Literatura Infantil -- LITERATURA INFANTIL

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Date Posted: Fri October 19, 2007 18:34:09
Author: Rosileide Brito
Subject: Literatura Infantil

A literatura infantil ultrapassa o passar dos olhos por algo que vai mais al�m. Atrav�s dos tempos as est�rias infantis foram se tornando refinados e passaram a transmitir significados importantes, para todo tipo de p�blico.
As est�rias infantis v�o al�m do visualizar, os enredos geralmente fala sobre as conseq��ncias debilitantes de tentar lidar com os problemas da vida. Os contos de fadas por meios das imagens exprimem pensamentos marcantes que leva a crian�a a usar sua pr�pria imagina��o para compreender.
Parte do poder dessas hist�rias deriva n�o s� das palavras como das imagens que as acompanham. H� uma imagem que vale mais que mil palavras. Contudo, por mais que apreciemos as hist�rias da inf�ncia, tamb�m as superamos, as abandonamos e as rejeitamos esquecendo seu poder n�o s� de construir o mundo infantil da imagina��o como de construir o mundo adulto da realidade.
No conto �A pequena Vendedora de F�sforos� conta a hist�ria de uma mo�a humilde que trabalha para sobreviver, esta est�ria apresenta um conflito social a pobreza, o s�mbolo do trabalho �rduo e de humildade que � simbolizado pela menina pobre, que trabalha para ajudar a fam�lia, o conto exemplifica os grandes problemas sociais, a luta pela sobreviv�ncia, a fome a mis�ria. Poucas hist�rias para crian�as celebram o sofrimento com o tipo de paix�o deste conto. A crian�a fr�gil e desamparada que morre de frio na v�spera do ano novo tornou-se uma esp�cie de �cone cultural, a v�tima de sociedade desalmada e de uma fam�lia brutal personagem exposta �s situa��es mais duras de sofrimento, solid�o, rejei��o.
A menina que vendia f�sforos na noite de natal � uma criatura que procura preservar a vida no sonho, como se desenhasse o seu pr�prio destino. Ela come�a a imaginar uma mesa farta, ap�s acender um f�sforo que viria a aquec�-la do frio. Ao apagar, acende outro e imagina uma casa bem quentinha, acendeu um outro f�sforo. Agora estava sentada sob uma �rvore de Natal. Era ainda maior e mais bonita do que uma que vira no Natal passado atrav�s da porta de vidro da casa de um comerciante rico. Milhares de velas ardiam nos ramos verdes, e figuras coloridas, como as que j� vira em vitrines, contemplavam aquilo tudo. E assim a medida em que ia acendendo suas vontades iam se concretizando at� acabar com todos os f�sforos A personagem desse conto nasce diferente vive exclu�da do grupo social, discriminada enfrenta sozinha situa��es dif�ceis para garantir sua sobreviv�ncia. A afetuosa apresenta��o da condi��o desgra�ada da menina sugere uma tend�ncia a estilizar o sofrimento, a criar beleza por meio de descri��es elaboradas da mis�ria e da afli��o. At� a natureza lhe volta �s costas, n�o lhe oferecendo abrigo nem sustento.
Seus sonhos e suas fantasias s�o um mecanismo que pode salv�-la do sofrimento no qual remete ao desamparo do ser humano que � levado a criar uma idealiza��o vivida na aus�ncia de alguma coisa que lhe falta, no caso do conto, a comida, a casa, o acolhimento no lar, a personagem passa dificuldades e sonha com coisas inalcan��veis.
De acordo com Bruno Bettelheim, em �A Psican�lise dos Contos de Fadas:
�Os temas dos contos de fadas n�o s�o fen�menos neur�ticos, algo que algu�m se sente melhor atendendo racionalmente de forme a poder de livrar deles. Tais temas s�o vivenciados como maravilhas porque a crian�a se sente entendida e apreciada bem no fundo de seus sentimentos, esperan�as e ansiedades, sem que tudo isso tenha que ser puxado e investigado sob a luz austera de uma racionalidade que ainda est� aqu�m dela.�
A m�gica dos contos de fadas desaparece, e a salva��o chega apenas na forma de interven��o divina a transcend�ncia para a outra vida.��... nunca sua av� parecera t�o alta e bonita. Ela tomou a menina nos bra�os e juntas as duas voaram em esplendor e alegria, cada vez mais alto, acima da terra, para onde n�o h� frio, nem fome, nem dor.Estavam com Deus. Na madrugada seguinte, a menina jazia enroscada as duas casas, com as faces rosadas e um sorriso nos l�bios. Morrera congelada na �ltima noite do ano velho. Embora o corpo congelado da menina represente uma advert�ncia grotesca para os presentes, suas �faces rosadas� e seu �sorriso� sugerem que ela teve uma bela morte e que ela transcendeu as coisas terrenas.
O narrador da hist�ria da vendedora de f�sforos nos leva para o mundo mental da hero�na, permitindo-nos sentir sua dor � medida que a temperatura cai e o vento uiva. Tamb�m presenciamos suas vis�es, primeiro de calor, depois de alimentos, de beleza e, finalmente, de afei��o e compaix�o humano. Se a imagem final do conto nos apresenta um cad�ver congelado, a morte da pequena menina � ainda assim uma �morte bonita� envolta a espiritualidade. A hist�ria contagia nossa imagina��o e continua sendo uma das mais memor�veis contos da inf�ncia.
Atrav�s das hist�rias infantis, adultos podem conversar com crian�as sobre o que � importante em suas vidas, sobre quest�es que v�o do medo, do abandono e da morte e fantasias de vingan�a e triunfos que levam a finais felizes. Enquanto observam figuras e viram p�ginas, adultos e crian�as podem estabelecer di�logos que geram efeitos da hist�ria e oferecem orienta��o para resolver assuntos que se assemelham ao mundo real.

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