VoyForums
[ Show ]
Support VoyForums
[ Shrink ]
VoyForums Announcement: Programming and providing support for this service has been a labor of love since 1997. We are one of the few services online who values our users' privacy, and have never sold your information. We have even fought hard to defend your privacy in legal cases; however, we've done it with almost no financial support -- paying out of pocket to continue providing the service. Due to the issues imposed on us by advertisers, we also stopped hosting most ads on the forums many years ago. We hope you appreciate our efforts.

Show your support by donating any amount. (Note: We are still technically a for-profit company, so your contribution is not tax-deductible.) PayPal Acct: Feedback:

Donate to VoyForums (PayPal):

Login ] [ Contact Forum Admin ] [ Main index ] [ Post a new message ] [ Search | Check update time | Archives: 12345678[9] ]
Subject: Apelo do Partido da esquerda Europeia


Author:
Rosa de Luxemburgo
[ Next Thread | Previous Thread | Next Message | Previous Message ]
Date Posted: 22:30:46 01/25/04 Sun


APELO PARA O PARTIDO DA ESQUERDA EUROPEIA

Para uma outra Europa democrática, social, ambientalista, feminista e pacífica


Na Europa e no mundo, há uma crescente resistência às guerras, à destruição do estado social, ao rearmamento e ao fundamentalismo do mercado. Nós da Esquerda europeia somos parte dos movimentos por uma outra política. Estamos convencidos que um outro Mundo, uma outra Europa, é possível: uma Europa de paz, democrática, social, ambientalista, feminista – uma Europa solidária.

Amadureceram os tempos para um partido da Esquerda europeia. Queremos fundá-lo antes que se realizem as eleições europeias de 2004.

A outra Europa

Depois do fim da guerra-fria, voltou a guerra real. A União Europeia está a militarizar-se juntamente com a Nato. Existem, na Europa, forças que aspiram a tomar parte na partilha imperial do mundo. Os Estados Unidos da América tentam integrar a Europa nos seus planos de domínio mundial. Este não é o nosso percurso. Nós queremos uma Europa livre das armas de destruição massiva do Atlântico aos Urais; uma Europa de segurança colectiva sem a Nato e sem uma União europeia entendida como aliança militar. Uma Europa que se distinga com iniciativas pelo desarmamento, o desenvolvimento, a cooperação e o reforço do direito internacional.

A clivagem entre ricos e pobres está a tornar-se mais profunda também no nosso continente. Milhões de pessoas estão desempregadas ou têm trabalhos precários. A segurança social está a ser atacada, os serviços e o bem-estar estão a ser privatizados. Este não é o nosso percurso. Queremos solidariedade, direitos sociais e redistribuição da riqueza social, de cima para baixo, dos ricos para os pobres. Perante a recessão económica e o aumento do desemprego, o pacto de estabilidade e as orientações do Banco Central Europeu devem ser postos em causa afim de se avançar com uma outra política social e económica, a favor da plena ocupação e da formação, dos serviços sociais, de um forte plano de investimentos públicos e da defesa do ambiente. Deve ser estabelecida uma taxa sobre os fluxos financeiros e de capitais. As prioridades devem ser alteradas a favor dos homens e das mulheres e não do lucro.

Na União Europeia o Conselho de ministros e a Comissão concentram grande parte do poder. Tomam as suas decisões à porta fechada, influenciados pelos lobbies e pelos interesses privados. As mulheres e os homens têm cada vez menos direito a fazerem-se ouvir. O sistema político caminha para uma crise de autoridade. Este não é o nosso percurso. Queremos transparência, novas formas de democracia, uma participação das mulheres e dos homens nas decisões, um papel maior dos Parlamentos nacionais e do Parlamento Europeu. A Europa está a tornar-se uma fortaleza. Em nome da “luta contra o terrorismo”, os direitos humanos e civis estão a ser reduzidos e ameaçados. Este não é o nosso percurso. Queremos uma Europa aberta ao mundo, uma Europa com fortes direitos civis e humanos: onde seja garantido o direito de asilo aos perseguidos. A Europa está a ser submetida ao poder económico. Está a envolver-se em guerras comerciais. As suas políticas financeiras, comerciais e monetárias estão a ter consequências negativas em particular para países em via de desenvolvimento. Este não é o nosso percurso. Lembrados da história sangrenta do colonialismo, queremos tomar iniciativas fortes e concretas para desenvolver uma cooperação económica e política igualitária. A diferença das suas culturas e dos estilos de vida faz da Europa um continente com grande vitalidade. Todavia, essa diferença arrisca-se a ser anulada. A concentração dos meios de comunicação de massa em poucas mãos ameaça a pluralidade de opiniões. A informação, a cultura e a educação são reduzidas a mercadoria. Este não é o nosso percurso. Queremos uma pluralidade cultural, educação, conhecimento e informação para todas as mulheres e homens. A Europa é uma das maiores responsáveis pelos problemas ambientais globais – com as suas altas emissões de anidrido carbónico (CO2), a exportação de resíduos, o esgotamento de reservas de energéticas e florestas à escala mundial. Este não é o nosso percurso. Queremos viver e trabalhar como pessoas ecologicamente responsáveis. Foram conseguidos progressos nos últimos decénios relativamente à igualdade de género e à não discriminação. Nos nossos dias, eles estão a ser postos em causa pelas políticas neoliberais e pela desregulamentação do trabalho. Queremos ultrapassar todas as descriminações, queremos direitos iguais, reais e estáveis, para todas as mulheres e para todos os homens. Queremos uma real e mais justa democracia de género.

O partido da Esquerda Europeia

O partido da Esquerda europeia quer ser não só uma alternativa relativamente à política externa mas também à política interna dominante na Europa. Juntos queremos agir com transparência, democraticamente e em termos de igualdade. Juntos queremos ser mais convincentes e politicamente mais propositivos. Sabemos que podemos enriquecer-nos se preservarmos e renovarmos as nossas próprias experiências sociais, históricas, percepções, tradições, cultura e conseguirmos fundi-las. Respeitando a plena independência, soberania e responsabilidade individual de todos os sujeitos participantes, a nossa relação e cooperação está assinalada desde o início pelo respeito e pela tolerância.

A Humanidade, não o lucro nem o poder, está no centro do nosso pensamento e da nossa acção. A Europa é o nosso campo de acção comum.

Queremos colocar em discussão o domínio do lucro e superar o poder do capitalismo. Queremos uma qualidade de vida diferente, de trabalho, de produção e de distribuição. Os nossos pontos de referência são as lutas pela paz, pelo antifascismo, o anti-racismo, a democracia, a justiça social, o feminismo, a ecologia. Estamos a começar agora e dirigimos o convite a todos os que quiserem dar este primeiro passo connosco. A nossa iniciativa permanecerá aberta mesmo àqueles que não tenham ainda decidido ou tenham decidido de outro modo. Temos uma profunda confiança na articulação de formas de cooperação. Queremos pratica-las para tornar o nosso continente mais democrático, social, ecologicamente sustentável e pacífico.
Berlim 10 de Janeiro de 2004

Refundação Comunista de Itália, Partidos do Socialismo Democrático da Alemanha e da República Checa, Esquerda Unida de Espanha, Partido Comunista Francês, coligação de esquerda Sinaspysmos da Grécia, Partido da Esquerda do Luxemburgo, Partido Social-democrata do Trabalho da Estónia, e Partidos Comunistas da Áustria, da Eslováquia, e da Boémia e Morávia

[ Next Thread | Previous Thread | Next Message | Previous Message ]

Replies:
Subject Author Date
Descaracterização ideológicaFernando Redondo11:56:40 01/26/04 Mon


Post a message:
This forum requires an account to post.
[ Create Account ]
[ Login ]
[ Contact Forum Admin ]


Forum timezone: GMT+0
VF Version: 3.00b, ConfDB:
Before posting please read our privacy policy.
VoyForums(tm) is a Free Service from Voyager Info-Systems.
Copyright © 1998-2019 Voyager Info-Systems. All Rights Reserved.