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Date Posted: 15:06:11 09/01/04 Wed
Author: Fabiana Komesu
Subject: Re: BLOG questão 2
In reply to: Wilson Schuelter 's message, "Re: BLOG questão 2" on 12:46:33 09/01/04 Wed

Wilson, eu diria que, com raras exceções, o blog é um acontecimento discurso de natureza pública. Não saberia dizer se há dispositivos que viabilizem, por exemplo, a criação de um blog com acesso restrito. Por exemplo, somente meus amigos podem ter acesso ao que escrevo. Pode acontecer, Daniel? (tenho de consultar um blogueiro de plantão) Há casos de fotologs que são assim.

Em todo caso, a história dos diários íntimos é por demais interessante. Pensei que fosse dar conta de escrever sobre ela na tese, mas vou ter de deixar para o pós-doutorado...

Temos de pensar que os diários íntimos, como uma das práticas da atividade humana, nascem em um determinado contexto sócio-histórico, que possibilita sua emergência.

Os diários íntimos, mais ou menos como o identificamos, surgiram na metade do século XIX. Novas formas de identificação da subjetividade, da intimidade. Vieram com a moda do espelho para olhar o corpo inteiro; com a necessidade de identificação por um prenome, e não mais pelo nome de família; com o avó do RG... O Alain Corbain tem um texto muito bacana sobre o tema, está "Bastidores", em especial, "O segredo do indivíduo", no livro 4 da História da vida privada (Da revolução Francesa à Primeira).

De meu ponto de vista, o fenômeno dos blogs tem de ser analisado sob esse viés: o das condições de sua produção. A exposição de certa privacidade (e o interesse alheio por) não te parece bem ambientada no contexto dos big brothers, das casas dos artistas; mas também das câmeras de vigilância, das casas com espelhos transparentes, e com altos muros de proteção; e até o da Unimed que pede para que vc deixe registrado as digitais do seu dedo? (é verdade, estão pedindo esse tipo de cadastro em SP). Vigiar e punir? Ou espiar e delatar? Ou olhar pelo prazer?

>Muito interessante a questão levantada por Francisco e
>comentada por Fabiana. Pode-se dizer, neste caso, que
>o blog é público por consentimento do autor? E no caso
>do diário pode não haver consentimento ou conhecimento
>do autor quanto à publicidade?
>
>
>>O Francisco levantou uma questão difícil de se
>>resolver na pesquisa dos blogs. Uma ou mais questões,
>>eu diria. Em primeiro lugar, como se pode definir um
>>diário, em termos de estudos de gêneros? Há o chamado
>>diário íntimo, mas mesmo este pode acabar exposto ao
>>leitor desconhecido, pode vir a ser publicado como
>>obra literária, sem o consentimento de seu autor. Há o
>>célebre caso de Anne Frank, mas não só; recentemente,
>>houve uma discussão, inclusive em termos éticos, sobre
>>a publicação das anotações do diário de Malinowski.
>>Sua esposa havia autorizada a publicação, em que ele
>>dizia não agüentar mais a vida com os aborígenes etc.
>>É Barthes quem discute de maneira muito elegante e
>>instigante a validade de ter ou não um diário íntimo
>>publicado como obra, em seu texto "Deliberação", que
>>está em "O rumor da língua".
>>
>>Uma outra questão importante para se pensar quando se
>>fala em blogs é a discussão do público/privado. Em
>>termos de linguagem, o que é dizer que um tema é
>>público (e, portanto, pode aparecer na internet) e o
>>outro é privado (e, portanto, deve estar trancafiado a
>>sete chaves)? É preciso levar em conta as chamadas
>>condições de produção do discurso, que nos levam a
>>pensar que um tema/sema como depilação é, ainda, um
>>tema/sema privado, que não deveria ser discutido
>>on-line (estou utilizando um dos exemplos do meu
>>material de pesquisa).
>>
>>>No, texto, percebe-se a freqüência em que os blogs
>são
>>>escritos, além de tornar públicas informações sobre
>>>determinada pessoa. Porém, um ponto que me parece um
>>>tanto diferente dos diários refere-se à questão
>>>particular e confessional desse gênero. Geralmente os
>>>diários têm um cunho intimista e quem os escreve não
>>>quer compartilhar com os outros o teor de sua
>escrita.

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