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Subject: Pós-comunistas italianos fazem haraquiri para formarem um grande partido reformista | |
Author: Jorge Almeida Fernandes (Público, 20.04.2007) |
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Date Posted: 20/04/07 12:07:15 Pós-comunistas italianos fazem haraquiri para formarem um grande partido reformista 20.04.2007, Jorge Almeida Fernandes O projecto do Partido Democrático, "socialista e liberal", suscita algum cepticismo, mas pode mudar radicalmente o mapa partidário italiano Os Democratas de Esquerda italianos (DS, pós-comunistas) inauguraram ontem em Florença o seu último congresso, para aprovar a sua dissolução e abrir caminho a um grande de centro-esquerda, o Partido Democrático (PD), através da fusão com o partido centrista e liberal Margarida, cujo congresso começa hoje em Roma. O objectivo é fundar um partido "socialista e liberal", reunindo herdeiros de "duas Itálias", a família co- munista e os liberais católicos, reestruturando o tabuleiro partidário. A operação é apadrinhada pelo primeiro-ministro Romano Prodi. O secretário-geral dos DS, Piero Fassino, subiu ao palco ao som de Over the Rainbow, prometendo "um partido novo, novo no pensamento para um século novo". Não será "um partido moderado ou centrista", mas "progressista, reformista e reformador". Não é "uma exigência dos DS nem da Margarida ou de um segmento político, mas uma necessidade do país". Recusou o termo de "fusão a frio" entre aparelhos. Para renovar a política, os estatutos imporão que todos os candidatos a mandatos eleitorais serão escolhidos pelos eleitores em eleições primárias, tal como os dirigentes do PD o serão por voto secreto dos militantes. Exigiu como prioridade a reforma da lei eleitoral, em consenso com a oposição. "A partir de amanhã, o processo de construção do PD deve descolar, com a constituição de um comité promotor nacional presidido por Romano Prodi." No Outono, haverá uma assembleia constituinte e, na Primavera de 2008, o congresso fundador. Comentando o discurso de Fassi- no, Francesco Rutelli, líder da Margarida, disse que o PD "é uma página da democracia que a Itália esperava". Guardou para hoje, no congresso de Roma, a especificação do seu projecto. Mas sublinhou: "Os dois congressos assinalam a mudança que os italianos querem. A mudança para agregar, para unir em vez de dividir, sempre olhando o futuro." As primárias de 2005 A ideia de criar o Partido Democrático surgiu em 2003, lançada pelo economista Michele Salvati, com base na experiência da coligação Oliveira, vitoriosa nas eleições de 1996 mas derrotada por Berlusconi nas legislativas de 2002. A data decisiva são as primárias da União (centro-esquerda), em Outubro de 2005, que plebiscitaram a liderança de Prodi e criaram a dinâmica que permitiu a sua vitória em 2006. Nessa altura, o líder da Margarida, Francesco Rutelli, propôs a formação de um grande partido democrático reformista, de estilo "kennediano". Fassino contrapôs um partido simultaneamente "socialista e kennediano". A ideia era responder a dois problemas. O primeiro a necessidade de uma grande força eleitoral para ultrapassar a fragilidade das coligações num sistema político polarizado. O segundo dizia respeito à necessidade de reinventar um "reformismo" capaz de enfrentar a crise do wellfare state e os desafios do século XXI. A nova transmutação dos antigos comunistas vai levar à cisão da ala esquerda, liderada por Fabio Mussi, com 15 por cento dos delegados eleitos (contra 75 da moção de Fassini). Deverá tentar formar com a Refundação e com o pequeno Partido Comunista Italiano uma "aliança de esquerda". Os vários grupos socialistas recusaram integrar o PD e vão tentar uma reunificação autónoma. Foram vãos os esforços para integrar os "popolares", minoria democrata-cristã da União. Também há claras divergências de "ritmo" na Margarida. As dificuldades Há muitas razões de cepticismo. Primeiro, há a distinta identidade histórica dos DS e da Margarida, mais importante do que as divergências de programa de Governo. Um ponto crítico simbólico é a exigência "inegociável" dos DS de que o PD integre o Partido Socialista Europeu, e a vontade de Rutelli de permanecer no Partido Democrata Europeu. Há o problema das duas numenklaturas, os aparelhos que, segundo muitos analistas, resistirão ao seu desapossamento. E há, sobretudo, o risco de o futuro partido não ser "nem socialista nem liberal". Muitos vêem no PD um "albergue espanhol", réplica das incongruências da antiga Oliveira ou da actual União. Berlusconi assistiu ao congresso. Aplaudiu Fassini e disse: "Se o Partido Democrático for em frente, penso ser inelutável que o bloco liberal [centro-direita] siga o mesmo caminho, como eu auguro". Sinal de reorganização do sistema partidário? Piero Fassino é o rosto da derradeira transmutação do Partido Comunista Italiano, nascido em 1921, no Congresso de Livorno, como cisão do Partido Socialista. Após a invasão da Checoslováquia (1968), começa a distanciar-se de Moscovo. Com a queda do Muro de Berlim, abre um doloroso processo de dissolução, que culmina na criação do Partido dos Democratas de Esquerda, regressando à velha matriz social-democrata. [ Next Thread | Previous Thread | Next Message | Previous Message ] |
Subject | Author | Date |
Talvez uma tômbola | Fernando Penim Redondo | 20/04/07 12:10:49 |
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