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Subject: "Isto não é o Terceiro Mundo, é Nova Orleães"


Author:
Manuel Ricardo Ferreira, DN, 02/09/05
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Date Posted: 2/09/05 7:49:30
In reply to: Reuters 's message, "Optaram por transferir os refugiados para outro estádio, o Astrodome, em Houston" on 1/09/05 15:18:17

"Isto não é o Terceiro Mundo, é Nova Orleães"

'Katrina' obriga Bush a lançar apelo aos americanos para pouparem gasolina

Manuel Ricardo Ferreira, DN, 02/09/05
correspondente em Nova Iorque

George W. Bush vai esta manhã visitar as zonas devastadas pelo furacão Katrina para fazer uma avaliação pessoal da tarefa imensa que terá que coordenar nos próximos meses. Todos os seus movimentos e reacções, desde que veio de férias na tarde de quarta-feira, estão a ser atentamente seguidos pelos analistas políticos. Ontem, a governadora do estado da Luisiana, Kathleen Blanco, disse estar à espera de "milhares de mortos", embora ainda não possua dados que confirmem esta percepção.

No The New York Times, David Sanger escrevia "As próximas semanas vão determinar se ele é capaz de gerir vários desafios ao mesmo tempo, o caso do Iraque e a tragédia humanitária e económica ao longo da costa do Golfo." E lembra que, se a resposta do presidente foi positiva há quatro anos depois do 11 de Setembro, nessa altura "os estragos imediatos estavam confinados a 16 acres em Nova Iorque e parte do Pentágono, e aqui temos centenas de milhares de milhas quadradas de miséria".

Falando ao país na tarde de quarta-feira, o presidente prometeu utilizar todos os meios à sua disposição para "salvar vidas, consolidar vidas e reconstruir", reafirmando-o, na entrevista que deu à cadeia de televisão ABC. Bush apelou aos americanos para que contribuam com donativos em dinheiro para a Cruz Vermelha . E o facto de ter referido que iria recorrer aos "dois amigos", o seu pai e o ex-presidente Bill Clinton, para ajudarem no esforço de recolha de fundos, mostra que está a pensar numa operação semelhante à que foi desencadeada após o tsunami.

Há entre os americanos um sentimento que os Estados Unidos não estão ao abrigo das tragédias que vêem pela televisão acontecer no resto do mundo. Ao abrir ontem o noticiário da CNN, e referindo-se às imagens das pessoas aglomeradas à porta do Superdome, a pivot dizia "Isto não é um campo de refugiados no Terceiro Mundo. Isto é Nova Orleães hoje."

O Katrina teve também um efeito equalizador em relação a poderosos políticos em Washington. A casa centenária do senador Trent Lott em Pascagoula está transformada numa pilha de destroços. A do congressista Gene Taylor em Gulfport desapareceu do mapa. E tudo o que o congressista Charlie Melancon sabe do seu escritório é que está submerso.

Gente poderosa e endinheirada das velhas famílias da cidade que nunca acreditou que, depois de ter resistido tão bem ao furacão Camille, a cidade pudesse chegar ao que chegou, está hoje quase na mesma situação de qualquer sem--abrigo. Joan Britton, por exemplo, partilha com outras 50 famílias um troço de viaduto de betão da estrada 10, que atravessa a cidade. "É horroroso", diz, "ouvem--se tantos bebés a chorar à noite".

No meio do caos, há ainda instituições a funcionar como os hospitais da Universidade Estadual da Luisiana, mas não se sabe por quanto tempo. No Chalmette Medical Center, 300 doentes, médicos e enfermeiros estavam confinados ao terraço do edifício. Donald Smithburg, director do sistema de hospitais universitários, diz que "a situação é grave, dois hospitais precisam desesperadamente de materiais básicos. Não temos electricidade, água, sanitários, combustível para por a funcionar os geradores. Precisamos que nos tragam combustíveis para que aguentar mais algumas horas."

À falta de meios de comunicação, as equipas de socorro estão a marcar com sprays de tinta os locais que visitam um X significa que o edifício tem que ser demolido, um quadrado que há possivelmente pessoas mortas no interior.

Os mortos recolhidos estão a ser acondicionados em camiões frigoríficos para futura identificação.

As equipas do Corpo de Engenharia do Exército continuavam a lançar sacos de areia sobre as aberturas nos dois diques que cederam, operação facilitada depois de terem estabilizado as águas da inundação com as do lago Potchatrain. Mas não há notícias de que o estancar das brechas esteja para acontecer em breve.

Antes de isso acontecer, a cidade terá que ser abandonada por todos. Um produtor da CNN que se aventurou pelas ruas do Bairro Francês encontrou centenas de pessoas sentadas nas ruas à espera de serem evacuadas. Perguntavam-lhe por notícias, pois não têm qualquer comunicação com o exterior.

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Replies:
Subject Author Date
"Enviámos tropas para o tsunami, e aqui?"DN, 02/09/05 2/09/05 7:53:39


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