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Subject: 16. A inevitabilidade do curso da História... - II | |
Author: Guilherme Statter |
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Date Posted: 29/11/06 19:42:27 In reply to: Guilherme Statter 's message, "Um "inventário" das ideias de Marx e Engels - Ou a peregrinação continua..." on 14/11/06 10:55:01 16. Embora sejam os homens quem faz a sua própria história, dadas as circunstâncias da fundação ou base económica, a forma como fazem essa história e a direcção que ela toma são determinadas. O curso da História está estruturalmente limitado a ponto de ser inevitável. Em face dos pontos anteriormente expostos, quere-me parecer que os críticos de Marx que o acusam ou de "idealista" ou de "determinista" (correlacionado com a posição do materialismo mecanista…), mesmo que disso não se dêem conta, acabam por estar a acusar Marx de incorrer na posição do "necessitarismo". Segundo esta crítica, o "socialismo de Marx" ou seria "necessário" (equivalente ao determinismo de tipo "materialista mecânico" – distinto e prevalecente antes do "materialismo dialéctico") ou seria "impossível" (daí também a acusação dirigida a Marx e/ou Engels de serem utópicos ou "idealistas"...) Ainda segundo os críticos de Marx, os defensores marxistas da ideia da progressão histórica da Humanidade para o Socialismo, ou melhor, a afirmação da sua possibilidade, seria apenas uma ignorância (por parte dos defensores de Marx...) da natureza intima das coisas sociais e da sua dinâmica histórica. Por outro lado o "necessitarismo" implica a negação do livre arbítrio, na medida em que tudo o que acontece estava "condenado" a acontecer e a evolução do universo poderia ser prevista com todo o detalhe se dispusséssemos de uma espécie de "hiper-computador" laplaceano. Tal não é claramente a posição de Marx ou de Engels, muito em particular, na medida em que apontam o que é possível "mas necessário – de um ponto de vista lógico (não histórico!!!...) para superar, resolver ou ultrapassar as contradições lógicas por eles identificadas como sendo intrínsecas ao modo de produção capitalista. Introduzimos aqui um exemplo (ou uma metáfora) que poderá ajudar a clarificar esta questão: Um automóvel corre por uma auto-estrada a 100 quilómetros à hora. Para o travar, é necessário. (1) ou carregar no travão, (2) ou utilizar a caixa de velocidades (quando a há...), (3) ou simplesmente deixar funcionar a inércia (numa subida?...) tirando o pé do acelerador (4) ou ainda e finalmente "deixar andar" até se esgotar o combustível. Uma das quatro opções é "necessária" Nada está determinado (a não ser no tal universo do "hiper-computador" laplaceano...), pelo que teremos pois o livre arbítrio, o qual é naturalmente contemplado pelo materialismo histórico. Defender a ideia de que "determinismo" quer dizer o mesmo que "tudo está determinado" é confundir na mesma expressão o chamado "determinismo local" e o chamado "determinismo universal". Este, ao fim e ao cabo, acaba por ser equivalente à posição do "necessitarismo". Em particular se considerarmos a hiper complexidade dos fenómenos sociais, em que é indeterminado o numero de "causas" e/ "factores intervenientes". Ou seja, para o "necessitarismo", como não podemos conhecer a totalidade das causas e/ou factores intervenientes, temos que só podemos conhecer aquilo "que já está". [ Next Thread | Previous Thread | Next Message | Previous Message ] |
Subject | Author | Date |
16. A inevitabilidade do curso da História... - III | Guilherme Statter | 29/11/06 20:49:43 |
Bah!Voscência está na lógica da batata!Lógica da História,lógica do capitalismo!E a lógica do Marx? (NT) | vou ali volto já | 30/11/06 14:09:45 |
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