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Subject: 16. A inevitabilidade do curso da História... - III


Author:
Guilherme Statter
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Date Posted: 29/11/06 20:49:43
In reply to: Guilherme Statter 's message, "Um "inventário" das ideias de Marx e Engels - Ou a peregrinação continua..." on 14/11/06 10:55:01


16. Embora sejam os homens quem faz a sua própria história, dadas as circunstâncias da fundação ou base económica, a forma como fazem essa história e a direcção que ela toma são determinadas. O curso da História está estruturalmente limitado a ponto de ser inevitável.

Por outro lado, acusar Marx e/ou Engels de "deterministas" (no sentido "vulgar" de que "tudo está determinado" ou ainda "tem mesmo que acontecer"...) será assim equivalente a acusar Marx e Engels de considerarem os seres humanos como meros autómatos, desprovidos de capacidade autónoma de decisão.
A esse respeito não posso deixar de assinalar que é pelo menos irónico que na justificação do lucro como prémio da iniciativa empresarial, autores anti-marxistas (ou simplesmente não marxistas) como é o caso de Von Mises, falem dos empresários (capitalistas...) como os detentores exclusivos da acção "distintamente humana". Mises desenvolveu mesmo uma teoria – a Praxeologia - como a teoria da "acção distintamente humana".
Fica-se com a ingrata sensação de que os outros, os que não correspondem à descrição de "empresários" (ou "empreendedores"...) não seriam bem "humanos". Apenas corresponderiam – quando muito – à ficção teórica do chamado "homo economicus". Isto na medida em que só os "empresários" (ou "capitalistas empreendedores"...) é que seriam verdadeiramente humanos.
Como diz Patrick Gunning "…since the evenly rotating economy contains no distinctly human action and therefore no entrepreneurship…"( J. Patrick Gunning, 2000)

Ainda a respeito do "determinismo" histórico atribuído a Marx e Engels, importa referir – ou simplesmente lembrar – que quer Marx quer Engels "se fartaram" de elucidar que quanto a eles o curso da Histórico não estava determinado (no sentido "vulgar" da palavra...). Estava sim, condicionado. Do estilo, "para que 'isto' (A, B ou C) aconteça ou venha a acontecer, é preciso – necessário – que 'aquilo'(X, Y ou Z) seja antes feito ou verificado".
Refira-se a esse respeito uma carta de Marx em que diz (referindo-se a um comentador crítico):
"Sente-se ele obrigado a metamorfosear o meu esquisso histórico da génese do Capitalismo na Europa Ocidental (transformando-o) numa teoria histórico-filosófica da "marche générale" imposta pelo destino a todos os povos, quaisquer que sejam as circunstâncias históricas em que cada um se encontra, de modo a que se possa acabar por chegar à forma de Economia que assegure, em conjunto com a máxima expansão possível dos poderes do trabalho social, o mais completo desenvolvimento do homem. Mas peço desculpa ( faz-me ao mesmo tempo demasiada honra e vergonha)". (Sublinhado aqui por mim - GS)
Voltando à "tese" original, lá de cima...
Embora sejam os homens quem faz a sua própria história, dadas as circunstâncias da fundação ou base económica, a forma como fazem essa história e a direcção que ela toma são determinadas. O curso da História está estruturalmente limitado a ponto de ser inevitável.
Em resumo, e para concluir, parece-me correcta a ideia de se atribuir a Marx e a Engels a tese de que são os homens quem faz a sua própria história, dadas as circunstâncias da fundação ou base económica, a forma como fazem essa história e a direcção que ela toma são determinadas, já no que diz respeito à segunda "tese" que é aqui atribuída a Marx por C.Wright Mills, diria que este autor mistura "tranquilamente" a ideia de "inevitável" (equivalente a "necessário" ?...) com a ideia de "determinado" (ainda por cima com a precisão de "estruturalmente limitado" !...).
De um ponto de vista de "(in)coerência" ou "(in)congruência" lógica intrínsecas ao sistema, poderá aqui dizer-se que há determinismo no que diz respeito ao tipo de alternativas para a sua superação. No que diz respeito às alternativas históricas para essa superação, nada estará "determinado", nem esta ou aquela opção é susceptível de ser considerada como "inevitável".

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Bah!Voscência está na lógica da batata!Lógica da História,lógica do capitalismo!E a lógica do Marx? (NT)vou ali volto já30/11/06 14:09:45


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