Show your support by donating any amount. (Note: We are still technically a for-profit company, so your contribution is not tax-deductible.) PayPal Acct: Feedback:
Donate to VoyForums (PayPal):
23/11/24 12:44:00 | [ Login ] [ Contact Forum Admin ] [ Main index ] [ Post a new message ] [ Search | Check update time | Archives: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 ] |
Subject: competitividade | |
Author: octavio teixeira DN |
[
Next Thread |
Previous Thread |
Next Message |
Previous Message
]
Date Posted: 20/03/06 13:46:31 Que a culpa não morra solteira Octávio Teixeira Economista No discurso de tomada de posse, o novo Presidente da República entendeu deixar alguns desafios "cruciais para abrir caminhos consistentes de progresso". Realço o do "atraso competitivo" da economia portuguesa. Concordo que aumento da competitividade no âmbito dos produtos transaccionáveis é factor essencial para o desenvolvimento. Tal como estou de acordo com as declarações do PR de que a baixa produtividade resulta do facto de que "o trabalho é pouco eficiente e, na maioria dos casos, não é por culpa dos trabalhadores" (sim dos empresários e gestores) e a de que "tentar preservar a competitividade à custa de salários baixos é uma estratégia sem futuro". Mas lendo estas declarações do Presidente da República, ocorre- -me dizer: "Bem prega frei Tomás" Sendo diversas as razões em que assenta a baixa competitividade da nossa economia, um facto há que não pode ser escamoteado: a persistente apreciação da taxa de câmbio efectiva registada no nosso país pela aposta que foi feita no sentido de colocar Portugal no "pelotão da frente" da união monetária e da moeda única. Aposta voluntarista e economicamente irresponsável, porque não foram tidas em conta as diferenças existentes na estrutura produtiva, nas taxas de crescimento e de inflação, os efeitos dos choques externos assimétricos, etc. Ora, o principal e primeiro responsável por essa aposta foi o então primeiro-ministro Cavaco Silva, que sobrevalorizou a convergência nominal e olvidou a convergência real da economia. Resultado: nos últimos dez anos a apreciação foi de 16%, com as consequentes perdas de competitividade e de quotas nos mercados externos e doméstico. Os benefícios decorrentes da baixa das taxas de juro foram passageiros (e induziram o endividamento exagerado das famílias e empresas bem como o boom especulativo no imobiliário). Mas os custos da perda de competitividade persistem e prolongar-se-ão por muito tempo, e deles recuperar será difícil e prolongado. Para compensar aquela perda de competitividade anual e promover alguma tímida melhoria relativa, a produtividade terá de aumentar na ordem dos 2,5 a 3% ao ano. E se se quiser travar o crescimento do desemprego, então o PIB terá de crescer pelo menos 3,5% ao ano. Difícil com empresários que tendo o potencial financeiro necessário (vejam-se as recentes operações financeiras em torno da GALP, PT e BPI), mostram aversão ao investimento produtivo gerador de nova riqueza. Pelo que temo que no futuro próximo regressemos a frei Tomás e que a "autêntica cooperação estratégica" do PR com o Governo venha a ser a de promover a competitividade à custa dos salários baixos, alargados agora a toda a economia. Embora sendo uma estratégia sem futuro e fortemente penalizadora dos trabalhadores, os que não têm culpa. [ Next Thread | Previous Thread | Next Message | Previous Message ] |
Subject | Author | Date |
A análise está correcta mas não é dada uma via de saída. | Fernando Penim Redondo | 20/03/06 18:11:06 |