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Subject: Re: Como em Chicago nos anos trinta


Author:
América Latina
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Date Posted: 19/01/08 11:22:19
In reply to: Visitante aburrido 's message, "Como em Chicago nos anos trinta" on 15/01/08 20:40:53

As Alianças Criminosas da Coca-Cola, por Iván Cepeda Castro

Há 23 anos. Luis Javier Correa é trabalhador da multinacional na Colômbia. Também é o presidente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Indústria de Alimentação, Sinaltrainal. Um dia, em 1987, decidiu aderir à organização. À noite, quando chegou a casa, encontrou os seus irmãos e a sua esposa reunidos com o chefe de recursos humanos da empresa.

A visita era para avisar que pertencer ao Sindicato era perigoso. Como não se deixou amedrontar os seus dias na engarrafadora converteram-se num inferno. Ao chegar à companhia, os seguranças comunicavam a sua presença. Em certas ocasiões seguiam-no até ao seu posto de trabalho e escoltavam-no quando ia à casa de banho. Além disso, vigiavam-no através das câmaras instaladas por toda a fábrica. Qualquer desculpa era motivo para castigos, como quando deixou crescer a barba e foi submetido ao isolamento por vários dias. Depois começaram a pressioná-lo para saberem com quem se relacionava.

Os trabalhadores que falam com membros do sindicato ou consultam a propaganda sindical são chamados pelos chefes e intimidados. Em 1996, Luis Javier e outros seus companheiros foram acusados de terroristas mas o processo judicial não prosperou.

Nas cinco fábricas das filiais da Coca-Cola no país trabalham 8700 empregados. Destes, 70% são temporários ganhando menos que o salário mínimo em troca de 16 horas de trabalho diário. Este pessoal subcontratado é submetido a toda a espécie de humilhações. Não têm direito a sindicalizar-se, e os que se dedicam às vendas estão obrigados a cumprir cotas diárias se não quiserem perder o emprego. Alguns optam por se endividar pagando com o seu próprio dinheiro a mercadoria excedente.

Em 1996, no município de Carepa, Antioquia, um grupo paramilitar entrou na fábrica, assassinou o líder sindical Isidro Segundo Gil e reuniu os empregados para lhes dizer que, se não deixassem de pertencer ao Sindicato, seriam mortos. À tarde, os paramilitares voltaram para tentar sequestrar outro sindicalista, mas este conseguiu fugir. Nessa mesma noite saquearam e incendiaram a sede da Sinaltrainal.

O gerente da fábrica em Carepa, Ariosto Mosquera, tinha ameaçado publicamente os sindicalistas dizendo-lhes que os tinha denunciado aos paramilitares para estes os assassinarem. Nem o comandante da Brigada do Exército, Rito Alejo Del Río, nem o governador de Antioquia de então, Álvaro Uribe Velez (1), tomaram qualquer atitude em relação ao caso. Os sindicalistas tiveram de renunciar e sair da região.

Em Fevereiro de 1999, a revista Cambio publicou uma extensa reportagem em que informava que Rubén Darío Salazar, um alto executivo da companhia, havia reunido com os chefes paramilitares Ramón Isaza e Carlos Casteño. Volta e meia, nas casas de banho de todas as fábricas do país, aparecem mensagens assinadas pelas AUC (1) com ameaças aos líderes sindicais.

Há dias (3) um tribunal dos Estados Unidos absolveu a multinacional Coca-Cola de acusações por violação dos direitos humanos na Colômbia. Ainda assim, cinco universidades dos Estados Unidos puseram fim aos contratos com a Coca-Cola pelos seus vínculos com os grupos paramilitares colombianos.

15/10/2006

(1) Hoje é o Presidente da Colômbia.
(2) Autodefesas Unidas da Colômbia – grupo paramilitar de extrema-direita responsável pela morte e tortura de milhares de camponeses na Colômbia. Funciona como braço armado do Governo Colombiano.
(3) Este artigo foi escrit em 15/10/2006
Notas dos tradutores (Andreia Egas e Jorge Feliciano)
Artigo retirado de ANNCOL

1 comentários:

Rui Faustino disse...

Polícia invade a CIPLA - fábrica ocupada no Brasil!

Em Outubro de 2002, sem receber salários e direitos, os trabalhadores da Cipla (empresa do ramo plástico de Joinville – SC) deflagraram uma greve e depois ocuparam a empresa. Desde então a empresa vem produzindo sob controle dos trabalhadores. Mas as dificuldades são muitas, pois os antigos patrões deixaram dívidas monstruosas. Como boa parte destas dívidas é com o Governo Federal, os trabalhadores se dirigiram ao Governo Lula exigindo a estatização da empresa como única forma de salvar seus postos de trabalho. Quando Lula recebeu os trabalhadores, formou uma comissão técnica chefiada pelo BNDES que concluiu que a única saída é a estatização. Mas enquanto o Governo não toma uma atitude, os trabalhadores não param de lutar e continuam produzindo. Nestes quase 5 anos de luta os trabalhadores conseguiram aumentar o faturamento da empresa, reajustar os próprios salários, efetivar os estagiários, reduzir a jornada de trabalho para 30 horas semanais, entre outras melhorias!

Depois da Cipla, por todo o país, trabalhadores de várias empresas – como Interfibra, Flaskô, Flakepet, Ellen Metal, Botões Diamantina, Fibracôco, JB Costa, Cozinhas Oli, Deslor, Calfort, etc. – decidiram partir pra ocupação e lutar pela estatização sob controle operário.

A classe trabalhadora brasileira já cansou de ser explorada pela burguesia! Quando os trabalhadores se colocam em luta, os detentores do poder fazem de tudo para esmagá-los. Desde 2002 os trabalhadores das fábricas ocupadas enfrentam ameaças de reintegração de posse, corte de energia, leilões e retirada de máquinas, etc. Os empresários de todo o país vêem as vitórias e avanços conquistados pelos trabalhadores da Cipla e das outras fábricas ocupadas como uma ameaça à propriedade de suas empresas! Os patrões de todo o Brasil têm medo que os trabalhadores de suas empresas, seguindo o exemplo da Cipla, não permitam continuar sendo explorados!

Na manhã deste 31 de Maio de 2007, os trabalhadores da Cipla foram surpreendidos por 150 homens da Polícia Federal, fortemente armados, que invadiram a fábrica para prender os membros da comissão eleita pelos trabalhadores. O juiz federal substituto concedeu a ordem judicial por pedido do INSS!

Neste momento os trabalhadores estão organizados e mobilizados para realizar assembléias nas diversas fábricas ocupadas e um grande ato amanhã (01/06) em frente à Cipla. Os trabalhadores pedem que, imediatamente, sejam enviadas cartas, moções, sejam feitas ligações telefônicas e que todos que puderem se dirijam à Cipla em apoio à luta contra qualquer ameaça da justiça federal ou dos antigos patrões.

A todos os trabalhadores, sindicatos, entidades estudantis, organizações populares e movimentos sociais, a todos os cidadãos: Enviem urgentemente mensagens e moções ao Juiz Federal Substituto, aos Ministérios da Justiça, do Trabalho e da Previdência, e ao Presidente da República (sugestão de texto abaixo):

Sr. Juiz Federal Dr. Oziel Francisco de Sousa,

Srs. Ministros Tarso Genro, Carlos Lupi e Luiz Marinho

Sr. Presidente Lula

Cessem imediatamente a perseguição aos trabalhadores e à comissão de fábrica da CIPLA!

Ordenem que a Polícia Federal se retire da fábrica e permita a entrada da comissão de fábrica sem ameaças de prisão, que permita que os trabalhadores se reúnam em assembléia e decidam livremente! Os únicos que podem destituir a comissão eleita pelos trabalhadores são os próprios trabalhadores!

A Polícia Federal deve ser dirigida contra os corruptos e traficantes e não contra os trabalhadores!!!

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Subject Author Date
Re: Como em Chicago nos anos trintaAmérica Latina19/01/08 11:26:05


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