VoyForums
[ Show ]
Support VoyForums
[ Shrink ]
VoyForums Announcement: Programming and providing support for this service has been a labor of love since 1997. We are one of the few services online who values our users' privacy, and have never sold your information. We have even fought hard to defend your privacy in legal cases; however, we've done it with almost no financial support -- paying out of pocket to continue providing the service. Due to the issues imposed on us by advertisers, we also stopped hosting most ads on the forums many years ago. We hope you appreciate our efforts.

Show your support by donating any amount. (Note: We are still technically a for-profit company, so your contribution is not tax-deductible.) PayPal Acct: Feedback:

Donate to VoyForums (PayPal):

23/11/24 12:44:36Login ] [ Contact Forum Admin ] [ Main index ] [ Post a new message ] [ Search | Check update time | Archives: 12345678 ]
Subject: Exterminismo, etapa superior do capitalismo


Author:
William Bowles
[ Next Thread | Previous Thread | Next Message | Previous Message ]
Date Posted: 8/03/06 18:43:37

Exterminismo, etapa superior do capitalismo
Bioarmas: Um crime do governo americano digno de Nuremberg
por William Bowles [*]

Biowarfare and Terrorism. Antes de começar a rever esta 'arma de informação crítica', insto-o não só a comprar o livro como também, quando acabar a sua leitura (é realmente breve, de modo que não deverá onerar a nossa cultura com défice de atenção), a escrever ao seu deputado, senador, a ONU, o seu vigário/padre/iman/homem sagrado/rabi; dar ao seu vizinho, professor, colega, irmão, irmã, mãe e pai. Em suma, gritar do topo dos telhados que o governo dos EUA é um criminoso internacional de proporções estarrecedoras e que toda a administração Bush deveria ser indiciada como criminosos de guerra e até o último deles deveria ser preso e a chave jogada fora.

Bem, do que estamos a tratar aqui? O livro curto e apaixonado de Boyle — Biowarfare and Terrorism — trata do programa ilegal do governo americano de armas biológicas, de muitos milhares de milhões de dólares. Um programa que, como Boyle torna muitíssimo claro, apresenta-se como "defensivo" mas naturalmente, a fim de produzir uma 'defesa', exige o desenvolvimento de bioarmas ofensivas.

De facto, as penalidades capituladas na lei interna americana só pelo empenho em investigar armas biológicas são prisão perpétua e, sob certas circunstâncias, até a pena de morte bem como o impedimento (impeachment) para o presidente (seguido rapidamente, espera-se, pela prisão perpétua).

Mas o livro não só trata do programa ilegal de bioarmas iniciado sob o governo Reagan, continuado sob Clinton e amplamente expandido sob o actual regime, ele revela a ligação entre o ataque de antrax ao Congresso e o 11 de Setembro;

Através desta pequena charada, o maior crime político na história dos Estados Unidos da América desde a sua fundação em 4 de Julho de 1776 — os ataques com antrax ao Congresso, os quais serviram não só para entregar uma ameaça terrorista aos seus membros como realmente para encerrá-lo durante um período — pode permanecer oficialmente sem solução para sempre. Poderia verdadeiramente ser coincidência que duas das vítimas primárias pretendidas pelos ataques terroristas com antrax — os senadores Daschle e Leahe — estivessem a dificultar a aprovação rápida do pré planeada Lei Patriota (USA Patriot Act) após a terrível tragédia do 11 de Setembro — uma lei que proporcionou ao governo federal poderes sem precedentes em relação a cidadãos e instituições americanas? (p. 49)

Boyle continua

Será que o que realmente aconteceu no fim de 2001 foi o proverbial "ataque duplo" ("one-two punch") contra a República Americana e a Constituição dos EUA pelo Pentágono, CIA, Conselho de Segurança Nacional, FBI e o resto daquilo que na antiga União Soviética costumava-se chamar os seus "poderes ministeriais" ("power ministries"): NSA, DIA, NRO, etc. Por outras palavras, poderia a América ter sofrido — mesmo sem notar — um golpe de estado? (p.50)

Roupa para manipular armas biológicas. Não é de admirar que os media corporativos hajam ignorado este pequena mas devastadora acusação à máquina de guerra americana (investiguei longa e arduamente por uma revisão do livro nos media principais, mas em vão). Isto também é, por sinal, uma grossa acusação aos media que ignoraram inteiramente a questão, desde as verdadeiras causas da Síndrome da Guerra do Golfo até o desenvolvimento em grande escala de armas biológicas por parte do governo americano, incluindo o seu fornecimento a Saddam Hussein (directamente de Fort Detrick).

Grande parte do livro trata de aspectos específicos dos tratados e leis relevantes sobre bioarmas e de como os EUA tanto os ignoraram como tentaram contorná-los e Boyle põe os pontos no 'i' e corta os 't' uma vez que é o responsável por grande parte do conteúdo destes tratados. Assim, quem melhor do que ele para entender como os EUA agiram irresponsavelmente em relação a eles!

Ao explorar a natureza do programa de bioarmas americano Boyle também revela a cumplicidade das universidades e dos cientistas empregados no desenvolvimento de bioarmas com milhares de milhões de dólares de financiamento a serem canalizados para os campus não só por todos os EUA como também além mar. Ele adverte-os mesmo de que também são passíveis de prisão perpétua pelo seu trabalho com bioarmas.

O que torna o livro de Boyle tão importante é que o homem, quase sem assistência, foi responsável por toda a legislação principal, tanto interna como internacional, que cobre a proscrição legal das armas biológicas, em particular a Convenção das armas biológicas (Biological Weapons Convention) e a Lei anti-terrorista das armas biológicas (Biological Weapons Anti-Terrorism Act) de 1989.

Os Estados Unidos têm tido um programa extremamente agressivo de guerra biológica ofensiva que remonta à Segunda Guerra Mundial, mas por um certo número de razões, em 1969 Nixon interrompeu o seu programa de bioarmas.

A primeira, porque considerava as bioarmas "contra-producentes devido ao 'blowback' ". A segunda, porque "[a] Ao proibir as "bios", a Convenção das armas biológicas (BWC) permitiria que os estados com armas nucleares do mundo mantivessem, consolidassem e estendessem ainda mais o seu quase monopólio sobre as WMD (armas de destruição maciça) que haviam acabado de ser codificadas pelo Tratado sobre a não-proliferação de armas nucleares de 1968".

Além disso, os EUA consideravam as bioarmas como "as armas nucleares dos pobres" e estavam ansiosos para que os países do Terceiro Mundo não as adquirissem.

Finalmente, em 1972 os EUA ratificaram a BWC mas isto não impediu a CIA de continuar a sua investigação e desenvolvimento de bioarmas. Além disso, a BWC tinha um grande alçapão: não impedia a "investigação" para "protecção profilática ou outras finalidades pacíficas".

Nem tão pouco a BWC proibia a sua "utilização" na guerra.

E, como declara Boyle

"desgraçadamente, escondidos ali nas entranhas do Pentágono, os remanescentes da velha Unidade de Guerra Química e Biológica (Chemical and Biological Warfare, CBW) esperavam, desejavam, ansiavam, planeavam e tramavam retornarem à vida". (p. 21)

E quando Reagan foi eleito em 1981, eles conseguiram o que queriam e a administração Reagan começou a despejar quantias maciças de dinheiro na investigação e no desenvolvimento de agentes biológicos para o que eles alegavam serem finalidades "defensivas".

De facto, em dólares constantes, sob Reagan os EUA

"gastaram tanto dinheiro na investigação das bioarmas alegadamente defensivas quanto haviam gasto quando o governo americano tinha um programa abertamente ofensivo e agressivo de guerra biológica". (p. 22)

Mas o pior estava para vir.

A BWC NÃO cobre investigação em engenharia genética, esta ciência não existia quando o BWC foi promulgada, e esta mesma investigação em engenharia genética pode ser aplicada tanto para usos defensivos como ofensivos.

A linha entre 'investigação' e desenvolvimento é extremamente difusa mas, de acordo com o Artigo 1 da BWC, o desenvolvimento de bioarmas é proibido. Uma maneira de determinar se a linha foi cruzada é verificar se o bio-agentes foram aerosolizados para entrega, pois a maior parte das bioarmas são concebidas para serem 'entregues' através do ar.

E foi aqui que o papel das universidades e institutos de investigação por todo os EUA entrou em cheio, com milhares de milhões de dólares de contratos de engenharia genética distribuídos, tudo sob o disfarce do uso dual, "investigação" defensiva-ofensiva. O programa foi chamado "Biological Defense Research Programme, BDRP".

Sob Bush Junior, o programa tornou-se no Chemical and Biological Defense Program.

Boyle destaca que no fim da década de 1980 muitos "cientistas da vida" estavam a tornar-se "cientistas da morte" utilizando engenharia genética para desenvolver agentes biológicos seguidos da produção das vacinas alegadamente "defensivas"; a testarem aquelas coisas danadas sobre animais, e a seguir transferindo a sua "investigação e desenvolvimento" para o Pentágono.

"A partir dali, o Pentágono podia facilmente produzir, acumular, instalar e utilizar armas biológicas em nova ruptura do Artigo 1 da BWC". (p. 25)

Em 1988 o Conselho para a Genética Responsável (Council for Responsible Genetics, CRG) pediu a Boyle que preparasse uma análise do BDRP de Reagan como um Memorando Pormenorizado da Lei (o qual está incluído no livro).

Ficou claro para Boyle que a universidade onde trabalhava, a Universidade de Illinois, campus Urbana-Champaign, "estava empenhada no desenvolvimento de armas ofensivas de guerra biológica, apesar dos seus protestos públicos em contrário" e Boyle destaca que "as universidades americanas têm um longo historial de voluntariamente permitirem que as suas agendas de investigação, investigadores, institutos e laboratórios sejam cooptados, corrompidos e pervertidos pelo Pentágono e pela CIA. (p. 26)

A escala do programa americano de bioarmas é estarrecedora, com US$ 5,6 mil milhões a serem gastos no "Project Bioshield", ao longo dos próximos dez anos, e isto é apenas uma faceta do desenvolvimento das bioarmas americanas. Globalmente, a quantia a ser gasta no desenvolvimento de bioarmas é de pelo menos US$ 22 mil milhões !

Boyle revela um aspecto particularmente relevante deste programa de desenvolvimento de bioarmas: a utilização de países tais como o Iraque para "transformar em armas" ("weaponize") estes novos agentes biológicos. Por outras palavras, consiga que o Iraque teste estas coisas danadas sobre as tropas iranianas! Foi isto precisamente o que aconteceu quando o governo Reagan forneceu-as ao Iraque, através do American Type Culture Collection (ATCC) e dos US Centers for Disease Control and Prevention (CDC).

"A ATCC é um grande instituto científico do sector privado que cultiva e armazena todo o tipo de doenças conhecidas que ocorram na natureza para finalidades supostamente científicas. É portanto impressionante notar que tanto a ATCC como o CDC cooperaram com a aberrante ruptura pela administração Reagan da BWC ao enviar estas armas com bioagentes específicos para o Iraque". (p. 32)

Estes envios violaram o Artigo III da BWC.

Cada estado parte desta convenção compromete-se a não transferir para qualquer receptador seja o que for, directamente ou indirectamente, e não assistir, encorajar ou induzir de qualquer modo qualquer estado, grupo de estados ou organizações internacionais a fabricarem ou de outra forma adquirirem quaisquer dos agentes, toxinas, armas, equipamento ou meios de entrega especificados no artigo 1 da Convenção.

Sob a legislação proposta pelo CRG "estas transferências de armamento de guerra biológica teriam sujeitos os seus perpetradores reaganistas à prisão perpétua, de modo que eles combateram a minuta do CRG implementando legislação exactamente no momento do seu afastamento político (temporário), o qual verificou-se quando Bush pai foi eleito presidente em Novembro de 1988". (pgs. 32-33)

E, não surpreendentemente, é a mesma gang da ultra-direita anti-comunista que acompanhou os anos de Reagan, que tal como o programa de bioarmas tinha estado a aguardar o seu momento, que é ressuscitada sob Bush Senior, bem a tempo para a 'Operação tempestade no deserto' ('Operation Desert Storm') e a forçada inoculação de tropas americanas (e britânicas) com vacinas tanto para o antrax como para a botulina.

"não só anterior à aprovação da vacina pelo Food and Drug Administration (FDA) mas sem o seu consentimento informado e portanto em clara violação do Código de Nuremberg sobre Experimentação Médica". (pgs. 39-40)

E não é de admirar, pois ninguém sabia que a

"administração Reagan havia subrepticiamente enviado estas armas com agentes biológicos específicos para o Iraque, e imaginavam que Saddam Hussein havia transformado em armamento o antrax e a toxina botulínica". (p. 40)

Boyle torna a criminalidade das acções americanas perfeitamente clara

"Como sempre, o primeiro passo errado obrigou ao segundo, o qual era criminoso. Consequentemente, aquilo que eram então apenas vacinas experimentais foi injectado nos 500 mil homens das forças armadas americanas deslocados para a I Guerra do Golfo pela administração Bush Sr., bem como nas tropas britânicas para ali enviadas, tornando todo o projecto um experimento vivo maciço. Os seus resultados — devido à sua irregularidade e na verdade ilegalidade — nem a comunidade de investigação científica nem o Pentágono foram capazes de controlar uma vez que os registos dos efeitos das vacinas foram sistematicamente NÃO mantidos... Até o dia de hoje, mais de 11 mil soldados americanos morreram — mas não devido ao combate — e a maior parte dos restantes sofre da Síndrome da Guerra do Golfo (Gulf War Syndrome, GWS)". (p.41)

A escala deste crime contra a humanidade ultrapassa aquela dos experimentos dos médicos nazis efectuados sobre os infelizes ocupantes dos campos de concentração. Estamos a falar aqui de quase 600 mil seres humanos experimentados pelo governo americanos, sem o seu conhecimento ou consentimento. E não estamos mesmo a considerar o crime dos efeitos do urânio empobrecido tanto sobre as forças da 'coligação' como da população iraquiana.

Boyle resume isto assim:

"Bush Sr., Cheny, General Colin Powell … General "Stormin'" Norman Schwarzkopf, e o resto do Alto Comando dos EUA infligiu um Crime de Nuremberg às forças armadas dos Estados Unidos ao forçá-las a tomar estas vacinas médicas experimentais em violação do Código de Nuremberg sobre Experimentação Médica". (p.41)

E se pensa que os actos criminosos cometidos sob Reagan, Bush Sr. e Bush Jr. excluem Clinton, pense outra vez:

"Os pretensos neoliberais da administração Clinton decidiram reactivar o maciço financiamento do Pentágono para armamento de uso duplo (dual-use), contratos de bioguerra de engenharia genética do DNA simultaneamente ofensiva-defensiva, apesar do facto de que o neo-cons reaganistas e os seus cientistas BDRP cúmplices já haviam "investigado" bio-agentes mortais que ocorriam mais naturalmente quase uma década antes ... Estes programas de bioguerra dos pretensos neoliberais clintonistas violaram tanto a Convenção das Armas Biológicas como a Lei Anti-Terrorista das Armas Biológicas, iniciada pelo Comité para a Genética Responsável".

Boyle trata extensamente do ataque com antrax ao Congresso a seguir ao 11 de Setembro a que me referi acima. Compre o livro para ter os pormenores.

Os crimes cometidos pelos EUA tal como expostos no pequeno livro de Boyle são estarrecedores e são ainda mais pelo facto de que os media principais (mainstream) ignoraram-nos quase sem excepção. E não é de admirar pois se os media principais denunciassem os monstruosos crimes cometidos pelo capitalismo americano, quase todo o governo dos Estados Unidos, sem mencionar as dezenas de milhares de "cientistas da vida" que estão envolvidos no desenvolvimento destas Armas de Aniquilação em Massa, teriam de enfrentar a realidade de que no mínimo teriam de cumprir prisão perpétua pelos seus crimes.
01/Março/2006
Francis A. Boyle foi o principal professor de Direito Internacional que redigiu o Biological Weapons AntiTerrorism Act de 1989. É professor na Universidade de Illinois. Tem um grau LLD, magna cum laude, e um PhD em Ciência Política, ambos da Universidade de Harvard. O seu livro é editado pela Clarity Press Inc., de Atlanta, Georgia, EUA, 139 pgs., ISBN 0932863469, 11,38 Euros. Clique o título para adquiri-lo através da Amazon.fr: Biowarfare and Terrorism

[*] Britânico, editor do sítio www.williambowles.info/ , email: editor@williambowles.info

O original encontra-se em www.williambowles.info//ini/2006/0306/ini-0398.html .
Tradução de JF.

Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .

[ Next Thread | Previous Thread | Next Message | Previous Message ]


Post a message:
This forum requires an account to post.
[ Create Account ]
[ Login ]
[ Contact Forum Admin ]


Forum timezone: GMT+0
VF Version: 3.00b, ConfDB:
Before posting please read our privacy policy.
VoyForums(tm) is a Free Service from Voyager Info-Systems.
Copyright © 1998-2019 Voyager Info-Systems. All Rights Reserved.