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Subject: 4. A propriedade como critério de pertença de classe...


Author:
Guilherme Statter
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Date Posted: 16/11/06 13:23:38
In reply to: Guilherme Statter 's message, "Um "inventário" das ideias de Marx e Engels - Ou a peregrinação continua..." on 14/11/06 10:55:01


4. A propriedade enquanto fonte de rendimentos é o critério objectivo da definição de classe; dentro do capitalismo, as duas classes fundamentais são os proprietários e os trabalhadores.


Aqui o problema de avaliação parece relativamente simples: Trata-se de um problema de definição de um critério para definir a pertença a esta ou àquela classe: a posse (ou não) dos "meios de produção".
A acreditar nos registos históricos directos e indirectos (romances de costumes, por exemplo, de Charles Dickens, Émile Zola ou Victor Hugo) ao tempo de Marx, a polarização social dentro de cada país industrializado (ou em processo acelerado de industrialização) permitia de facto estabelecer um critério relativamente simples de "pertença de classe".
O problema é que com o aumento gradual da complexidade do sistema produtivo e a emergência (e eventual predomínio) de um novo grupo social indispensável para a gestão corrente (e mesmo no plano táctico ou até estratégico) do sistema produtivo (os gestores ou a chamada "tecnoestrutura"), as linhas divisórias que permitam separar as duas grandes classes fundamentais, esbateram-se e ganharam alguma porosidade, possibilitando o "trânsito" ou "transferência" permanente inter-classista.
Vide a proliferação de "modelos" de análise da estrutra de classes nos diversos países industrializados. Parece-nos no entanto que a ideia básica de Marx mantém apesar de tudo a sua validade heurística, permitindo assim uma análise sociológica mais detalhada da actual estruturação de classes.
É o caso do modelo analítico proposto por Erik Olin Wright.
Sendo que de facto a propriedade enquanto fonte de rendimentos – com maior ou menor grau de incidência - continua a ser o critério fundamental para a definição da "pertença de classe".
A este respeito deve no entanto assinalar-se que o "controle operacional" dos meios de produção desde há várias décadas que – com altos e baixos – se tem vindo a sobrepor e a confundir com "a propriedade enquanto fonte de rendimentos".
Para alguns observadores, a crise sistémica em que actualmente nos encontramos dever-se-ia justamente à vitória dos "proprietários" (os "shareholders" (alguns até serão "trabalhadores"...) sobre os "gestores" (ou o "management"). Ou, num plano ideológico, da vitória do "neoliberalismo friedmanita" sobre a "social-democracia keynesiana".
Em conclusão, julgo que se pode aplicar aqui um comentário ou avaliação semelhante ao que já foi feito relativamente à "tese" anterior:
Neste caso, as duas "classes fundamentais" funcionam – quer num plano analítico quer na realidade empírica observável – como dois pólos de atracção, num continuum diversificado de acesso à riqueza e posse e/ou controle dos diversos "meios de produção".
Antecipando um comentário à "tese" numero 9 ("tendência intrínseca para a miséria crescente"...), importa ainda assinalar o facto incontroverso e documentado (por todas as instituições de análise e estudos económicos e observatórios da realidade social), da crescente polarização da distribuição da riqueza. Quer entre os países mais ricos e os países mais pobres do planeta, quer dentro de cada país, tem continuado a aumentar o fosso ou distância entre os "mais ricos" e os "mais pobres".
Se alguma previsão de Marx não estava certa ou não se veio a verificar, esta certamente não é uma delas...
Mas a isso prometo voltar mais adiante.


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Bah!Recitações, recitações.Voscência é como a cortiça:só flutua.Aprofunde um pouco mais...vou ali volto já16/11/06 19:49:58


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