Author:
Militante embasbacado
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Date Posted: 13/07/05 19:24:23
In reply to:
Jerónimo de Sousa
's message, "Lenine deu uma excelente contribuição para a apreciação do capitalismo" on 13/07/05 10:47:29
Esclarecedora a indigência ideológica com que o SG do PCP anda ás voltas com o esqueleto do marxismo-leninismo numa sua extensa entrevista ao Público de hoje. Jerónimo vira e revira o corpo do defunto, cruza e alinha-lhe os braços, compõe-lhe a cabeça para a seguir deixá-la cair na almofada, procura ajeitar-lhe a gravata e enfia-a na braguilha, depois procura ficar-lhe com os sapatos e perde os atacadores no meio das bolandas. Como metalúrgico terá sido stakhonovista (tanto que acabou a afinar máquinas) mas como marxista, ou como leninista, ou como marxista-leninista, ou como gato-pingado do “socialismo real”, o homem - politica e ideologicamente - é menos que um básico. Tanto discursou e tanto discursa que não teve nem tem tempo para ler. E quem não lê nem estuda, pouco aprende. Tal como as máquinas, ninguém se afina sózinho.
(Não é provocação, garanto, mas uma proposta de exercício – comparem a verborreia oca de Jerónimo com uma qualquer intervenção de Carvalho da Silva, seu camarada e líder da CGTP...)
Mas vale a pena ler-lhe a salganhada no que ela representa de húmus da consistência ideológica da praxis de um Partido que, de centralismo democrático em centralismo democrático, deu em Jerónimo como seu dirigente supremo. E o apregoado marxismo-leninismo, como matriz de identidade, em paleio de feirante.
Primeiro vem a grande linha – democracia, liberdade, pluralismo partidário e eleições. Nada a dizer pois quanto ao enquadramento constitucional do PCP que, assim formulado, não pisa o risco da social-democracia de esquerda. Depois, vem a caracterização da democracia pretendida como tão avançada que só o será quando socialista (com o comunismo longe mas não esquecido). Para isso, o mesmo Partido “constitucional” necessita de ser revolucionário e como Lenine o concebeu (!!! E que só pode ser – um “partido de novo tipo” constituído por um exército de revolucionários profissionais para tomarem o poder pela violência). Mas o marxismo-leninisno baixa de imediato para o nível dos ensinamentos de Marx (que, concede, não terá acertado em tudo). E, depois, volta a subir até Lenine pela sua caracterização do imperialismo que tem muito a ensinar em tempos de globalização. E, daí, desemboca no centralismo democrático para que o partido seja unido, coeso, com uma só orientação e uma só direcção. Pelo caminho, desmascara os dissidentes como confessos “social-democratas”, ou seja, exactamente a formulação com que ele apresenta a linha política actual do seu partido (democracia, liberdade, pluralismo partidário, eleições). Que trapezista!
Publicado por joao.tunes in http://agualisa3.blogs.sapo.pt/
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