Author:
Fernando Penim Redondo
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Date Posted: 25/10/05 19:09:37
In reply to:
Medina Carreira, Público 25/10/2005
's message, "No fio da navalha" on 25/10/05 18:56:09
Pecebo onde o Medina Carreira quer chegar e até penso que ele, na sua crueza, tem bastante razão.
No entanto acho que a sua caracterização do "Partido do Estado" é muito genérica e mete no mesmo saco coisas muito diferentes (por exemplo misturando aqueles que cumpriram as suas obrigações profissionais e cívicas com os que viveram no facilitismo dos compadrios).
É preferível definir o "Partido do Estado" como o conjunto daqueles que beneficiam indevidamente de:
1 - Obras públicas que custam três ou quatro vezes mais do que o valor orçamentado (a Casa da Música, no Porto, é apenas o último e significativo exemplo)
2 - Medicamentos e exames de diagnóstico comprados em excesso e por preços leoninos (em 2002 foram gastos pelo SNS nestes artigos 2.774 milhões de euros, ou seja 556 milhões de contos)
3 - Ordenados exorbitantes de gestores de empresas públicas que os próprios se auto-atribuem (sempre acompanhados de uma miríade de complementos como cartões de crédito, seguros de vida, prémios de gestão, despesas de representação 14 meses por ano e outros)
4 - Pensões de reforma cujos elevados montantes não têm qualquer correspondência com os descontos efectuados pelos beneficiários (o caso do Ministro das Finanças, reformado ao fim de seis anos de trabalho e com 48 de idade, é apenas um entre milhares).
5 - As propinas escolares, o custo dos cuidados médicos e de todos os outros serviços prestados pelo estado aos estratos sociais ou profissionais cuja fuga ao fisco é encapotadamente tolerada (como é o caso da maior parte das profissões liberais e certos estratos do empresariado).
6 - Os múltiplos ordenados dos “eleitos locais” obtidos nas empresas municipais por eles criadas
7 - As subvenções mensais vitalícias e subsídios de reintegração atribuídas aos políticos.
8 - As contribuições da República para os partidos políticos
9 - Os ordenados dos funcionários públicos excedentários que, em muitos casos, foram admitidos apenas por serem filhos ou afilhados do “senhor Director Geral” quando não sobrinhos da porteira.
10 - Os custos de serviços do Estado redundantes, ou mesmo prejudiciais, que não produzem nada de útil e até contribuem para empatar as iniciativas válidas.
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