Subject: Re: Grupo de críticos internos (...), fala em "divórcio" entre a Direcção e as estruturas locais |
Author:
Alexandra Inácio
|
[
Next Thread |
Previous Thread |
Next Message |
Previous Message
]
Date Posted: 8/05/05 11:31:26
In reply to:
Manuel Agostinho Magalhães
's message, "Bloco convencional" on 7/05/05 13:23:29
Democraticidade interna domina Convenção do BE
primeiro dia Teixeira Lopes assegura que "não há sectarismo no partido"
Grupo de críticos internos, que ganharam voz, fala em "divórcio" entre a Direcção e as estruturas locais
Direcção do Bloco foi alvo de críticas, por alegado funcionamento centralizador
Alexandra Inácio, JN, 8/05/05
AIV Convenção do BE, que termina amanhã em Lisboa, deveria definir a reorganização do partido para a nova dimensão eleitoral, mas foi o debate em torno da democracia interna que dominou o primeiro dia de trabalhos.
No final da batalha entre dirigentes e críticos, Francisco Loução "pôs um ponto de ordem" "Esta não é uma convenção de iluminados", mas da diversidade das bases, defendeu. Porque "o pluralismo é a força e o código genético" do BE.
É indisfarçável que o crescimento eleitoral deu mais voz aos críticos. Um deles, José Casquilho, disse recear "a estalinização do BE", Louçã respondeu-lhe que o Bloco é o "único partido do país que permite tendências".
(...)
Se a lista da Direcção vencer, Louçã será eleito coordenador da Comissão Política, órgão que Daniel Oliveira e Pedro Soares deverão o novo órgão, além dos oito dirigentes da actual Comissão Permanente.
"Não há sectarismo no BE, nunca haverá delito de opinião", garantiu João Teixeira Lopes, logo na intervenção inicial. Um aviso a quem contesta a inclusão de sanções nos estatutos - cuja revisão deverá hoje ser aprovada - e aos subscritores da moção alternativa.
O mote para o debate estava dado. Não é a primeira vez que Helena do Carmo e Teodósio Alcobia apresentam um documento orientador alternativo ao da direcção, mas foi a primeira vez que os dirigentes responderam, de forma tão veemente e repetida, às críticas.
"Temos problemas e devemos ser exigentes na nossa vida interna. Mas dispensamos o simplismo, a suspeita e os processos de intenção", afirmou Miguel Portas. "Não queremos ser uma tendência no BE", respondeu Helena Carmo, admitindo que o documento orientador que subscreve não define uma alternativa política. "Queremos é aprofundar o debate ideológico", disse, criticando a centralização do BE no Parlamento e na Direcção e o "divórcio" face às estruturas locais.
O debate prosseguiu taco-a-taco. Jorge Céu lançou um repto à próxima direcção para promover um debate com todos os distritos sobre "métodos mais transparentes de participação". Teixeira Lopes acolheu a iniciativa e exigiu aos críticos que propostas concretas.
Depois, foi José Aleixo que contestou a falta de participação dos militantes de base "Não quero que aconteça ao BE o mesmo que aconteceu há uns anos ao PRD". Fernando Rosas refutou a comparação. Democracia "não é concorrer contra a direcção sem uma política".
Bons juntos com menos maus...
Raquel Varela, da tendência Ruptura FER, uma das sensibilidades políticas do BE, considerou anedótica a adesão ao Partido de Esquerda Europeia. "A lógica dos bons que se juntam aos menos maus para derrotar os maus" desiludiu milhões de pessoas nos últimos 100 anos, disse, criticando a ausência de debate sobre a integração do BE numa família europeia, após a eleição de Miguel Portas para o Parlamento Europeu. A direcção não tardou a reagir.
Visivelmente irritado, Luís Fazenda afirmou que a "anedota" de Raquel lhe "arrepiou a espinha". "Todos querem entrar no PEE. Seríamos os parvos da Europa se fosse aprovada essa proposta", atirou. Para o líder parlamentar, a batalha "contra a guerra preventiva, o neoliberalismo e a saída da OTAN" são as prioridades do PEE. "Não quero recuar dez anos, quando corria as capitais europeias e não conseguia falar com ninguém", lembrou, recebendo uma das ovações da tarde.
[
Next Thread |
Previous Thread |
Next Message |
Previous Message
]
| |