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Subject: Re: O Digitalismo e o trabalho "produtivo" e "improdutivo"


Author:
Guilherme Statter
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Date Posted: 16/02/06 0:33:45
In reply to: PJNS 's message, "Re: O Digitalismo e o trabalho "produtivo" e "improdutivo"" on 15/02/06 23:03:02

Diz o Paulo
"Nao me parece que seja uma utopia mas antes um fim a atingir. E irritante, ir a um local, por exemplo supermercado, e vermos a mesma mercadoria exposta 20
vezes com rotulos diferentes, e um desperdicio."


Estimado Paulo,
Não vejo - mas a culpa é certamente minha - qual é aqui a diferença entre aquela "utopia" e o seu "fim a atingir".
Por outro lado parece-me que está aqui a misturar a análise que Marx faz daquilo que é (o sistema capitalista concreto em que ele vivia), com um idealizado sistema que pelos vistos se gostava de ter: sistema capitalista a funcionar "muito bem afinandinho" e sem desperdícios.

O Paulo disse
"Sera mesmo? Se se retirarmos o que esta a montante, o registo e a contabilidade tem sentido?"

Mais uma vez estaremos (parece-me) no reino da Utopia.
No sistema capitalista é mesmo preciso registar tudo muito bem registadinho. A começar pela propriedade de tudo e mais alguma coisa. Em particular os meios de produção, a amortização das máquinas e a sua imputação aos custos de produção.
Se um contabilista ou gerente mais vivo (ou mais esperto...) arranjar uma forma de reduzir os custos desses registos, parece-me evidente que estará a contribuir - ainda que de forma indirecta - para aumentar a mais-valia produzida.
Era assim que a gente explicava aos clientes a quem tinhamos que vender as "máquinas de contabilidade" antecessoras dos computadores.

Diz o Paulo:
"O raciocinio de Marx nao e contraditorio pois se nao existir desvalorizacao, que e o resultado directo da procura, ou desperdicio de fazer mercadorias em que a mais-valia nao e garantida a partida, tudo bate certo. E talvez o mais engracado, e que quem paga sempre esta desvalorizacao ou desperdicio e o salario, nao e?"

Em primeiro lugar sublinhei uma parte da sua frase. O problema é que justamente tendecialmente há sempre desvalorização (mais do que as também ocasionais "valorizaçães") na medida em que estão sempre a aparecer novos processos fabris que embaratecem os produtos que lançam no mercado desvalorizando concomitantemente os produtos equivalentes que já lá estavam (à espera de serem metamorfoseados em dinheiro-capital). Ou seja, não há garantias à partida da realização da totalidade das mais-valias que se vão produzir para depois vender.
Em segundo lugar - e já estou a adiantar-me ao seu próximo comentário - não era propriamente uma contradição mas antes uma incongruência que eu assinalava. Não é bem a mesma coisa. E a minha ideia era (e é) simplesmente chamar a atenção para o caracter social (como Marx aliás se farta de fazer) do processo produtivo e que portanto é redutor (ou reducionista) estar a classificar o trabalho de determinados grupos de trabalhadores como "produtivo" (y punto) e de outros trabalhadores como "improdutivo".

Diz ainda o Paulo:
"Se a mais valia diminui, o lucro tambem, o que faz o capitalista? Emprega mais gente para diminuir as perdas? Nao, "sacrifica" os salarios."

Diz bem... Mas estamos a falar de momentos diferentes no tempo. Os salários que são "sacrificados" são os dos que vêm a seguir, no ciclo seguinte.
Entretanto a "evaporação" das mais-valias que estavam "imanentes" ou "latentes" nos produtos anteriormente produzidos, essa "evaporação" (ou não concretização...) essa já foi mesmo para o buraco.
Quando muito (e é agora a pensarmos em termos de economias nacionais mais ou menos auto-contidas - quando estas coisas devem ser perspectivadas à escala da economia planetária) essas "mais-valias" como que "re-emergem" no mercado à procura da sua metamorfose em dinheiro-capital, sob a forma de saldos ou - de forma ainda mais evidente - sob a forma de dádivas a países do chamado Terceiro Mundo.

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Subject Author Date
Re: O Digitalismo e o trabalho "produtivo" e "improdutivo"PJNS16/02/06 18:53:14


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