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Date Posted: 07:34:04 09/04/04 Sat
Author: Fabiana Komesu
Subject: Re: BLOG questão 2
In reply to: Francisco José Quaresma de Figueiredo 's message, "Re: BLOG questão 2" on 16:59:08 09/03/04 Fri

Francisco, creio que sim! Um diário intimista não deixa de ser um interlocutor (cruel, diria o E. Cannetti).
Há, então, uma imagem que o escrevente faz desse interlocutor. Às vezes, é ele próprio que se imagina no papel. No momento presente, na memória do passado, na espera do futuro. Por vezes, imagina que se trata do papel, com quem conversa (veja o exemplo do Conselheiro Aires em seu memorial, no trabalho do Machado de Assis). Ou de um amigo, de um anjo protetor. Em quaisquer casos, o jogo enunciativo será estabelecido entre o enunciador e o enunciatário.
Você poderá alegar que contaria tudo de sua vida para vc mesmo. No entanto, mesmo que eu não queira e não possa psicologizar o sujeito, há a consideração dos recalques que nos constituem, que impedem que falemos de determinados temas, pessoas, acontecimentos.
Em termos discursivos, eu diria que determinada formação discursiva não permitiria a emergência de uma outra. Ou a representaria na leitura negativa de seus semas, para empregar os conceitos de Maingueneau.
Não sei se já escreveu um diário íntimo, ou seja já teve acesso a algum. No das adolescentes, é comum, por exemplo, encontrar o registro da terceira pessoa, ELE. Não há referência ao nome próprio. Por que? Ela teme ser descoberta pela mãe, pelas amigas, por mais que esconda seu diário. E o que faz? Pratica o registro dos dias nessa edição necessária para sua sobrevivência no convívio social. Não quer ser criticada, não quer sofrer represálias.
O que acontece depois, eu posso dizer, por conhecimento de causa: depois de uns 20 anos, vc retoma aqueles escritos e se pergunta: mas quem, afinal, era ELE?

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