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Subject: 3. A luta de classes...


Author:
Guilherme Statter
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Date Posted: 16/11/06 11:46:36
In reply to: Guilherme Statter 's message, "Um "inventário" das ideias de Marx e Engels - Ou a peregrinação continua..." on 14/11/06 10:55:01


3. A luta de classes entre os proprietários e os trabalhadores é o reflexo social, político e psicológico das condições económicas.


Voltando ainda ao nosso Ludwig Von Bertalanffy, poderiam repetir-se aqui algumas das observações relativas à segunda das ideias inventariadas por C. Wright Mills.
Mas – nestas estórias há sempre um "mas" que vem estragar a linearidade suposta por alguns observadores e estudiosos destas coisas – exactamente pela complexidade das coisas sociais, a estória aqui já fia mais fino...
Vejamos então:
Em primeiro lugar é preciso referir que se parte aqui do princípio de que "proprietários" e "trabalhadores" são aqui (e mesmo no contexto dos escritos de Marx e Engels) aquilo a que entretanto se convencionou chamar de "arquétipos".
E nesse contexto – ou considerando que ambas as classes são (ou acabarão por ser...) "classes-para-si-mesmas" (em particular a classe trabalhadora), também aqui Marx está correcto. A luta de classes (a que tem havido...) é – em última análise – o reflexo das condições económicas. Facto que tem sido e continua a ser confirmado pela observação empírica dos factos históricos.
Por outro lado, para efeitos de praxis política e como deveria ser evidente, "trabalhadores" quer aqui dizer em concreto e por exemplo, as pessoas concretas que se revêem ou se sentem representadas na CGTP ou na UGT – no caso português, claro – e "proprietários" quer aqui dizer (também em concreto e por exemplo...) aquelas pessoas que se revêem ou se sentem representadas na CIP, na CCP, na AIP, na AEP e etc...
Repete-se: "para efeitos de praxis política". Ou então e também para efeitos de análise conjuntural da actividade económica e política.
Isto porque para efeitos de análise socio-económica do funcionamento do sistema à escala global, aquelas duas expressões já ganham outro significado.
Referi mais acima a expressão (traduzida literalmente) "classes-para-si-mesmas" (em particular a classe trabalhadora). A este respeito importa salientar que enquanto a "classe dos proprietários" tem sempre tido um comportamento de classe, consistente e coerente, a "classe dos trabalhadores" tem tido um comportamento histórico ambivalente ou ambíguo. Os factores ideológicos (ditos de alienação), culturais ou nacionais, têm tido na "classe dos trabalhadores" um maior impacto do que terão tido até agora no caso da "classe dos proprietários". Dir-seá a este respeito que, no fundamental e independentemente de cada história individual ou de grupo social, cada trabalhador aspira a ser também ele membro da "classe dos proprietários". É também por isso que nos países mais avançados (no "centro do sistema") são aos milhares os trabalhadores que em vez de gastarem tudo na sua reprodução social enquanto trabalhadores "proprietários-apenas-de-força-de-trabalho" (é isso que quer significar o ser membro da "classe dos trabalhadores"), são aos milhares, dizia eu, aqueles trabalhadores que "poupam algum", "investem na bolsa" e começam a raciocinar como "proprietários".
Neste aspecto Marx ter-se-á enganado ao tomar o seu desejo de "unidade das classes trabalhadoras" ("proletários de todos os países, uni-vos...") por uma realidade empírica que então não se verificava nem se veio – até hoje - ainda a verificar.

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4. A propriedade como critério de pertença de classe...Guilherme Statter16/11/06 13:23:38


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