| Subject: Re: As razões de um voto |
Author:
Luis Blanch
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Date Posted: 17/02/05 14:36:21
In reply to:
Fernando Penim Redondo
's message, "As razões de um voto" on 17/02/05 12:31:42
Claro que não tenho dúvidas do sentido responsavelmente progressista da(as) pessoa(as) ou de algumas pessoas que apostam no não exercício do voto, em particular tu , Fernando Redondo.
Todavia, abrindo-se a possibilidade desse exercício e porque não quero levar a decisão abstencionista à conta de arrogância, creio que no leque de propostas e meias propostas apresentadas há uma via ,a via da participação que é possível e positiva, ainda que só por esse facto.
Por outro lado a revolução , "Quel grand mot" não está ,nem pouco mais ou menos na ordem do dia. Os dados objectivos e subjectivos rejeitam claramente essa via de ruptura com o actual sistema.Temos que fazer o tal trabalho de formiga ,sem esperar , para amanhã , resultados espectaculares e sem grandes louros.
>- Como saibes já não tenho idade para decisões
>precipitadas; ao invés, a minha decisão de votar na
>lógica do Saramago é fundamentada em dezenas de anos
>de actividade política e em muitos dias (e noites)
>passados em campanhas eleitorais.
>Não penses portanto que não tenho consciência das
>implicações da minha decisão.
>
>- Como se pode ver no meu texto inicial eu não
>considero importante ganhar as próximas eleições pela
>simples razão de pensar que são apenas o início de um
>novo ciclo descendente para as forças progressistas.
>As pessoas não deviam recear perder as próximas
>eleições mas sim de, ao ganhá-las desta maneira,
>correr o risco de as perder durante os próximos trinta
>anos.
>
>- Os únicos partidos em que eu poderia votar são o PCP
>e o BE.
>Infelizmente os seus programas eleitorais são
>"cadernos reivindicativos" em vez de serem propostas
>para uma sociedade de novo tipo.
>Exigem "mundos e fundos" para ganhar votos mas omitem
>que alguém terá que pagar.
>Nas condições actuais de impunidade fiscal dos
>empresários e das profissões liberais esse peso
>acabará por cair nas costas dos assalariados das
>"classes médias" (não é por acaso que o Paulo Portas
>se quer constituir em representante das "classes
>médias" e poderá vir a ser a próxima ameaça populista).
>Em suma, estes partidos (PCP e BE) estão a conduzir
>uma estratégia perigosíssima que eu quero desencorajar
>e castigar com a minha abstenção.
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