamento devem ser uma prática quotidiana ,onde a plutocracia, o poder económico ,que não é democrático, transforma,transfigura a democracia constituindo-se como a grande contradição do sistema onde o povo nada manda nas grandes decisões, cada vez mais nas mãos dos grupos e empresas multinacionais.
Este o Grande Pecado de José Saramago... JMF,sabe o que defende...
que se rege por rege,cada vez mais, desmoblização
>cívica de grande número de cidadãos e pelo facto
>de "vivermos numa esquizofrenia sistemática em
>que se fala de democracia nas páginas dos
>jornais, um pouco por toda a parte, mas a
>realidade é que , apesar de podermos eleger os
> nossos governos, não chegamos nem mais alto
>nem mais longe, porque os governantes são
>comissários políticos do poder económico ... "
>ele assinala mais à frente que "as pessoas ainda
>não se deram conta que o sistema democrático
>contém em si uma bomba que pode explodir a
>qualquer momento:o voto em branco"; mais
>adeante remata : "Não se abstenham,votem em
>branco!" E ,noutro passo da entrevista ao DN
>,dia 25, diz que "gostaria de viver o momento
>em que, nalgum lugar, pudéssemos assistir a uma
> vontade política maioritária em que os
>cidadãos pudessem dizer - isto não presta;
>precisamos de algo melhor! - "
>
>
>
>
>>
>>A melhor garantia
>>
>>Há quinze dias, escrevendo noutro jornal a propósito
>>de uma sondagem sobre as próximas eleições para o
>>Parlamento Europeu saída no «CM» e que tinha revelado
>>uma predisposição para a abstenção de 70% dos
>>eleitores, chamámos a atenção para o risco evidente de
>>as intenções de voto nas diversas forças resultantes
>>dessa sondagem terem muito pouca segurança ou
>>fiabilidade.
>>
>>Na verdade, está tudo dito se dissermos que aquelas
>>intenções de voto foram à escala de 70% manifestadas
>>por cidadãos que, antes ou depois de perguntados sobre
>>votos, declararam que não tencionavam deslocar-se às
>>urnas.
>>
>>Como é costume, quem podia ou devia ligar alguma coisa
>>à advertência fez-se desentendido e sairiam pelo menos
>>mais duas sondagens, uma na «Visão» e outra no
>>«Expresso» (aliás com alguns resultados gritantemente
>>dispares, mas a isso também ninguém liga), que
>>padeciam da mesma crucial condicionante.
>>
>>Entretanto, uma coisa não deve ser esquecida: há quase
>>cinco anos, mais concretamente no dia 5 de Junho de
>>1999, ou seja a oito dias da votação para o Parlamento
>>Europeu, uma sondagem do «Expresso» cotava a CDU em
>>5,2%, acontecendo porém que a CDU veio a obter 10,3%
>>nessa eleição.
>>
>>Podemos nós garantir, de ciência certa, que em 2004 a
>>história se repetirá tal e qual? Não, honestamente não
>>estamos em condições de garantir isso como também, com
>>igual honestidade, ninguém estará em condições de
>>garantir que não se repetirá.
>>
>>O que podemos garantir, apenas por convicção pessoal e
>>experiência colectiva, é que por cima da alegria (mais
>>rara) ou da preocupação (mais frequente) induzidas
>>pelas sondagens há outro caminho e outra atitude.
>>
>>O caminho que nos faça sair do estatuto de
>>espectadores ou consumidores de sondagens e nos
>>fortaleça no mais nobre estatuto de cidadãos
>>intervenientes que se batem com ambição, confiança e
>>audácia por aquilo em que acreditam.
>>
>>A atitude que apela à mais vasta mobilização de
>>energias e de capacidades voltadas para o contacto
>>directo com a população e sustentando com clareza e
>>vivacidade a intervenção passada e presente, as ideias
>>e as propostas que, em 13 de Junho, fazem do voto na
>>CDU de longe o voto de esquerda verdadeiramente mais
>>útil para os eleitores.
>>
>>O caminho e a atitude próprias de quem, não aceitando
>>ficar paralisado ou entorpecido por opiniões e
>>profecias preconceituosas feitas sobre alegadas
>>intenções de voto, confia sobretudo na arma
>>insubstituível do seu esforço, vontade e trabalho para
>>conquistar muitos mais portugueses para o voto, real e
>>em boletim oficial, na CDU.
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