| Subject: Re: preço de custo |
Author:
Gonçalo Valverde
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Date Posted: 09:39:14 02/28/04 Sat
In reply to:
paulo fidalgo
's message, "preço de custo" on 11:00:12 02/22/04 Sun
>menos neste dispositivo estatal de produção. Portanto,
>mesmo que o Estado não cobre os bens produzidos ao seu
>valor real, mas ao custo de C, o que está a fazer é a
>subsidira o negócio capitalista nos outros ramos da
>economia. Portanto, os produtores estatais estão a ser
>privados do valor que produzem para se financiar o
>negócio capitalista noutros ramos da economia. Este é
>o papel dos aparelhos económicos do Estado capitalista
Não discordo da argumentação de que numa sociedade capitalista, o estado subsidie a actividade dos capitalistas ao assegurar os serviços essenciais. No entanto relativamente á questão de como isso é conseguido, inclino-me para concordar com o Fernando, ou seja, que tal é garantido através da obtenção de impostos e não como defende o Paulo Fidalgo á custa da exploração dos trabalhadores do estado.
No exemplo concreto dos trabalhadores da saúde, parece-me que o Paulo Fidalgo se está a esquecer que os médicos terão estudado em Universidades públicas e que nas mesmas não terão pago nem de perto os custos envolvidos na sua educação (embora infelizmente os governos estejam cada vez mais apostados em passar estes custos para os estudantes). Ou seja, mesmo admitindo que existe produção de mais valia , teremos que descontar da mais valia que falas o custo com a formação do médico, custo esse que é suportado numa parte significativa pelo estado.
Obviamente que tem que se colocar aqui a velha questão do estado enquanto orgão de opressão de classe. No sistema capitalista o estado serve acima de tudo os interesses capitalistas (actualmente alguns diriam mais que procura dinamizar a economia), e como tal encontramos essa subsidiarização do próprio sistema pelo estado e aqui ainda fará algum sentido em falar na produção da mais valia. Ora tendo em conta que nos sistemas capitalistas a tendencia é passar grande parte dos custos para o cidadão, com esse maravilhoso conceito do utilizador-pagador (inclusivé da educação), a argumentação que referes faza sentido.
No entanto numa sociedade socialista em transição para o comunismo parece-me que essa questão já não se coloca, e como tal não podemos falar em produção de mais valia ou na apropriação da mesma pelo estado.
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