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Subject: SARKOZY - Um homem com muitas damas de 1.ª | |
Author: FERREIRA FERNANDES (DN, 24.06.2007) |
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Date Posted: 24/06/07 12:19:18 Há mais ministras francesas chamadas Christine (são três) do que ministras em todo o Governo português (são duas). Que sejam Christine as ministras da Cultura, da Economia e da Coesão Social é mera coincidência, mas já é vontade política de Sarkozy e não mero acaso - ele avisou na campanha presidencial - que metade dos 16 membros do Governo sejam mulheres. Como também ele quis que três dos cinco mais poderosos ministérios, Economia, Defesa e Interior, lhes tenham sido entregues (pela primeira vez a pasta da Economia coube a uma ministra). Sarkozy prometeu rupture e cumpriu Mas nenhuma mudança foi tão acentuada no início do mandato de Sarkozy como aquela que se traduz por três nomes próprios: Rachida, Rama e Fadela. Uma ministra, duas secretárias de Estado, todas filhas de imigrados, todas muçulmanas. Que ruptura, quando em anteriores governos franceses os raros secretários de Estado de origem imigrante tinham pelouros geralmente ligados a essa origem (do género "Integração"). "Quando a vi [a Rachida Dati, ministra da Justiça] no Conselho Superior da Magistratura, sentada no cadeirão vermelho, a única mulher entre aqueles homens todos, emocionei-me", diz o próprio Sarkzoy. E sobre a nova secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros, orgulha-se: "Na cena internacional haverá duas negras: Condi Rice e Rama Yade." Rachida Dati é filha de um trolha marroquino e tem onze irmãos. Rama Yade nasceu no Senegal, onde o seu pai era conselheiro do Presidente. Origens sociais diferentes mas um ponto comum: muçulmanas, ambas estudaram num colégio católico. Deu às duas a noção da diversidade de França, sem as agarrar à origem de cada uma. À americana, fizeram da escalada social um assunto pessoal - foram sempre de direita. Já a Fadela, Sarkozy foi buscá-la aos bairros imigrantes, lugares naturais da esquerda. Aliás, a organização que Fadela fundou, logo no nome, Ni Putes Ni Soumises (Nem Putas Nem Submissas), declara o seu radicalismo. Fadela, secretária de Estado dos Assuntos Urbanos, vai dedicar-se ao mais alto nível a mudar aquilo que ela, nas banlieues, só podia denunciar. A sua ministra de tutela, Christine Boutin, é uma católica tradicional. Uma contradição daquelas que Sarkozy gosta, porque ilustra a França de hoje. Em 2002, uma jovem muçulmana de 17 anos, Sohanne Benziane, foi queimada viva por um passador de droga, em Vitry-sur-Seine. Filha do mesmo meio social e cultural, Fadela Amara convenceu-se de que a luta passava pela denúncia do inimigo próximo e imediato: o ambiente violento e sexista de alguns bairros su-burbanos. Daí o nome bizarro da sua associação, Ni Putes Ni Soumises, a afirmação republicana de igualdade para todas as mulheres, mesmo para as filhas dos imigrados. A esquerda, presa na ideologia - a culpa é sempre da sociedade em geral... -, não estava pronta para criticar os jovens muçulmanos machistas. Se calhar, não é tão paradoxal que Fadela Amara aceitasse a mão estendida de Sarkozy, o mais pragmático dos políticos: "Eu avisei o Presidente, a questão da igualdade dos sexos é uma prioridade nacional", diz ela. As banlieus são lugares que costumam mais exportar revoluções do que importar mudanças. Costumavam. | [ Next Thread | Previous Thread | Next Message | Previous Message ] |
Subject | Author | Date |
O tipo quer envergonhar a esquerda | françois | 24/06/07 21:52:25 |
Re: SARKOZY - Um homem com muitas damas de 1.ª | Os principais desafios económicos do Presidente Sarkozy (Andrea Canino) | 26/06/07 8:35:57 |