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Jer�nimo de Sousa
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Date Posted: 26/10/05 23:52:00
Jer�nimo de Sousa, Com�cio em Lisboa, em 21/10/05:
(...)
"Ontem, depois de meses de calculada e bem encenada expectativa e falsa reflex�o, Cavaco Silva, o candidato da direita, apresentou formalmente a sua candidatura � Presid�ncia da Rep�blica.
Uma candidatura que se sabia que antes de o ser j� o era, cuidadosamente preparada, planeada e gerida com o objectivo de branquear o seu passado de governante ao servi�o dos grandes interesses e do processo de recupera��o capitalista contra Abril que liderou em favor do grande capital nacional e internacional.
Processo que est� na origem dos nossos atrasos estruturais e das actuais dificuldades que o pa�s atravessa.
Opera��o de branqueamento cuidadosamente pensada com o objectivo da constru��o de uma nova e falsa imagem que quer mostrar Cavaco Silva como o economista de rigor e neutro, predestinado a �salvar a p�tria�, a pairar por cima dos partidos e dos interesses e que ontem culminou naquela ser�fica declara��o de �anjo� sem m�cula.
Quis sacudir o passado n�o clarificando o pensamento e objectivos que persegue!
Maquilhagem para esconder a real natureza da sua candidatura � uma candidatura de submiss�o do poder pol�tico ao poder econ�mico � e da uma vis�o instrumental dos partidos que o apoiam pelos homens do grande capital.
� este D. Sebasti�o do s�culo XXI que deixou o pa�s numa profunda crise ap�s dez anos do seu governo, que se p�s em fuga perante o desastre da sua pol�tica e que o povo portugu�s maioritariamente condenou e derrotou que se apresenta agora, messi�nico, a oferecer a salva��o do pa�s.
O governante que trocou o futuro e a defesa da nossa agricultura, das pescas e da nossa ind�stria por uma m�o cheia de Ecus que se esva�ram por entre os dedos dos poderosos, como o ouro do Brasil, ficando o pa�s mais pobre e exaurido.
Cavaco Silva faz parte desse cortejo de ex-governantes que t�m o monop�lio dos espa�os de debate, onde se sentam apenas os �pr�s� e onde os �contras� s�o, quando s�o, a flor decorativa para salvar as apar�ncias e que do alto do seu pedestal e quantas vezes com petulante jact�ncia passam a vida a dar receitas e a apontar caminhos, mas que sempre que assumiram responsabilidades deixaram o pa�s pior do que o encontraram.
N�o h� camuflagem que esconda as enormes responsabilidades e as malfeitorias dos governos de Cavaco Silva, a sua arrog�ncia e o seu autoritarismo.
E se o tempo as pode fazer esquecer, e as outras candidaturas o deixam passar em branco, a n�s compete lembr�-lo.
Foi Cavaco Silva que, durante os dez anos que esteve � frente do governo do pa�s, que protagonizou uma das maiores ofensivas contra os direitos individuais e colectivos dos trabalhadores e deu rosto ao mais grave desrespeito pelos valores e princ�pios b�sicos do regime democr�tico com uma pr�tica governativa � revelia e contra a Constitui��o da Rep�blica.
Foi com Cavaco Silva e no seu ciclo governativo que se iniciou o processo de subvers�o das leis laborais, da lei da greve, dos despedimentos, abrindo as portas aos despedimentos colectivos e ao aumento da idade da reforma das mulheres dos 62 para os 65 anos, que executou o primeiro acto repressivo contra elementos das for�as de seguran�a.
Foi Cavaco Silva que, insens�vel �s injusti�as, promoveu um redobrado ataque ao trabalho com direitos, apoiou e incentivou as rescis�es e as pr�-reformas for�adas de acordo com os interesses do grande capital e aprofundou as desigualdades sociais
Foi com Cavaco Silva no governo que se acelerou o processo de reconstitui��o das grandes fortunas e de entrega do melhor patrim�nio p�blico empresarial, nomeadamente as empresas dos sectores b�sicos ao capital estrangeiro. Olhando para os seus mais destacados apoios � caso para dizer que �amor com amor se paga�.
N�o � por acaso que ainda hoje Cavaco Silva tem o apoio incondicional dos grandes senhores do dinheiro e dos grandes interesses, dos Belmiros, dos Teixeira Pinto do BCP, dos Dias Loureiro do BPN.
Realidade bem patente tamb�m nos apoios e na constitui��o do n�cleo duro da sua campanha, a come�ar pelo seu director de campanha, um dos fundadores do conclave do Beato e ac�rrimo defensor dos despedimentos selvagens.
Foi Cavaco Silva, o respons�vel pela entrada sem prepara��o de Portugal na moeda �nica que conduziu � perda de mais de 20% da nossa competitividade em rela��o � m�dia europeia.
� este o candidato da instabilidade democr�tica com o qual a direita acalenta a esperan�a de subvers�o do sistema de poder constitucionalmente consagrado e de um presidencialismo autocr�tico.
Este � a candidatura que se imp�e derrotar no pr�ximo m�s de Janeiro!"
(...)
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