Re: Ética na Informática (sobre os aúdios) -- Informática e Ética

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Date Posted: 07:24:21 04/29/09 Wed
Author: Matheus Tavares
Subject: Re: Ética na Informática (sobre os aúdios)
In reply to: Matheus Tavares 's message, "Re: Ética na Informática (acrescentando uma informação)" on 06:23:58 04/29/09 Wed

Os arquivos de aúdio trazem uma discussão muito interessante, e que talvez seja a que chame mais a nossa atenção, pois traz a discussão sobre a ética que mexe com nossas carteiras, a ética comercial, ao meu ver, esse é um assunto muito mais delicado do que parece, é quase como um cobertor curto, se você puxar demais para um lado, o outro lado fica descoberto e vice-versa, logo vamos analisar por partes, e avaliar o caso pelo lado de todos que estão envolvidos, nesse caso, nós temos 3 partes principais para analisar: Parte Consumidora (todos NÓS somos consumidores), Parte Produtora (aqueles que produzem os produtos, e logo tem de receber a maior parte da venda daquilo que produziam) Parte Política (aqueles que recebem parte dos lucros das vendas de produtos com o intuito de que essa porcentagem, que não é pequena, volte para a primeira Parte, a parte Consumidora[ou não]).
Primeiro, a Parte Consumidora, eu acho que nós perdemos um pouco o fio da meada do debate nessa parte, pois nós acabamos enxergando somente o próprio umbigo, o que é absolutamente normal de acontecer conosco, nos esquecemos de que a parte consumidora inclui além de nós, que somos pessoas em sua maioria, acredito eu, entre a Classe Média Baixa e a Classe Média-Média (sim, essa denominação realmente existe xD) outras pessoas cujas rendas variam desde a Classe Baixa a Classe Alta, e outras que vivem abaixo da linha da pobreza, todas essas pessoas fazem parte do mercado consumidor, porém, parece que nos esquecemos que o Brasil é um país em que a distribuição de renda é incrivelmente injusta, logo cerca de 75% da riqueza do país, está na mão de apenas 15% da população, e essa população, logo tem o que chamamos de alto poder aquisitivo, são essas as pessoas que em sua maioria sustentam o mercado oficial de produtos como por exemplo, jogos e softwares, sabendo disso, as empresas que comercializam esses tipos de produtos, não precisam diminuir nem o custo nem a qualidade de seus produtos, visto uma vez, que sempre existirá um mercado consumidor para esses produtos, e o governo que constitui a parte política, também estará feliz, pois mesmo a população que possui menor poder aquisitivo continue poupando e juntando dinheiro guardado, a população que possui alto poder aquisitivo, continuará gastando, mesmo que poucas vezes, de forma muito pesada, o que fará com que a economia não pare de girar, o que mantém o PIB do país em crescimento, e deixará a população em geral feliz, logo se formos ver as pessoas que tanto falam em ética, geralmente são aquelas que possuem um poder aquisitivo decente, não que eu digo que falar em ética seja errado, mais para que o cidadão que tem um poder aquisitivo baixo possa poder adquirir produtos oficiais, o certo não seria o produtor, a Parte Produtora abaixar o preço de suas mercadorias, e sim o governo, a parte política (que na teoria seria a que menos influenciaria na questão por possuir a menor fatia nos lucros, mas na pratica ser o fiel da balança nesta questão) redistribuir melhor a renda entre a população do país, parece simples não? É só redistribuir a renda melhor e "problem solved", porém ainda temos uma série de problemas, que são o que na verdade atrapalham uma reforma economica no país, entre eles temos: o desvio do dinheiro da Parte política, o dinheiro destinado à parte política, não foi feito para ser usado pela parte política, essa parte foi criada para que esse dinheiro voltasse para nós, a Parte Consumidora, em melhorias em estradas, escolas, hospitais e "otras cositas más" que são propriedade da Parte Política e da Parte consumidora (população) em conjunto, porém, de acordo com o que vemos, o dinheiro tem ficado com o Governo, que são os membros da parte política, e se esse dinheiro tem voltado para a população, não tem voltado para nossa faixa da população, pobres mortais, quer dizer pessoas de Classe Média, pois pelo que vemos nossas ruas não são todas asfaltadas, nossas escolas estão caindo aos pedaços, e nossos hospitais não tem infra-estrutura adequada nem para nos recepcionar, quanto mais nos atender, logo, o primeiro passo seria aniquilarmos, quer dizer, conscientizar (de alguma forma, se é que isso é possível, estou sendo hipotético) o Governo, membros da Parte política de que eles não devem desviar o dinheiro da população. Outro problema seria o seguinte, nós queremos redistribuir a renda, não dar dinheiro de graça para as pessoas (isso não é pleonasmo não né?) logo muitas pessoas que hoje nem sabem ler, teriam que começar a fazer trabalhos que não estão acostumados a fazer, que envolvem assuntos que eles infelizmente não dominam, para isso essas pessoas teriam que se preparar, fazer cursos específicos a jato, aumentar seu nível de escolaridade, até aí tudo bem pois a parte política poderia com a redistribuição de renda, fazer também uma redistribuição de tempo do trabalhador, em países de IDH superior a 0,900, em que existe uma distribuição de renda, praticamente ninguém precisa trabalhar mais que 5 horas por dia e ter dois empregos, logo além das pessoas terem tempo ábil para estudar, ainda teriam tempo para dar mais atenção para os filhos, o que de tabela diminuiria a violência, (só para se ter uma ideia, na Islandia de IDH 0,968, o maior número de casos de pessoas que não morrem por causas naturais, se deve aos suicídio, cerca de 1.400 por ano, num país de 363.468 habitantes) até aí tudo bem, mais aí vem o problema em si, o que a gente faz com aquelas pessoas que simplesmente não querem nada (pense bem você conhce uma dezena delas, ainda mais se você joga futebol na rua...) qual seria a melhor coisa a fazer com essa parcela da população que com certeza não seria pequena????
Enfim não quero ser muito problemático, mais realmente uma conversa sobre ética, desencadeia várias outras discussões sociais, e é simplesmente isso que eu penso.
Um abraço a todos

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