Subject: Bambi ao serviço da CIA |
Author:
Pedro Campos
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Date Posted: 7/07/05 11:18:54
Bambi ao serviço da CIA
Pedro Campos
Avante!
Esqueçam Walt Disney. Este é outro Bambi. Falamos do terrorista Luís Posada Carriles, químico de profissão e bombista por devoção… devidamente remunerada, claro está. Este cubano a soldo da CIA desde 1960 – não o dizemos nós, mas o seu advogado – tem uma “respeitável” folha de serviços.
Curiosamente, começou a trabalhar numa multinacional norte-americana, a Firestone, e nunca mais deixou o colo do monstro. Nos tempos do ditador Batista Fulgencio, trabalha para a sua polícia repressiva, uma boa carta de apresentação para o seu futuro. Em 1961, faz parte da brigada mercenária que invade Cuba com apoio da CIA na era Kennedy e é derrotado na Baía dos Porcos.
Agente da CIA, colaborador do FBI, especialista em explosivos, director de agência de segurança na Guatemala; chefe departamental da polícia política venezuelana, na época de Andrés Pérez e – está dentro da lógica – responsável do departamento de “ajuda humanitária” do Departamento de Estado dos EUA, em Ilopango, Honduras, de tudo tem sido este perigoso fascista, que, para mais referências, é também membro do exército do Tio Sam. Tudo absolutamente coerente!
Biógrafo das suas próprias “façanhas”, Bambi conta-as, pelo menos parcialmente, em «Los Caminos del Guerrero» e também no seu sítio na Internet, onde se confessa aluno da CIA e admite alguns dos actos terroristas nos quais participou. Explosivos, instrumentos de morte, técnicas incendiárias, acções de comandos, destruição de barcos cubanos, sabotagens contra embaixadas e missões diplomáticas – ver www.nsarchive.org, da George Washington University – são algumas das acções pelas quais acha que não está a receber as devidas compensações por parte dos seus novos amos no governo de Washington. Por isso, hoje é um homem – homem com “h” muito pequenino – ressentido e que só não rompe com o patrão porque lhe falta outra opção igualmente desprezível. Na sua opinião, ter «promovido os interesses deste país – os Estados Unidos – durante quatro décadas» mereceria outro tratamento.
UMA BATATA QUENTE PARA BUSH
Posada Carriles foi o responsável directo pela explosão de um avião da companhia Cubana de Aviação, que, em 1976, causou a morte a várias dezenas de atletas e outros passageiros – no total 73 pessoas – que viajavam de Caracas a Havana, com escala em Barbados. Por este crime, esteve preso na Venezuela, mas conseguiu fugir do cárcere, inexplicavelmente ou não tanto. No ano de 2000 foi detido no Panamá, acusado de intentar o magnicídio de Fidel Castro. A presidente Mireya Moscoso indultou-o escandalosamente, na véspera da transmissão do poder ao seu sucessor. Neste momento – Washington não consegue negar a informação – está na Florida, no covil repugnante dos antifidelistas, e a Venezuela já solicitou formalmente a sua extradição para que termine a pena a que foi condenado. Qual será a posição de Bush? Ele que é tão fala-barato, até agora, ainda não disse “esta boca é minha”, mas o New York Times já falou.
Num editorial recente, começava por dizer que «em nome da credibilidade, da coerência e da justiça para 73 vítimas, a Luís Posada Carriles, o suspeito principal da explosão do avião cubano em 1976, não se deveria dar asilo político nos Estados Unidos». Impõe-se, acrescenta o jornal, que seja «arrestado, extraditado e julgado, de novo, não só pelo atentado contra a linha aérea cubana, mas também por outros ataques terroristas em cuja planificação admitiu ter participado». Depois de adiantar que é difícil, para não dizer «impossível», julgá-lo nos Estados Unidos porque esses crimes foram cometidos noutros países, o NYT lamenta ainda que Bush não reconheça o Tribuna Penal Internacional, e que esta situação deixa, «como inapelável, a aprovação do pedido de extradição apresentado pela Venezuela, principal base de operações de Posada durante o período de ataque ao avião cubano».
Como não podia deixar de ser, o antichavismo doentio do NYT vem à superfície e adianta que a «estreita aliança» entre Chávez e Fidel Castro pode significar que Posada «termine por ser julgado em Havana».
Realmente, uma batata quente para Bush este Ben Laden tropical. Está entalado entre o seu alegado «compromisso de não oferecer refúgio a terroristas» – são vários a viverem nos Estados Unidos – e «a sondagem da feroz comunidade cubano-americana anticastrista, que ajudou a transformar o Estado da Florida numa coluna republicana nas últimas eleições».
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