| Subject: Só mais uma achega... |
Author:
João Luís
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Date Posted: 3/07/05 15:38:51
In reply to:
Fernando Penim Redondo
's message, "Mas a pergunta, pertinente e imperativa, deve ter resposta. Como se chegou a isto?" on 3/07/05 12:46:47
1 - Independentemente dos erros que o PCP tenha cometido, há uma realidade: o PCP é o único partido que continua a lutar contra a política de recuperação capitalista e monopolista a tal que Agostinho Lopes lembra que “teve como eixo central a reconstituição dos grupos económicos monopolistas. A reconstituição do seu poder económico, social e político. Os tais grupos económicos que, para António Guterres, seriam «os elementos racionalizadores das transformações económicas do país, da modernização e de um novo modelo de especialização». E com a reconstituição dos grupos, a oligarquia financeira, (…) fugida da Revolução de Abril, revitalizada com o sangue novo das benesses e capital, muito capital, oferecido pelos governos PS e PSD, reforçada e renovada com novos grupos e contando com a cumplicidade activa do capital transnacional, qual vampiro renasceu das cinzas, para fazer chegar o país aonde agora estamos.”
E é isto o essencial. Continuar a luta contra a política de recuperação capitalista e monopolista.
2 - E na sua acção o PCP tem observado uma associação entre os objectivos políticos essenciais e os objectivos imediatos. Sobre isto diz Álvaro Cunhal (1):
“O desenvolvimento da luta de massas, o desenvolvimento da luta política, não se pode só dar com um objectivo que pode ser distante, um objectivo que conduz toda a nossa acção mas que não está ainda à vista.
Os factores de mobilização de massas, de mobilização das energias, a experiência mostra ao longo destes anos serem interesses, aspirações, motivações muitas vezes de carácter imediato.
Nas mobilizações de massas não se está a apontar para um fim longínquo. Muitas vezes aponta-se para um problema bem concreto, imediato, do dia, da hora. E é o desenvolvimento dessas acções com objectivos imediatos que se enquadra numa perspectiva geral, de uma luta mais ampla com objectivos ulteriores. Podemos ver em todos estes 70 anos esta configuração da acção do nosso Partido: esta associação entre os objectivos que se traçam para um período determinado, objectivos políticos mais globais e mais gerais e a luta por interesses concretos, por objectivos concretos imediatos.
É uma experiência que acompanha os 70 anos do Partido. Até podemos dizer que, quando essa associação é mais nítida, o êxito é mais fácil e nós avançamos e quando o objectivo é mais distante perdemos o factor de mobilização imediata, começamos a distanciar-nos das massas e atravessamos períodos de maiores dificuldades.”
(1) Álvaro Cunhal, “Duas Intervenções” Cadernos da História do PCP-3, intervenção feita a 2 de Março de 1991
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