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Date Posted: 03:04:12 11/08/04 Mon
Author: Ângela
Subject: Resumo nº 12

Resumo nº 12 – de 08/11 a 12/11
TANNEN, Deborah. The Relativity of Linguistics Strategies: Rethinking Power and Solidarity in Gender and Dominance – Gender and Dominance, New York, Oxford. Oxford University, Press, 1994
Aluna: Ângela Spesiali Aroeira

A dinâmica poder e solidariedade são preocupação central da teoria sociolingüística e que têm em Brown e Gilman (1960) e Friederich (1960) e Brown e Levinson ([1978]1987) seus principais pesquisadores. As elaborações teóricas desse grupo vinculam poder a relações assimétricas e a solidariedade a relações simétricas. O primeiro cultiva a distância entre os interagentes e a solidariedade a proximidade.
Tannen introduz seu artigo argumentando que a pesquisa sobre gênero e linguagem não pode ser abordada como uma busca mecânica de fenômenos lingüísticos (p.19) cujas premissas apontam para estratégias lingüísticas diferenciadas entre gêneros para veicular ou poder/dominação, ou solidariedade/conexão. Conforme os dados apresentados, a autora demonstra que, em relação ao par poder/solidariedade, as estratégias lingüísticas são potencialmente ambíguas - uma determinada elocução pode gerar entendimento diferenciado; e polissêmicas - uma elocução pode gerar exatamente o entendimento de dominação e solidariedade ao mesmo tempo. Suas descobertas são importantes especialmente para as pesquisas de gênero e linguagem.
Tannen procura demonstrar o equívoco da conclusão sobre a associação do discurso masculino à estratégias lingüísticas de dominação e o discurso feminino à estratégias voltadas à solidariedade. Tannen explica primeiro que a dinâmica entre poder e solidariedade, pelo menos para os americanos, abrange um único continuum onde se opõem assimetria e simetria, hierarquia, igualdade, distância/proximidade. A revisão da literatura da autora, no entanto, abrange o exame de pesquisas transculturais onde essa associação mecânica se desfaz.Relações simétricas, por exemplo entre irmãos, na verdade não refletem necessariamente uma interação solidária pois o que se leva em conta na cultura javanesa é a idade e não o nível hierárquico de parentesco. A hierarquia, no Japão, mais aproxima do que distancia as pessoas. A proximidade pode, como no exemplo da peça “Mountain Language”, indicar agressividade ao contrário das constantes associações deste conceito à solidariedade.
As estratégias lingüísticas usadas por homens e mulheres, frequentemente vinculadas a maior poder/dominação ou solidariedade, respectivamente são relativizadas a partir do exame de vários dados: (a)Indiretas: geralmente associado às mulheres sob o argumento de que estas têm dificuldade de demandar. Podem significar tanto defensividade/cautela (= poder) quanto rapport/empatia (= solidariedade) (Lackoff, 1975). Tannem enfatiza a importância de estudos transculturais para o entendimento correto sobre a interpretação das indiretas. O caso do pai grego ilustra a utilização de indireta em que o poder do pai é ratificado. Ao dizer “se você quiser, você pode...” é entendido pela filha como negativa para a sua demanda. Ao deixar de ir aparentemente a filha escolheu não ir e o pai não explicitou seu poder sobre ela; (b) Interrupção/sobreposição: interrupção=poder, não interrupção=solidariedade. Estes achados são desmentidos por vários dados. Interrupção pode demonstrar apoio, principalmente de pessoas entusiasmadas, que não desejam assumir o terreno, embora possam ser percebidas como “interruptoras” e desejosas de dominar. No entanto, deve-se considerar a simetria e o equilíbrio dos participantes de forma a determinar se uma sobreposição é uma interrupção no sentido negativo. Primeiro, se um ouvinte sistematicamente interrompe ou sobrepõe as elocuções do Falante e este cede terreno diz-se que a comunicação é assimétrica, desequilibrada e o efeito é de dominação. Mas se ambos evitam as sobreposições, ou sobrepõem suas falas igualmente, diz-se que há simetria, equilíbrio e não há dominação independentemente da intenção destes. Distinguir sobreposição de interrupção necessita de se levar em conta o contexto, os estilos dos interagentes e a interação entre tais estilos; (c) Silêncio X Loquacidade: loquacidade=dominação e silêncio=subserviência. Dados apresentados permitem relativizar esta relação. O silêncio pode significar poder enquanto a loquacidade pode significar falta de poder, ou subserviência e inferioridade. Tanto um quanto outro podem significar poder, dependendo da dinâmica que se estabelece. Loquacidade pode ser um traço individual assim como um comportamento mais taciturno sem necessariamente significar a intenção de dominação ou submissão ao Outro; (d) levantamento/abertura de tópico: mais tópicos levantados=intenção de dominação. Os estilos dos participantes são variáveis importantes a considerar. Aqueles que se sentem desconfortáveis com o silêncio e, ao mesmo tempo, consideram que o Outro já não tema mais nada a dizer tende a levantar novos tópicos de forma a tornar a interação mais agradável e mais leve. Para aquele que tem algo mais a dizer mas aguarda um sinal de que já pode iniciar sua fala pode perceber como tentativa de dominação, intromissão, etc.; (e) Conflito e agressão verbal: conforme os dados evocados por Tannen, comportamento agressivo entre meninos, principalmente resultou em proximidade e amizade o que reforça a necessidade de se relativizar as relações poder/agressão. Estudos transculturais também demonstram que a argumentação e mesmo o conflito de idéias é uma convenção em determinadas culturas e serve para aproximar os interagentes.
A autora conclui seu texto com a seguinte e importante afirmação: “Ao tentar entender como os falantes usam a linguagem, devemos considerar o contexto (em qualquer sentido, seja textual, relacional ou institucional), os estilos conversacionais desses falantes e a interação desses estilos com cada um” (p.46). As ambigüidades lingüísticas e a característica polissêmica da dinâmica poder e solidariedade devem ser postas diante das análises conversacionais de modo a permitir o correto entendimento do que de fato ocorre na interação entre gêneros. Dados estritamente lingüísticos podem conduzir a interpretações equivocadas.

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