Author:
http://www.portugaldiario.iol.pt/
|
[
Next Thread |
Previous Thread |
Next Message |
Previous Message
]
Date Posted: 5/05/05 18:57:41
«Há dias em que a linha verde parece estar ligada ao mundo», diz André Beja
A linha verde do grupo parlamentar do Bloco de Esquerda atendeu em cinco anos milhares de telefonemas de cidadãos com dúvidas sobre temas polémicos de actualidade, mas também sugestões, queixas insólitas e até insultos.
"Há dias em que a linha verde parece estar ligada ao mundo, quando na ordem do dia estão temas como o aborto, o código do trabalho ou a lei das rendas", exemplificou André Beja, do gabinete dos deputados bloquistas na Assembleia da República.
"Agora já não me posso reformar?" ou "posso vir a ser despejada da minha casa?" são exemplos das perguntas feitas recentemente por cidadãos que recorreram à linha verde do BE a pedir esclarecimentos sobre assuntos que relacionados com as suas vidas.
Nestes casos, a chamada é transferida para quem no gabinete do grupo parlamentar do BE possa prestar o esclarecimento jurídico, disse.
Como nenhuma pergunta fica sem resposta e algumas das pessoas ligam ansiosas ou indignadas, por vezes é necessária "alguma psicologia" para encaminhar certas queixas que não tem solução no âmbito parlamentar.
Foi o caso de um cidadão que ligou indignado por ter sido maltratado num restaurante, e de uma pessoa que alertava para um perigoso buraco numa estrada. Nestes casos, disse André Beja, encaminham-se as pessoas para os serviços competentes.
Para André Beja, de uma forma geral, o número e a diversidade de queixas que chegam ao BE pela linha verde devem-se "à imagem pública que o Bloco de Esquerda tem de denúncia, de protesto, sem grandes medos".
Depois, há também quem pense que a linha verde do BE "dá acesso directo ao plenário" da Assembleia da República, referiu André Beja.
"Em dias de plenário recebemos muitos telefonemas. Temos a nítida noção de que as pessoas estão em casa a ver o canal Parlamento e ligam-nos para dizer alguma opinião que o debate lhes suscitou", disse.
Os insultos e as provocações também "acontecem muito", confessou André Beja, que os atribuiu a pessoas "com alguma animosidade contra o BE e que encontram na linha aberta uma forma de catarse".
"Acontece muito. Agora, por causa do debate sobre a despenalização do aborto, já nos ligaram a chamarem-nos assassinos, que matamos criancinhas", disse.
Todos os dias, a linha telefónica do BE recebe "no mínimo quatro ou cinco chamadas", esclareceu. Ao fim de cinco anos, já há "clientes habituais", que pedem não só os projectos de lei do BE, mas também outra legislação.
Alguns telefonemas foram "o ponto de partida para investigações" sobre alguns temas, e outros motivaram iniciativas parlamentares, como por exemplo requerimentos a pedir explicações ao Governo sobre determinado assunto.
Muitas das queixas estão relacionadas com questões de saúde e de educação, disse André Beja, lembrando a polémica sobre a colocação de professores no ano passado, altura em que foi pela linha telefónica que o BE "tomou conhecimento de situações insólitas e das grandes falhas do sistema, a vários níveis".
A linha aberta é um serviço disponibilizado pela Assembleia da República a todos os grupos parlamentares. O BE foi o primeiro a inaugurar a sua, no início de 2000, e na altura fez uma campanha de divulgação da iniciativa.
Depois de cinco anos de "experiência intensa", o balanço é positivo, assegurou André Beja, salientando que a linha aberta tem proporcionado "uma certa interactividade e proximidade" entre os cidadãos e os seus representantes.
http://www.portugaldiario.iol.pt/noticias/noticia.php?id=533343&sec=3
[
Next Thread |
Previous Thread |
Next Message |
Previous Message
]
|
Feedback: 