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Subject: Re: SARKOZY - Um homem com muitas damas de 1.ª


Author:
Os principais desafios económicos do Presidente Sarkozy (Andrea Canino)
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Date Posted: 26/06/07 8:35:57
In reply to: FERREIRA FERNANDES 's message, "SARKOZY - Um homem com muitas damas de 1.ª" on 24/06/07 12:19:18

O Presidente Sarkozy mostrou, no seu discurso do passado 20 de Junho, uma vontade inamovível de pôr em obra o seu programa económico, para dar de novo à França um verdadeiro dinamismo. Contudo, o balanço que o Conselho da Cooperação Económica (CCE), a que presido, preparou com os 120 grandes grupos europeus da sua rede e que apresentou ao Presidente francês, no âmbito de uma reunião de trabalho no passado 15 de Junho, mostra que a França, em termos de competitividade, encontra-se estagnada há cinco anos, a um nível pouco superior à média europeia.

Porém, se efectuarmos uma análise mais profunda, devemos concluir que o lugar da França no período considerado é ainda menos brilhante, se tivermos em conta o alargamento europeu e a competição mundial. Assim, nesse período, a média europeia diminui com a entrada na União de 10 novos países, menos avançados que outros no plano económico. Outro factor agravante: entre 2001 e 2006 o PIB da UE cresceu, em média, 3,2 por cento contra 5,4 por cento do resto do mundo, criando desta maneira um diferencial de crescimento.
Como positivo devemos dizer que o país dispõe de duas grandes virtudes: o posicionamento geográfico central na UE, que faz da França o segundo país na captação de investimentos directos estrangeiros na Europa; e o lugar eminente conquistado pelos grandes grupos franceses, que se encontram no segundo lugar europeu, com 18 empresas entre as 100 primeiras do continente. Este facto constitui uma grande vantagem no contexto da globalização, dado que o número de centros de decisão económica que uma nação conserva no seu território fornece uma influência essencial - como demonstrou Michael Porter - sobre o crescimento e a competitividade económica do país.
Por que então esta dissociação? A causa essencial é sem dúvida a atenção insuficiente que foi dada em França à questão do capital humano. O atraso flagrante em matéria de reformas relevantes e eficazes nesta matéria produz duas grandes insuficiências, as quais devem ser resolvidas de maneira urgente: um sistema educativo inadequado e um mercado do trabalho prejudicial ao emprego. São estes dois problemas centrais que o Presidente Sarkozy deverá atacar como primeira prioridade do seu governo.
Numa economia avançada, uma formação de elevado nível é a chave para manter o emprego e a garantia de uma inovação de qualidade. Todavia, a universidade e a investigação francesas sofrem de vários problemas e apresentam uma elevada taxa de fracasso: um subinvestimento crónico - 10 mil dólares por ano de despesas médias por universitário em França contra 24 mil nos Estados Unidos; uma centralização que não deixa lugar à iniciativa individual; e uma desconexão com o mundo da empresa. Para inverter esta tendência é indispensável dar às universidades uma plena autonomia; criar campus universitários dignos deste nome, fazendo suportar às famílias uma parte dos custos de formação (e atribuindo, por outro lado, bolsas generosas aos estudantes de famílias de baixos ordenados); desenvolver associações com as empresas para fazer da formação contínua um dos eixos principais das relações entre indústria e universidade; e, finalmente, rever o estatuto dos investigadores, pondo em curso uma avaliação objectiva e independente, inspirada nas melhores práticas internacionais.
No que diz respeito ao mercado do trabalho, o facto de as empresas n°1 e n°2 do trabalho temporário mundial realizarem em França mais de um terço do seu volume de negócios ilustra perfeitamente a crise do mercado do trabalho no país. É então necessário tomar medidas que estimulem de novo as empresas a empregarem. Isto passa pela criação de um sistema de flexi-segurança, fundado sobre um contrato único que inclui uma previsibilidade jurídica sobre as causas de ruptura e respectivas contrapartidas; a progressividade dos direitos ao emprego e os mecanismos de reciclagem dos empregados despedidos, implicando uma boa protecção do trabalhador, mas também com medidas incitativas e coercivas que incluam a indemnização do desempregado, a procura activa de trabalho e a adopção de um sistema de regulamentação da imigração extracomunitária inspirada do modelo espanhol.
Os franceses começam a tomar consciência dos problemas relacionados com o capital humano. Elegendo Nicolas Sarkozy, demonstraram entender que a globalização é um facto inevitável e irreversível. Tal tomada de consciência é, porém, insuficiente para garantir que vão aderir às reformas necessárias. O Presidente francês deverá, por conseguinte, deixar claro que as ditas reformas não são nem de direita nem de esquerda, mas que são simplesmente indispensáveis para garantir o crescimento e o emprego. Com efeito, na Europa, semelhantes reformas foram adoptadas tanto por países liberais, como por sociais-democratas do Norte, produzindo por toda a parte excelentes resultados.
Obviamente, para além destas duas medidas relativas ao capital humano absolutamente prioritárias, o Presidente Sarkozy deverá atacar outros grandes assuntos: a reorganização do sistema de investigação e desenvolvimento, o aprofundamento do mercado interno e a dinamização das PME no território. Contudo, é sobre a formação e a reforma do mercado do trabalho que poderemos julgar o sucesso ou o fracasso da política económica do mandato presidencial de Sarkozy.
Presidente do Conselho de Cooperação Económica, organismo europeu com o patrocínio
permanente dos governos espanhol, francês,
italiano e português e da MC Partners

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