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Subject: Re: A questão do assalariamento


Author:
Guilherme Statter
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Date Posted: 5/02/07 11:41:42
In reply to: Fernando Penim Redondo 's message, "A questão do assalariamento" on 1/02/07 19:00:28

Andas muito criptico... Mas mesmo assim vou ver se me explico (imaginando ou tentando descriptar qual o sentido da sua observação...)
Não percebo, por exemplo aquela tua frase
Embora emprego não seja sinónimo de assalariamento parece que não é bem como tu pensavas. Bem feito...
Deve ser da (minha) PDI...
Se um trabalhador vive predominantemente da venda da sua força de trabalho, pouco interessa que seja a "recibos verdes", a "termo certo" ou a "termo indeterminando": é um assalariado y punto.
O senso comum da Wikipedia classifica os trabalhadores assalariados (os que fazem parte do assalariamento, como diria o Senhor de La Palice) em diversas categorias e enumera aquelas categorias de assalariados que são exemptos do pagamento de horas extras: (1) empregados executivos, (2) empregados administrativos, (3) empregados profissionais (médicos, advogados...), (4) criativos, (5) informáticos e (6) caixeiros de praça...
Ou seja, assalariamento é o sistema de compra e venda de força de trabalho no qual os detentores da dita cuja "força-de-trabalho" vivem predominantemente (os radicais ou puristas destas coisas dirão "exclusivamente") da venda da sua força-de-trabalho. Ou seja, não têm outros rendimentos do que a venda da sua força-de-trabalho. Venda essa feita agora ou no passado, o que é uma conquista histórica dos sindicato - a pensão de reforma, aliás por sua vez originada na venda da dita cuja força de trabalho...
Por outro lado, os desempregados (e/ou biscateiros de toda a espécie) não deixam de fazer parte do regime de assalariamento só porque estão desempregados (ninguém lhes quer comprar a sua (deles) força de trabalho).
Se não estás de acordo com isto, não vale a pena eu argumentar. Passa a ser uma questão de definição. E se alguém definir um "assalariado" como sendo apenas aquele que consegue vender a sua força de trabalho, então justifica plenamente a expressão da "marginalização" (os desempregados passam a estar à margem, ou fora do sistema, não contam...).
Em todo ocaso, então será assim: a lógica intrínseca do capitalismo faz com que as empresas procurem maximizar a sua produção e vendas ao mesmo tempo que procuram minimizar os seus custos.
Entre estes custos estará o custo da força-de-trabalho. No esforço permanente de minimização dos custos, as empresas são levadas a investir a tecnologia que faça pelo menos uma de duas coisas: poupe ou minimize custos (designadamente com a compra de força-de-trabalho) e aumente ou maximize a produção. Daqui resulta uma inelutável tendência para o crescimento do desemprego. Este começa por ser conjuntural, passa depois a estrutural e por fim a sistémico.
Se os desempregados não têm nenhuma outra fonte de rendimento do que a (tentativa) venda da sua força de trabalho, como será óbvio, fazem parte do regime de assalariamento.
É isso que vem agora (mais uma vez...) confirmar a OIT.
Não estou a ver qual é a tua dúvida.
Um abraço,
Guilherme

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Replies:
Subject Author Date
emprego não é igual a assalariamentoFernando Penim Redondo 5/02/07 12:04:56


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