Author:
Jerónimo de Sousa
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Date Posted: 29/10/05 19:31:05
In reply to:
Jerónimo de Sousa
's message, "Avançar e Crescer por um Portugal com Futuro" on 28/10/05 1:06:07
Intervenção de Jerónimo de Sousa,
Candidato à Presidência da República
Santiago do Cacém, 29 de Outubro de 2005
(…)
Depois destes meses de árduo trabalho, uma nova e importante batalha eleitoral se perfila no horizonte dos próximos três meses. A batalha das eleições para a Presidência da República.
Combate eleitoral que assumimos de corpo inteiro pela afirmação de um projecto de futuro para Portugal e para travar um firme e decidido combate ao candidato da direita e aos velhos projectos dos partidos que o apoiam de apropriação do órgão de soberania – Presidência da República.
A semana passada, depois de meses de bem encenada expectativa e falsa reflexão, Cavaco Silva, o candidato da direita, apresentou formalmente a sua candidatura à Presidência da República.
Uma candidatura cuidadosamente planeada e gerida com o objectivo de branquear o seu passado de governante ao serviço dos grandes interesses e do processo de recuperação capitalista contra Abril.
Processo que liderou em favor do grande capital nacional e internacional e que está na origem dos atrasos estruturais e das actuais dificuldades que o país atravessa.
Operação de branqueamento cuidadosamente pensada com o objectivo da construção de uma nova e falsa imagem que quer mostrar Cavaco Silva como o economista de rigor e neutro, a planar por cima dos partidos e dos interesses.
Operação de branqueamento que é acompanhada por uma outra bem urdida operação de propaganda. Trata-se da campanha que afirma e quer fazer crer que sendo Cavaco Silva, um economista e competente como dizem os seus amigos, seria o homem ideal na Presidência para ajudar o país a sair da crise.
Ideia que o próprio candidato alimenta no seu discurso de anúncio de candidatura e que anteontem complementou naquele seu manifesto que ilude toda a sua prática política, quando afirma que Portugal precisa de um “ Presidente da República que projecte uma imagem de competência”.
Naturalmente que – como diz o povo – “presunção e água benta cada um toma a que quer”, mas esta ideia que se desprende do seu discurso e que os seus amigos sempre que podem aproveitam para sublinhar no meio do mais inocente comentário, é a mais pura mistificação que é necessário refutar e desmontar.
Será que os problemas, as dificuldades, a crise que se instalou, os atrasos que Portugal conhece são o resultado da ausência de economistas competentes ou da falta de “ajudantes” economistas no governo ou nas instituições?
Foi pela incompetência dos economistas Constâncio, Cadilhe, Miguel Beleza, Hernâni Lopes, Braga de Macedo, Campos e Cunha, dos Pina Moura que o país chegou aonde chegou e enfrenta as dificuldades que enfrenta?
É evidente que não. Todos eles mostraram, tal como Cavaco Silva, muita competência. Todos eles foram e são exímios executantes, competentíssimos economistas, mas com uma particularidade muito importante e decisiva. É que todos, tal como Cavaco Silva, são competentes executantes das receitas da cartilha neoliberal e monetarista que estão a afundar o país e o condená-lo ao atraso, ao mesmo tempo que fazem crescer a ritmos nunca vistos o património e os lucros do grande capital nacional e das multinacionais.
A nossa história colectiva está cheia de gente competente, mas que colocou a sua competência, não ao serviço do povo, mas ao serviço dos que à custa do povo fazem fortuna.
Sim, sem dúvida, todos eles, tal como Cavaco Silva, revelaram muita competência, mas sempre ao serviço dos grandes interesses. É que nós não calaremos esta contradição: são tão bons, tão bons e porque deixaram o país em tão mau estado?
É por isso que é preciso afirmar bem alto que já basta o que basta no governo, quanto mais na presidência!
Cavaco Silva seria, se fosse eleito, não, como diz, uma ajuda à solução dos problemas dos portugueses, mas um ajudante dos grandes interesses na Presidência.
É tempo de dizer basta a todos aqueles que do alto do seu pedestal passam a vida a dar receitas e a apontar caminhos, mas que sempre que assumiram responsabilidades na governação deixaram o país pior do que o encontraram.
Não há camuflagem que esconda as suas enormes responsabilidades e a sua arrogância e o seu autoritarismo e a real natureza da sua candidatura – uma candidatura de submissão do poder político ao poder económico.
.
(…)
Vamos para esta nova batalha marcando a nossa genuína diferença e proclamando a imperiosa necessidade de uma ruptura democrática e de esquerda com as políticas de direita que têm conduzido o país ao atraso.
Chegou o momento de nos lançarmos com determinação no desenvolvimento da campanha eleitoral da nossa candidatura e esta não é nem pode ser a tarefa apenas de um homem.
Não estamos neste combate para descarregar o voto que alivia e tranquiliza a nossa consciência, mas determinados a chegar tão longe quanto seja possível e o nosso povo queira, nos apoios e nos votos que quantos mais forem mais força dão à exigência de mudança e ao movimento de ruptura com as políticas de direita.
Apoios e votos para que alargue a torrente da exigência de uma nova política de esquerda para um Portugal com futuro.
Apoios e votos que nos projectem mais fortes para os combates futuros na defesa dos trabalhadores e do povo.
Não estamos neste combate para aceitar passivamente um lugar secundário e subalterno nesta luta, como insinuava Manuel Alegre, quando afirmava que apenas só três candidatos podem vencer. Estamos aqui nesta campanha com as mesmas possibilidades e em igualdade de circunstâncias em relação a qualquer outra candidatura, com o objectivo de lutar pelo máximo de apoios e de votos que ninguém tem garantido à partida.
O que não estamos, como faz Alegre, imitando Cavaco, é a fazer de conta que nada nos prende ou vincula à nossa opção partidária de sempre, como se quem assim fala, não fosse ainda hoje deputado da maioria que governa o país, com uma política que de esquerda tem muito pouco ou nada, mas acerca da qual não só nada diz que se distancie ou conteste, como a tem apoiado em todas as questões essências.
Somos uma candidatura que assume todas as prerrogativas como qualquer outra e que não se confunde nem com as candidaturas de Soares, Alegre ou qualquer outra, porque somos uma candidatura distinta de todas as outras e com um projecto de esquerda para Portugal para servir os trabalhadores e o povo.
(…)
(www.jeronimodesousa.org)
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