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Subject: Acaba‑se o petróleo | |
Author: Ignacio Ramonet |
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Date Posted: 6/02/07 10:52:18 Acaba‑se o petróleo Ignacio Ramonet La Voz de Galicia O ciclone Katrina não só causou uma excepcional tragédia humana no Louisiana, senão que, ao destruir também uma série de plataformas de extracção de hidrocarbonetos em alto mar, acentuou ainda mais a crise petrolífera. O Governo dos Estados Unidos decidiu recorrer às reservas estratégicas. E os países da OPEP aumentaram a sua produção diária de hidrocarbonetos. Mas isso não impede os preços do barril, que não há muito rondavam apenas os 25 dólares, de estarem já a atingir os 70 dólares. O constante aumento do preço dos combustíveis, sobretudo desde o início de 2005, está a começar a causar uma inquietude profunda. É agora claro para todo o mundo que semelhante situação vai durar. E vai agravar‑se. Alguns especialistas recordam‑nos que, ainda que astronómicos, esses preços ainda não estão ao nível atingido em 1979 depois do triunfo da revolução islâmica no Irão. Em dólares de hoje, o barril pagou‑se então a 80 dólares. Segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), pouco suspeito de querer envenenar estas coisas, a hipótese de um barril a 100 dólares deixou de ser descabida. Por pouco que o próximo Inverno seja mais frio, que o caos iraquiano se mantenha e que estoure uma crise sobre a questão nuclear com o Irão, a barreira dos 100 dólares poderia ser atingida pelo Natal. O que poria o preço do litro de supercarburante para os automobilistas europeus nuns dois euros. Mas as coisas não se deterão aí. Num relatório publicado em França, dois economistas demonstram que os preços do barril de crude poderiam atingir, dentro de dez anos, 380 dólares. Segundo eles, em 2015, a oferta de crude no mercado será de 100 milhões de barris, enquanto a procura (estimulada pelo contínuo esbanjamento dos Estados Unidos e o crescimento constante de China, Índia, África do Sul...) ultrapassará os 108 milhões de barris. E quando, em qualquer sector do mercado, a procura excede em 8% a oferta, não há equilíbrio de preços. Estes disparam... Nas economias dos países ocidentais, o choque petrolífero actual produz, de momento, um impacto menor do que o causado no ano 1970. Mas em outros países – Indonésia, Honduras, Costa Rica, Senegal, etc. – o rápido aumento da factura energética já está a provocar crises sociais de grande amplitude. Governos de nações em vias de desenvolvimento dispõem‑se a declarar o “estado de urgência económica” com cortes da energia eléctrica e racionamento de gasolina. Alguns estados pobres reclamam um gesto dos países produtores. Daí, por exemplo, a importância do acordo marco assinado no passado mês de Junho pelo presidente da Venezuela, Hugo Chávez, e chefes de Estado e de Governo de países do Caribe para a criação da Petrocaribe, uma iniciativa regional mediante a qual Caracas vende petróleo a preço barato aos países da região. O mundo consome, desde há um decénio, bem mais petróleo que o que se descobre cada ano. Nos grandes países consumidores não há vontade política para estimular a sério as energias de substituição renováveis. Alguns deveriam inspirar-se no exemplo do Brasil que, a partir da cana de açúcar e da soja, das quais é um dos primeiros produtores mundiais, criou biocombustíveis ecológicos, como o etanol, renováveis cem por cento. Um veículo em cada três usa uma mistura de etanol e gasolina. Em Março passado, o Brasil começou a produzir, em série, um avião – o Ipanema – cujo motor funciona com etanol, menos contaminante e cinco vezes menos caro do que o querosene. Hoje o etanol já representa 25% do consumo de energia neste país. O que esperamos para fazer como o Brasil? [ Next Thread | Previous Thread | Next Message | Previous Message ] |