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Subject: Re: Euro, cinco anos depois:


Author:
Guilherme Statter
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Date Posted: 23/11/06 20:18:15
In reply to: Paulo Silva 's message, "Re: Euro, cinco anos depois:" on 23/11/06 15:50:49

Sendo o euro a moeda em que estamos, discutir se tinha sido melhor ficarmos de fora há cinco ans atrás, é capaz de ser equivalente à expressão "chover no molhado". A menos que haja hipóteses (com vantagens, claro...) de "saltar fora".
Não me parece.
Em vez disso deveríamos era discutir "como dar a volta por cima".
O problema de fundo - que não vejo mencionado nos diversos escritos que até agora aqui apareceram - é a política estritamente monetária do BCE.
O mandato institucional do BCE determina a prossecução de determinados objectivos:
1. A estabilidade dos preços
2. Apoio ao crescimento, emprego e coesão social, desde que não se ponha em perigo a "estabilidade dos preços".
Em suma, a prioridade numero um é o controle da inflação.
Alguns dirão mesmo que é uma obsessão.
Mais papista do que o papa (dir-se-á), se considerarmos que embora o seu mandato contemple o "crescimento" e a "coesão social" (logo o "pleno emprego"), a verdade é que ao longo destes últimos 5 anos, é só "controle da inflação".
Daí também a consequência para cada governo nacional do restritivo e obsessivo "controle do défice orçamental".
Mais papista do que o papa (dir-se-á ainda), se considerarmos que no caso dos EUA o Banco da Reserva Federal ( o FED) tem como mandato institucional primário a obtenção do "pleno emprego" tendo em atenção uma "razoável estabilidade dos preços.
To "promote full employment ... and reasonable price stability."
Although the dual mandate exists, Congress is now (1998...) debating whether the Fed should assign primacy to fighting inflation
.
Claro que a situação do emprego nos EUA só parece melhor do que na UE.
Em todo o caso o que me parece que será razoável (e exequível) na UE, será o combate pela flexibilização da política orçamental ao nível de cada Estado nacional e o seu ajuste à situação ou condição estrutural da economia de cada país.
Os contribuintes dos países mais ricos dirão - certamente - que não estão dispostos a "pagar os execessos orçamentais" dos países "menos ricos". (É assim como nós aqui no Continente e o inefável Jardim da Madeira).
Mas a esse respeito é tudo uma questão (pois...) de os convidar - aos tais contribuintes dos países mais ricos - a fazer as contas aos prós e aos contras de uma política de "coesão social inter-Estados"...

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