VoyForums
[ Show ]
Support VoyForums
[ Shrink ]
VoyForums Announcement: Programming and providing support for this service has been a labor of love since 1997. We are one of the few services online who values our users' privacy, and have never sold your information. We have even fought hard to defend your privacy in legal cases; however, we've done it with almost no financial support -- paying out of pocket to continue providing the service. Due to the issues imposed on us by advertisers, we also stopped hosting most ads on the forums many years ago. We hope you appreciate our efforts.

Show your support by donating any amount. (Note: We are still technically a for-profit company, so your contribution is not tax-deductible.) PayPal Acct: Feedback:

Donate to VoyForums (PayPal):

Login ] [ Contact Forum Admin ] [ Main index ] [ Post a new message ] [ Search | Check update time | Archives: 1 ]


[ Next Thread | Previous Thread | Next Message | Previous Message ]

Date Posted: Fri October 26, 2007 17:13:06
Author: Fabiana (Analise do conto)
Subject: Ivan me desculpe o atraso






Contos de Fadas: um mundo de imaginação e influências na formação da personalidade

Fabiana Maria da Silva


RESUMO

Percebe-se que a literatura infantil é um acervo onde o mundo que se apresenta é mágico, as palavras tem o poder de nos envolver e nos transportar para um lugar que não é só imaginário, mas também real. È real porque no momento da leitura podemos vive-lo, mesmo que esse seja fruto de um imaginar, sentir, fruir, aprender e até mesmo sonhar, assim são os contos de fadas.

Palavra chave: Contos de Fadas - Herói – Fantasias

INTRODUÇÃO

Os contos de fadas, ou seja, o mundo fantástico que ele representa tem o papel de introduzir a criança na vida adulta, reunindo as em grupos semelhantes, tornando o papel da literatura na vida social plurifuncional influenciando na formação de sua personalidade.

Além da função estética extrai-se da literatura infantil as funções catárticas (provoca o prazer) e a função cognitiva agem na forma de conhecimento de uma realidade objetiva ou psicológica, surgindo então a purificação do sentimento. È através destes preceitos pode se acreditar que para as crianças os contos de fadas têm um valor especial, pois, através de sua estrutura é que se encontram personagens, sentimentos, valores e desafios, que correspondem as suas exigências possibilitando á digerir suas manifestações.

O conto de fadas por se tratar de uma obra aberta á subjetividade e possuir um caráter simbólico oferece a criança um modo simplificado de novas dimensões á imaginação, permitindo abertura de um leque de possibilidades interpretativas.


Bruno Bettelheim em A psicanálise dos contos de fadas (pág. 20-21) diz: “Os contos de fadas são impares, não só como forma de literatura, mas como obra de arte integralmente compreensível para a criança como nenhuma outra obra de arte o é”. Acontece com toda obra de arte o significado mais profundo do conto de fadas será diferente para a mesma pessoa em vários momentos de sua vida. A criança extrai significados diferentes do mesmo conto de fadas dependendo do interesse e necessidade no momento.

Os contos de fadas modernos evitam alguns dos problemas existenciais, ao contrário dos contos tradicionais, pois, a maldade e a bondade estão evidentes. O bem e o mal aparecem de forma simbólica através de seus personagens e ações que eles praticam, assim como acontece em nossa vida a todo o momento temos o bem e o mal sempre presente e através dessa dualidade entre um e outro é que se coloca um problema moral surgindo assim uma luta para ser resolvida e que por algum tempo o malvado ou a malvada consegue ficar em vantagem em Branca de Neve, João e o Pé de Feijão, Cinderela podemos identificar claramente estas características, e vence o melhor.

Diante ao encontro dessa possibilidade gerada pelos contos de fadas, nos deparamos com uma grande necessidade atual, que é apresentada por nossas crianças, de imaginar, criar, construir significados para sua própria existência.

No intuito de justificar esta discussão, apresento análise de um conto.

Quincas o macaquinho sem grilos

Num país muito distante, na grande Floresta Negra, o rei Leão 2000, resolvera se aposentar. Estava velho, ele já não possuía a mesma agilidade.
Mas como ainda possuía alguma energia, resolveu abrir uma escola. Tinha experiência como grande chefe e caçador e achou que poderia ser útil, ensinando aos animais pequenos algumas técnicas de defesa.
Os primeiros alunos foram chegando: um rato chamando Tuco, um macaco, Gibo e um elefante, Léo.
Gibo perguntou com humildade. - Com todo respeito, senhor, que quer dizer “defesa pessoal”?
- Defesa pessoal é a forma de cada um aprender a se defender do inimigo. De repente foi interrompido por um som de rock, e Quincas apareceu. Era um macaquinho esquelético e estranho.
Trazia um radio portátil grudado na orelha. Chegou gingando o corpinho acompanhado o ritmo da música. E gritou: Oi! Gibo, seu primo por parte de pai, tapou o rosto e gemeu, dirigiu-se ao Leão:__ Vai deixar que “essa coisa” freqüente nossa escola? O rato e o elefante até caíram no chão de tanto rir.

O rei, carrancudo, ordenou:__ Sente, moleque, e assista a minha aula de boca fechada. Entendeu? Quincas abriu os braços e cantarolou:__ Faz parte do meu show....O velho rei salivou de raiva. O Leão, furioso, contou até 10 para engolir a raiva. Os três alunos tremeram nas bases. Mas Quincas, indiferente, começou a tirar da bolsa seu material de trabalho. Miçangas de todas as cores e cordões fininhos e cipó. Depois olhou para o chefe com o maior cara de pau:__ Desculpe, vô. Enquanto escuto, vou fazendo um colar.
Bom, eu estava falando de defesa pessoal. Esta floresta é uma eterna armadilha. E cada um de vocês tem uma qualidade que pode ser desenvolvida. Para isso estão aqui. Terão assim uma arma contra nosso inimigo comum. __ Você sabe. Léo, qual sua arma natural? Não? É a sua tromba. O elefantinho ergueu a tromba e olhou para ela.__ Puxa! Uso minha tromba pra enxotá os bichinhos, sentir o cheiro, me lavá...nunca pensei__ Pois fiquei sabendo que, com ela, poderia varrer o inimigo de seu caminho e . Léo ficou inchado de orgulho. Tuco guinchou, aflito:__ E eu? E eu? Onde está a minha força?
__ Nos seus quatro dentinhos da frente. Com eles poderá roer cordas, tábuas e escapar de qualquer armadilha.__ Só isso? E quando eles se gastarem? O rei deu uma risadinha discreta. De rei __ Á medida que eles gastam, tornam a crescer. Além disso, você é muito ligeiro e dificilmente será agarrado.
Faltava Gibo. O macaco pulava, ___ Faltou eu, senhor...Rugido soou enérgico:___ Sossega o pito, macaco! Caramba! Um por vez. A sua arma está na esperteza, astúcia e facilidade de subir em árvores e pular de galho em galho. Vô. Não sou de subir em árvores, não!Meu lance é ficar aqui em baixo, sacou? Minhas mãos são as mais ligeiras. Mas não pra se pendurar em em galhos e sim pra amarrar e desamarrar fitas, botar as miçangas nos fios de cipó, fazer arranjos de flores. Trabalho de artesanato. Muito delicado. O rei virou-lhe as costas. Estava enjoado. Sua voz saiu áspera:__Você, Quinca, é a vergonha da Grande Família. Uma fruta podre que não pode contaminar as outras. Mas antes que isso aconteça, eu o expulsarei da Floresta. Palavra de rei!
Tuco se meteu na conversa para evitar outro acesso do Leão e quis saber:__ Desculpe, Majestade, mas quem é esse inimigo mortal?O rei rugiu:__ É o bicho-homem. Léo começou a tremer, _É mais perigoso que o leopardo e a cobra?__ Muito mais. __Então ele deve ser grande como uma montanha __ Qual nada! É um bípede de pele lisa como a lagartixa e que cair ao sopro de um vento, um pouco parecido com a família dos macacos. .O macaquinho escutou e ficou ofendido. __ Por favor, senhor, não confunda a minha raça com a desses podres seres. Léo quis saber mais.__ Quando ia explicar, mais uma vez foi interrompido. O mato farfalhou e todos olharam. E foi chegando uma gambazinha. Tuco puxou Gibo de lado.__Quem é ela? Nunca a vi por aqui.__ Conheço de vista, Seu nome é. Sherry e veio da América. Fuja dela.. __Por quê?__ Ela tem uma bolsinha de baixo do rabo. Quando se zanga, sai de perto. O rei não deu bronca pelo atraso Já sentira nos olhos a força de sua arma. Até amaciou a voz:
__ Por que demorou? .__ Eu estar na manicure até agora. O leão aceitou depressinha as desculpas e continuou a conversa interrompida: __ O bicho homem tem um jeito próprio dos covardes. Carrega sempre um gatilho, o instrumento cospe um fogo que entra na nossa carne e nos mata.Derrepente uma rede foi jogada violentamente sobre o corpo do velho leão distraído. O Coitado caiu. Os bichinhos rapidamente se esconderam atrás do mato cerrado e ficaram espiando. Dois homens armados entraram na clareira e um deles falou: __ Dessa vez, tivemos sorte, hein? Pegamos o bicho desprevenido.
O Leão já não se mexia. Os homens, deitados sobre suas capas, dormiam profundamente.
Tuco, Léo e Gibo estavam tremendo de medo. Só Sherry e Quincas permaneciam impassíveis. __ Léo, você pode salvar o rei, lembrou Gibo. Com a força de sua tromba, __ De que jeito? To com as pernas bambas. Vai você Tuco. Enfim..... no jogo do empurra, empurra quem acabou sendo o herói da estória foi o Macaquinho Quincas, aquele desajeitado, que para o Rei da floresta até então era a vergonha da família, com suas mãos ágeis e suas outras habilidades salvou o Leão dos caçadores e Quincas assumiu o reinado e floresta e ficaram felizes para sempre.


Fonte: Coleção Via Láctea
Autora: Marina


Em sua narrativa pode se perceber características originais do texto tradicional, apresento - o de forma bem reduzida, possivelmente este conto apresenta fatos que para as crianças são bem representativos.

A metodologia utilizada foi pesquisa bibliográfica.


Apesar de ser um conto moderno, possui todas as características visíveis de um conto clássico. Diante dessas, pode-se classificá-lo como conto de fadas.

Na maioria das vezes por ter um núcleo problemático existente os Contos de Fadas podem ser encarados como uma longa jornada onde vários conflitos acontecem, podem ir acontecendo em etapas, sendo que, cada um, abre um caminho para descoberta. A história de Quincas passa por essas jornadas a quais classificiquei-as como quatro etapas.

1ª - Travessia - Leva o Herói á uma terra diferente marcada por acontecimentos mágicos e criaturas estranhas. Quincas é o herói da floresta, apesar de ser um macaco, a floresta pra ele é um lugar diferente com animais diferente dele no modo de ser de pensar, pois tudo aquilo não faz parte de seu meio. O herói abandona a casa de seu pais, passa por diversas privações, no caso de Quincas não há castelo assombrado, nem casa de doces da bruxa, mas há, uma floresta onde existirá perigo a qualquer momento. Assim como característica do personagem nos contos de fadas, Quincas tem um percurso solitário, durante alguns anos. Podemos relacionar á uma criança moderna que freqüentemente se sente sozinho e isolada. Neste caso além da identificação em relação á família a criança encontra no macaquinho um meio característico comportamentais que pra elas se tornam comuns, quando a criança dar ênfase ao macaquinho esta se comparando ao seu meio em que vive.

2ª Encontro – Pode ser com uma presença diabólica ou uma bruxa malvada, talvez uma madrasta enfim algo assustador ou outra figura com características ameaçadoras. Quincas não se depara com bruxas, nem dragões mas assim como o rei leão e todos na floresta são atacados pelos caçadores.

3ª Conquista – O herói inicia uma batalha uma batalha de vida ou morte com uma figura malévola, que leva inevitalvelmente á morte ou á derrota. Nesta narrativa não há indícios de morte mas sim de um conflito de como salvar o rei leão, e também os outros amigos da floresta que tanto o criticaram.

4ª Celebração – Esse é o momento mais encantador do conto de fadas, todos os conflitos se encerram aqui não surgi nenhum casamento, mais surge uma grande união de famílias, em a vitória contra o caçador se sobressai, todos enaltecem o Herói, neste conto de Quincas ser reconhecido por seus colegas passou a ser o Rei da floresta.
Os conflitos vão surgindo na história e com se desenrolar caminhos se abrem e podem levar a criança a se convencer de que pode se sentir sozinha, mas no decorrer de sua vida quando precisar de ajuda receberá de alguém no momento necessário. Quincas não recebe ajuda de nenhum “ser” encantado, mas aparece uma gambazinha que lhe impulsiona a tomar atitude, e através de sua


coragem tornou-se o Herói, devido as suas virtudes, apesar de ser esquelético, esquisito, tinha amor e bondade em seu coração, pregando então a justiça.

Na maioria dos casos o Herói tem como seu aliado uma fada madrinha ou um conselheiro experiente, que incentiva o mesmo á realização de seus atos bondosos tornando possível a vitória, a união, ou que salvam de dragões, bruxas ou caçadores. Quincas tem sua fada madrinha é a Sherry, uma gambazinha também vinda de um terra diferente, mas com seu poder de magia e sedução encorajou e impulsionou Quincas á libertar o rei leão das garras dos caçadores. O uso constante da natureza e dos animais para a alegorização da existência humana aproxima os leitores á moral da história. Algumas dessas associações entre animais e características humanas (cabelos longos amarelo, unha pintadas, confecção de colares e outros...) mantém – se física em várias histórias e permanecem até os dias de hoje.

Quincas é um macaco, mas com características humanas, se torna diferente por ter cabelos grandes, amarelo, jeito esquelético, gosta de ouvir musica, faz artes enfim nem mesmo o leão com seu poder real, o elefante com sua dominação dos mais fortes, a gambá com sua beleza, astúcia e esperteza tiveram coragem de enfrentar os caçadores e salvar o rei leão, Quincas usou de sua coragem esperteza e agilidade de suas mãos para salvar á todos na floresta e fazer com que todos sejam felizes para sempre....

Trazendo para realidade, é através dos contos de fadas que podemos desenvolver nas crianças as suas melhores qualidades dos heróis e heroínas dos contos infantis, e criando um vinculo com a historia sua virtudes se desenvolverá mas mesmo quando se torna adulta este vinculo adquirido se permanecerá.

As características que mais se destacam no conto é preocupação com a segurança, a falta de tempo em que os pais deixam de se dedicarem mais aos filhos, a ausência do pai. E comum esse tipo de problema atualmente na sociedade, assim como essa criança existem várias outras que passam por esse conflito interno.

Através da estrutura do conto a criança insere nele novos significados, é através dele que expressam suas inseguranças e maneiras de pensar, agir e lidar com as dificuldades do seu dia a dia, isso pode ser comprado quando Bruno Bettelheim afirma na narrativa dos Contos que “os contos deveriam ser contados e não lidos, contar é preferível á ler, pois permite maior flexibilidade”.
Referencia Bibliográfica: BETTELHEIM, Bruno. A Psicanálise dos Contos de Fadas. Rio de Janeiro 1980.

[ Next Thread | Previous Thread | Next Message | Previous Message ]

Post a message:
This forum requires an account to post.
[ Create Account ]
[ Login ]
[ Contact Forum Admin ]


Forum timezone: GMT-4
VF Version: 3.00b, ConfDB:
Before posting please read our privacy policy.
VoyForums(tm) is a Free Service from Voyager Info-Systems.
Copyright © 1998-2019 Voyager Info-Systems. All Rights Reserved.