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Subject: Danças com ‘rottweilers’


Author:
Domingos Amaral
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Date Posted: 16/02/06 12:55:18

Não há um único português que não demonstre uma grande garganta e uma bravatade toureiro em defesa da sacrossanta ”liberdade de expressão”.A crise dos ‘cartoons’ lembrou-me uma história, cujos protagonistas são um homem e um ‘rottweiler’ quetodos os dias se cruzavam na rua. Um dia, o homem decidiu que ia dançar em frente do ‘rottweiler’, sópara o provocar. O ‘rottweiler’ obviamente atacou-o. A caminho do hospital, a sangrar de várias feridas, ohomem gritava que tinha o direito de dançar na rua, em frente de quem ele quisesse. Houve gente quedefendeu energicamente o seu ”direito à dança”. Eu acho o homem um parvo.Se criticar a Opus Gay, sou considerado um sinistro homofóbico. Se defender o Ku Klux Klan, ou atacar acomunidade negra, sou um porco racista. Se gozar com câmaras de gás, e escrever holocausto com letrapequena, sou um sacana de um anti-semita. Se ofender os ciganos, sou xenófobo. E, se defender Hitler eusar uma suástica, sou considerado um canalha nazi. Porém, se fizer um ‘cartoon’ de um Maomébombista, o mundo levanta-se a defender a minha ”liberdade de expressão”. Infelizmente, o que esta criseconfirmou é que os muçulmanos estão agora no fim da escala de valores ocidental. Não têm, como outrosgrupos ou raças, direito a ”discriminação positiva”. Pelo contrário, são odiados. São, como disse Sarkozy,”escumalha”. Osama conseguiu unir o Ocidente pela raiva.Somos todos dinarmaqueses? Quem tentou imitar o ”somos todos americanos” do ”Le Monde” do dia 12de Setembro de 2001, esqueceu um detalhe: no 11 de Setembro, a América foi vítima de um ataque quematou quase 3000 pessoas. Na crise dos ‘cartoons’, os agressores iniciais (os cartoonistas e o jornaldinamarquês) tornaram o seu país, a Dinamarca, numa vítima dos radicais islâmicos. Foi um processoestranho e complexo, mas que não convida à solidariedade. A única coisa que aprendi sobre a Dinamarcaé que lá também existem idiotas. Nada de surpreendente, há-os em todos os países. Mas, não costumosolidarizar-me com eles. Este desejo de unir o Ocidente (o ”somos todos”) é perigoso. Não somos todosidiotas, nem somos todos de extrema-direita. Entre um muçulmano radical e um ocidental radical, venha oDiabo e escolha. Eu não escolho. Quem aceitar o ”nós” contra ”eles”, aceita e promove a armadilhaterrorista.Em Portugal, existem imensos especialistas no Islão. Não há ‘opinion maker’ que não tenha a suateoriazinha islâmica. O Islão é ”agressivo”, o Islão é ”fanático”, o ”Islão é político”, o ”Islão está em guerra”,etc. Uma das coisas boas de ler a imprensa portuguesa é que substitui qualquer necessidade de ler livrosde história. Desde a mil vezes repetida máxima de que ”no Islão não há separação entre a religião e oEstado”, até às menos óbvias teorias invocando ”a queda de Granada”, tivemos direito a tudo. Euconfesso que sei pouco sobre o Islão. Mas sei que Maomé é o profeta deles. Insultá-lo ofende todos osmuçulmanos, sejam moderados ou fanáticos, e isso é perigoso. E estúpido.Em Portugal, existem também inúmeros corajosos. Há imensa gente que não vai ”ceder” ao medo, que vai”combater pela nossa civilização”, que nunca irá ”capitular” ou ”ceder à chantagem dos fanáticos”. É poristo que amo apaixonadamente Portugal. É tão tuga, tão ”agarrem-me se não eu vou lá”, tão passional nadefesa dos ”valores”. É divertido, pois sendo Portugal um país com pouca experiência de guerras ouataques terroristas, não há um único português que não demonstre uma grande garganta e uma bravatade toureiro em defesa da sacrossanta ”liberdade de expressão”. Podemos portanto dormir tranquilos. Háuma vanguarda prontinha a puxar pelo gatilho. Esta ”retórica belicista”, à superfície apenas tonta, revelaum desejo confrontacionista profundo, e é a crista de uma onda populista anti-islâmica que varre a Europacomo um perigoso ‘tsunami’. Que existia um ‘tsunami’ anti-ocidental no Islão, já sabíamos, mas nãosabíamos que existia um ‘tsunami’ anti-Islão na Europa. Como Osama queria, e o Irão deseja. Quemcontrariar estes ‘tsunamis’ é, notem bem, cobarde.”A guerra do Terror” veio para ficar. Aumentou brutalmente o número de Ocidentais mortinhos por atacar àbomba o Irão. Obviamente, isso não será considerado uma ”agressão ocidental”, mas um actoperfeitamente justificado, perante as circunstâncias

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