Bom, falta de recursos interfere também em oferecer aos alunos uma oportunidade de aprendizagem menos privilegiada. Pois, como o próprio texto de Sheerin (1989) coloca em sua introdução, há muitos recursos necessários para o desenvolvimento do aluno em um centro de auto-acesso. Eu, acho que isso não tange exclusivamente o centro de auto-acesso. Todos aprendizes precisam ter contato com materiais como revistas, gramaticas, fitas, video, som, Cd, textos, etc. A autora aponta (p 14 e 15): gravadores de fita cassete, laboratorios áudio ativos, computadores e estações de video.
Sabemos que a importância dos materiais deve ser levado em consideração, mas concordo com vocês e a autora de que isso não pode ser uma desculpa pela má qualidade da aula.
Basta ter criatividade e criar seu proprio material. Podemos usar gravuras de revistas e variados para produzirmos flashcards. Podemos usar retalhos de cartolina (free) de gráficas e produzirmos infinitas atividades de speaking, conversation, oral composition, pair work, etc.
VOcê tocou em um ponto muito interessante, Mônica - a fala é a principal ferramenta do professor. Nos países escandinavos, por exemplo, onde tenho muitas amigas, eles aprendem a falar inglês e outros idiomas nas próprias escolas públicas. Isso é totalmente possível, toda a população, praticamente, da Dinamarca, Suécia, Finlândia e Noruega falam inglês muito bem.
Sabemos, pois, que no Brasil, isto não é realidade ainda, ou seja, o professor não usa a língua alvo como seu melhor recurso muitas das vezes não pela falta de materiias didáticos e recursos paradidáticos, mas pelo que você apontou - sua incapacidade de estar falando o idioma.
PAIVA (inédito p: 11) fala sobre isso em seu texto Autonomia e Complexidade. Leia cuidadosamente o trecho:
"Se, por um lado, podemos culpar o professor por não dar ao aprendiz um ensino de qualidade, por outro, não podemos deixar de ver ambos como vítimas das relações de poder. O professor mal formado é ele próprio vítima de currículos inadequados, vítima de sua situação econômica, vítima de um contexto desfavorável que não lhe dá acesso a falantes ou a tecnologias que possam compensar essa ausência de contato com uma comunidade de prática em língua estrangeira. Sem o domínio de sua ferramenta básica, fica difícil a qualquer pessoa exercer sua profissão com competência."
Bom, como vimos o professor nem sempre é 'culpado', mas como PAIVA nos mostra, é vítima da situação também.
Alguém discorda?
Abraço a todos. Boa semana.
Micheline
>>Roseane e colegas,
>
>Com toda certeza falta de recursos nao pode ser uma
>desculpa. Na minha opiniao o principal recurso que o
>professor pode ter na sala de poucos recursos é a
>própria fala, ou o uso da oralidade na língua alvo, e
>infelizmente na maioria das vezes é o recurso menos
>usado ou totalmente ignorado na rede pública, e o
>motivo,muitas vezes é a incapacidade do professor de
>se comunicar na L2. A capacitacao dos professores pode
>ser um dos maiores impecilhos ao desenvolvimento da
>autonomia. Vocês nao acham?
>
>Senhorinha Mônica
>> >
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