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Subject: A herança de Cunhal


Author:
Militante
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Date Posted: 13/07/05 12:40:50
In reply to: Jerónimo de Sousa 's message, "Lenine deu uma excelente contribuição para a apreciação do capitalismo" on 13/07/05 10:47:29

>"Lenine deu uma excelente contribuição para a
>apreciação do capitalismo"

>
>Acreditando que o capitalismo não é o fim da História,
>Jerónimo de Sousa sustenta que o caminho é a luta por
>uma nova sociedade em três etapas: democracia
>avançada, socialismo e, por fim, o comunismo

>
>O secretário-geral do PCP assume a filiação ideológica
>do PCP sem hesitações. Reconhece actualidade a
>conceitos marxistas como luta de classes, propriedade
>social e mais-valia, mas também a Lenine, sobretudo à
>caracterização de imperialismo. E reafirma que o PCP é
>leninista também na organização.
>
>No XVII Congresso, em que foi eleito
>secretário-geral, o PCP fez uma reafirmação do
>marxismo-leninismo. O que é ser hoje
>marxista-leninista?

>
>É sabido que este partido defende uma democracia
>política, económica, social, cultural. No plano da
>democracia política, defendemos um regime de
>liberdades com existência de pluralismo partidário, o
>recurso a eleições.
>
>Isso é ser marxista-leninista?
>
>Não. Estou a falar do nosso programa, de uma fase de
>democracia avançada na perspectiva da construção do
>socialismo. Em relação à questão do
>marxismo-leninismo, em Portugal, assumimos, desde a
>fundação do partido, uma teoria revolucionária,
>naturalmente impulsionada pela influência da revolução
>russa e tendo em conta as características de partido
>de novo tipo de Lenine. Mas sempre com algumas
>originalidades. Não é por acaso que nós sempre nos
>afirmámos o partido da classe operária e de todos os
>trabalhadores. Um partido que, tendo essa teoria
>revolucionária, considera que a inserção na realidade,
>na vida, nos problemas do nosso povo, é a questão
>central.
>
>Mas em que é que o PCP continua a ser
>marxista-leninista?

>
>Continua a ser marxista-leninista em termos de grandes
>ensinamentos de Marx. Continuamos a pensar que a
>questão da propriedade social continua a estar na
>ordem do dia e que a questão da mais-valia continua a
>ser um elemento crucial. São duas referências. Eu
>admito que Marx não tenha acertado em tudo, mas a
>permanência destes elementos é real.
>
>Também falou há pouco da permanência da luta de
>classes que vem de Marx. Mas de Lenine? O que é que o
>PCP mantém de Lenine, além do modelo de
>organização?

>
>A visão em relação ao estádio actual do imperialismo.
>Continuamos a considerar que Lenine deu uma excelente
>contribuição para a apreciação do capitalismo e do
>imperialismo. Hoje fala-se em globalização, em
>conflito no Iraque, no carácter predador do
>capitalismo. Vale a pena reler o Lenine em relação à
>questão do imperialismo como estádio superior do
>capitalismo. Em termos de intervenção, achamos que a
>intervenção não pode estar desligada da organização de
>um partido revolucionário. Por isso, somos um partido
>com um funcionamento democrático, mas onde o
>centralismo democrático é uma referência
>incontornável, um partido que não é uma federação de
>tendências, mas um partido unido, coeso, com base numa
>só orientação e numa só direcção.
>
>Para além da defesa de dois ou três princípios, não
>correm o risco de passar a ideia de que o PCP continua
>a dizer-se marxista-leninista por uma questão mais de
>folclore, de manutenção de um logótipo? Porque o PCP
>defende uma democracia avançada para o século XXI, com
>uma vertente política, económica, social, cultural,
>põe enfâse nas questões do pluralismo, da democracia,
>das eleições e depois defende um modelo que tem como
>objectivo uma sociedade socialista e, numa última
>fase, comunista, sem classes, ou seja, mantém a utopia
>revolucionária da construção de uma sociedade
>igualitária. Isto não entra em contradição? Como é?
>Queremos uma coisa agora para aqui, mas queremos outra
>para depois.

>
>Fez uma descrição que merece alguma reflexão e alguma
>correcção. Estamos perante um processo de evolução da
>sociedade humana, em que o capitalismo é triunfante.
>Hoje o capitalismo tenta impor o pensamento único.
>Houve quem teorizasse que o capitalismo era o fim da
>História, que não havia alternativa ao capitalismo.
>Isto foi ainda mais animado com as derrotas do
>socialismo e com a desintegração da URSS. Mas a
>verdade é que a vida hoje está a provar que o
>capitalismo não vai ser, não pode ser o fim da
>história. Não é porque o PCP diz. A natureza do
>próprio capitalismo determina que ele não vai ser o
>fim da História. E não vai porque ninguém é capaz de
>explicar à humanidade como é que 300 indivíduos
>concretos têm fortunas superiores a mil milhões de
>seres humanos.
>
>Então essa crítica da sociedade actual é que é o
>marxismo-leninismo. O futuro é o socialismo e agora,
>por enquanto, vamos tentar a democracia. É isso?

>
>Não basta decretar-se marxista-leninista. Tem que se
>fazer uma analise real da situação da evolução do
>mundo de cada país concreto. Você falou em utopia.
>Utopia enquanto conceito político, não estou a
>menosprezar.
>Mas nós, nesse sentido, consideramos que cada vez
>mais, tendo em conta a realidade social, há
>alternativa. Recentemente fiquei impressionado com uma
>frase de Kofi Annan. Ele dizia: "Nunca houve tanta
>fome no mundo como agora." E simultaneamente
>verifica-se que o mundo avançou em criação de riqueza.
>Que sistema é este?
>
>Então, a alternativa continua a ser o comunismo?
>
>A alternativa é o socialismo.
>
>Porque insiste em corrigir para socialismo quando
>falo em comunismo?

>
>Porque no processo histórico está a referir a última
>etapa. Quando nós defendemos a democracia avançada,
>pode dizer-me: mas isso não é o socialismo. Pois não,
>é uma fase intermédia de evolução e construção da
>sociedade socialista. Mas insisto nesta ideia de que
>estamos num processo. O capitalismo ainda é jovem em
>relação a outros sistemas vigentes à escala da
>humanidade, em relação ao esclavagismo, ao feudalismo.
>
>E vigoroso.
>
>E vigoroso. E perigoso.
>
>Como vê e se relaciona com os partidos e os
>movimentos que em todo o mundo estudam e aprofundam
>novos desenvolvimentos para o marxismo, muitos deles
>pondo de lado o leninismo? Como vê essa recusa do
>leninismo por partidos que continuam a afirmar-se
>marxistas e comunistas?
>

>
>Quais?
>
>Por exemplo a Refundação Comunista em Itália.
>
>Primeiro temos de ver o velho PCI, que começou também
>a fazer o questionamento do comunismo e acabou por ser
>um partido destruído.
>
>O PCP fez sempre uma autocrítica tentando controlar
>os danos e os estragos na própria organização. Como é
>que o PCP vê hoje esses partidos, alguns já não são
>partidos, são movimentos, associações, mas continuam a
>buscar novas propostas sociais e a afirmar-se
>comunistas?
>

>
>Ninguém é dono de verdades absolutas, inclusive nós.
>Consideramos muitas vezes uma ingerência que se vá dar
>lições a partidos ou movimentos. Mas observamos essas
>evoluções, a procura de saídas. Em relação aos
>movimentos sociais que hoje existem na Europa e não
>só, participamos com grande interesse nessas acções.
>
>Está a referir-se aos movimentos que integram o
>Fórum Social Mundial?

>
>Vá lá. Tendo causas muito diferenciadas, sendo
>movimentos heterogéneo, o que implica logo que não
>haja uma estruturação, ou seja, em termos orgânicos
>não é alternativa, tendo em conta a diversidade das
>causas dos objectivos por que lutam. Mas têm uma
>natureza anti-imperialista, antiguerra.
>
>E acha que são compagináveis com uma organização
>leninista como o PCP?

>
>Nós, PCP, que temos uma concepção e uma matriz
>revolucionária, sempre consideramos a importância da
>existência de movimentos, de causas que, não sendo
>idênticas às concepções que o PCP tem, são causas
>justas e causas nobres, que podem fazer frente àquilo
>que consideramos o inimigo principal, que é o
>imperialismo, que é o capitalismo.
>Portanto são aliados.
>Há convergências e confluências muitas vezes
>conjunturais, mas que ajudam a travar esta força
>brutal que é o capitalismo. S.J.A./N.S.L.




Se existe grande unanimidade na apreciação ao valor do passado de A. Cunhal e já quanto à sua herança fica à vista de todos o que Cunhal deixou para o futuro do PCP - um vazio ideológico completo e uma casta de dirigentes cada um pior que o outro.
A herança de Cunhal traduzida em dirigentes tão mediocres e carreiristas como jeronimo, abrantes, carlos costa, rosa rabiais, fernanda mateus, albano nunes e outras tantas alminhas diz bem que o plano inclinado é o caminho do PCP.
Esta entrevista é bem reveladora da fraquissima qualidade politica e humana deste coitado-jeronimo. Que tristeza.

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Replies:
Subject Author Date
Os Estatutos do PCP não entram na "herança de Cunhal"? Eu pensava que sim... (NT)João Luís13/07/05 13:53:30


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