VoyForums
[ Show ]
Support VoyForums
[ Shrink ]
VoyForums Announcement: Programming and providing support for this service has been a labor of love since 1997. We are one of the few services online who values our users' privacy, and have never sold your information. We have even fought hard to defend your privacy in legal cases; however, we've done it with almost no financial support -- paying out of pocket to continue providing the service. Due to the issues imposed on us by advertisers, we also stopped hosting most ads on the forums many years ago. We hope you appreciate our efforts.

Show your support by donating any amount. (Note: We are still technically a for-profit company, so your contribution is not tax-deductible.) PayPal Acct: Feedback:

Donate to VoyForums (PayPal):

Login ] [ Contact Forum Admin ] [ Main index ] [ Post a new message ] [ Search | Check update time | Archives: 12345678[9] ]
Subject: Que outro mundo é possível?


Author:
Ângelo Novo
[ Next Thread | Previous Thread | Next Message | Previous Message ]
Date Posted: 18:07:17 02/03/04 Tue

O que os comunistas têm a fazer no movimento dito anti-globalização

As duas últimas décadas do século XX constituíram, sem dúvida e desde já, uma das mais negras épocas de reacção na história do capitalismo. Ao período expansionista e do compromisso social-democrata do imediato pós-guerra seguira-se a estagnação e a crise estrutural a partir dos inícios da década de 70. O crescimento da produtividade desacelerou acentuadamente, reduzindo a distribuição de dividendos. A inflação reduzia as taxas de juros reais a quase zero. Para a burguesia impunha-se com urgência a restauração de margens de lucro mais confortáveis, sob pena de não se poder assegurar a reprodução do sistema e a sua sobrevivência como classe. Daí o assalto geral e continuado lançado pelo grande capital, simbolicamente inaugurado pelo par Reagan/Thatcher (com o importante precedente do Chile de Pinochet, assistido pela escola da Chicago) e que prossegue ainda hoje, no essencial.


As organizações sindicais com alguma réstea de combatividade foram esmagadas, dispersas ou neutralizadas, abrindo caminho à informalização e precarização dos vínculos laborais, com uma regressão generalizada nas condições de segurança e higiene e nos rendimentos do trabalho. A noção de res publica foi espezinhada e escarnecida, iniciando-se uma era de pilhagem, desbaratamento e parasitagem sistemática do património colectivo, glorificando-se o espírito de salve-se quem puder. As privatizações começaram no parque empresarial do Estado mas rapidamente se estenderam para os serviços públicos mais essenciais – ensino, saúde, as redes de telecomunicações e de distribuição de energia, os serviços postais, etc. - incluindo bens colectivos tão vitais como a água. A corrida aos armamentos acelerou-se e as despesas públicas militares e no aparato repressivo subiram em flecha. O ramalhete é composto com receitas da mais pura ortodoxia liberal: restrição da massa monetária (dramaticamente abandonada, porém, no especialíssimo caso dos E.U.A.), inflação controlada, abertura ao investimento externo, taxas de câmbio competitivas, impostos mais baixos (sobretudo para os escalões de rendimento mais elevados), rebaixamento das tarifas aduaneiras (sobretudo nos países mais pobres), desmantelamento do aparato institucional público de solidariedade social, abertura e liberalização dos mercados financeiros, taxas de juro altas, autonomização dos bancos centrais, desregulamentação das actividades económicas, etc.. É este o celebrado “consenso de Washington”, imposto sem cerimónia em todo o mundo pelo sexteto residente F.M.I. - Banco Mundial – Departamento do Tesouro - Federal Reserve (Fed) – Casa Branca - Pentágono.



A derrota e implosão da União Soviética e do seu bloco geo-político aliado foi já em parte resultado desta ofensiva capitalista. Por outro lado, criaram elas próprias condições novas para a sua aceleração e aprofundamento. Os efeitos políticos e ideológicos desta derrocada foram mais profundos do que muitos previram inicialmente, acabando por espalhar a descrença e o desânimo mesmo entre largas camadas de opinião proletária que não se reviam minimamente no modelo do “socialismo real”. Generalizou-se o descrédito da ideia de uma alternativa global ao sistema capitalista, o que retirou toda a capacidade ofensiva e poder de iniciativa aos trabalhadores, fragilizando enormemente, em todo o lado, a sua posição negocial e perspectivas de luta.

(O resto deste texto pode ser lido em "Textos/Documentos")

[ Next Thread | Previous Thread | Next Message | Previous Message ]


Post a message:
This forum requires an account to post.
[ Create Account ]
[ Login ]
[ Contact Forum Admin ]


Forum timezone: GMT+0
VF Version: 3.00b, ConfDB:
Before posting please read our privacy policy.
VoyForums(tm) is a Free Service from Voyager Info-Systems.
Copyright © 1998-2019 Voyager Info-Systems. All Rights Reserved.