Subject: Já agora, desculpe lá, você é completamente reaccionário (ou pelo menos um bocadinho tonto), não é? |
Author:
Margarida
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Date Posted: 30/10/05 17:58:30
In reply to:
Augusto Alves
's message, "Políticos somos nós todos" on 30/10/05 16:25:04
No site do Centro de Documentação 25 de Abril da Universidade de Coimbra (www.uc.pt) está a seguinte biografia do
Aníbal Cavaco Silva
(n.1939)
"Aderiu ao PSD, então PPD em Maio de 1974.
Em 1980 foi nomeado ministro das Finanças e do Plano no VI Governo Constitucional, demitindo-se em 1981 e recusando-se depois a integrar o novo executivo liderado por Pinto Balsemão na sequência da morte de Sá Carneiro. No mesmo ano foi nomeado membro do Conselho Nacional do PSD.
Juntamente com Eurico de Melo trava uma luta à margem do partido, opondo-se de forma veemente à entrada de Ramalho Eanes no PSD. No famosíssimo congresso da Figueira da Foz arranca uma vitória surpreendente e inequívoca, tomando conta do partido. Então rompe com a coligação PS/PSD, o chamado "Bloco Central" que inicialmente apoiara e exige a realização de Eleições Legislativas.
Na sequência das Legislativas foi obrigado a formar Governo, tomando posse como primeiro-ministro do X Governo Constitucional em Novembro de 1985, uma vez que não obteve maioria absoluta. Este Governo viria a cair em virtude da aprovação da moção de censura apresentada na A.R. pelo PRD e apoiada pelo PS.
Cavaco Silva voltou a concorrer à frente do PSD nas Legislativas de 1987 obtendo a maioria absoluta, maioria que se viria a repetir nas legislativas de 1991, tendo assim presidido também aos XI e XII Governos Constitucionais.
No fim do mandato distancia-se do partido e ao ver falhada a sua eleição nas Presidenciais de 1996 abandona a vida política, para continuar a sua carreira de docente no Instituto Superior de Economia. É autor de vários artigos e alguns livros sobre finanças e economia."
Isto é um gajo que está inscrito no PSD praticamente desde a sua fundação, isto é desde 1974, que desde 1980 é governante (isto é há 25 anos), que foi dirigente do PSD desde 1981 e seu secretário-geral durante 10 anos, que está reformado com uma belíssima reforma por ter sido o PM com mais anos no cargo, e diz você que este homem não é político profissional?
E este homem que obteve a fama de guru do neo-liberalismo porque o pai tinha fortuna que lhe permitiu doutorar-se em Inglaterra - e em terra de cegos quem tem olho é rei - e que antes (e depois) de ter sido governante a única coisa que fez foi dar aulas (ou melhor, dar lições, como ele pedantemente diz), diz você que não é "profissional da política"?
E preconceituosamente você diz que ele é um "meia-tigela", quando de facto, ele começou por ser um filho de papá rico para passar a ser o professor de estimação da Católica, o abençoado do Cardeal, o ministro do Sá Carneiro, o herói do Santana Lopes, Marcelo & Companhia, porque se chegasse - como chegou - à direcção do PSD era a garantia para eles irem para o Governo, como foram, aliás, e é desde há 25 anos o favorito dos grupos económicos e financeiros a quem prestou todos os favores, até aqueles que eram inconstitucionais?
Ele é o prototipo do verdadeiro profissional ao serviço da política da direita. Os outros correram riscos, alguns foram presos, outros exilados (como o Soares), bateram com os costados na guerra (como o Jerónimo), mas ele não, ele não só não correu riscos alguns, como pelo contrário soube aproveitar todas as benesses do poder: quando PM viveu em São Bento, indecorosamente aceitou prendas de empresas estrangeiras para passar férias no estrangeiro, aumentou-se e aos restantes ministros quase 30% com efeitos rectroactivos (em 1988) quando na concertação social só aumentou a Função Pública em 8%, mas para você ele não passa dum "meia tigela", que é o mito que ele sempre tentou alimentar, para ganhar a simpatia dos mais pobres?
Nunca me viu aqui a usar termos destes para diminuir seja quem fôr. Mas já que a usou digo-lhe que ele sim é um "meia tigela" mas no plano moral, como pessoa, porque tudo fez para prejudicar o país, os trabalhadores, os agricultores, os pequenos e médios empresários, comerciantes e industriais, a favor dos seus amigalhaços do grande capital, a favor das multinacionais e das transnacionais a quem escancarou as portas prejudicando os interesses nacionais.
Já agora, desculpe lá, você é completamente reaccionário (ou pelo menos um bocadinho tonto), não é?
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