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Subject: A Esquerda Messiânica | |
Author: Sofia Lorena |
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Date Posted: 2/07/07 11:55:19 In reply to: Rui Ramos 's message, "O que resta da esquerda?" on 20/06/07 8:53:14 Walter Veltroni, o mais esperado da esquerda, prepara-se para o seu momento em Itália "Grande comunicador" e "muito popular", o "aguardado". Assim tem sido descrito. Em Itália vive-se por estes dias um "momento Veltroni". Quarta-feira, como anunciou a imprensa em peso, foi "Dia Veltroni". O dia em que Walter Veltroni, presidente da Câmara de Roma, deu oficialmente início ao caminho que o levará à liderança do país. Para já, Veltroni é apenas candidato a secretário-geral do recém-formado Partido Democrático, fusão dos Democratas de Esquerda (maior partido à esquerda, herdeiros do PCI) e da Margarida (católicos centristas), os dois principais partidos da União de Romano Prodi, a coligação de centro-esquerda actualmente no poder. Se a data prevista se mantiver, será escolhido para a liderança em eleições primárias a 14 de Outubro. E se é verdade que terá oposição - já há tendências neste novo partido -, mais relevante é quase todos os jornais terem escrito que aquilo que iniciou com o discurso desta semana em Turim foi uma campanha que o levará à liderança, não só do novo PD mas de Itália. As próximas eleições gerais são só em 2011, mas alguns antecipam já uma transição à britânica. Veltroni sublinha que o Partido Democrático deve apoiar o Governo, enquanto Prodi assegura que "um Governo forte precisa de um partido forte que o apoie". As sondagens que davam 23 a 24 por cento ao PD dão 34 a 35 por cento ao mesmo partido com Veltroni - números que chegam para transformar o PD no maior partido do país, à frente da Força Itália, de Silvio Berlusconi. Veltroni faz 52 anos terça-feira. Estudou cinema, é jornalista de profissão, assinou inúmeros livros, da biografia (incluindo um título dedicado a Robert Kennedy) ao romance, dirigiu em tempos o jornal L"Unita (do PCI). Entrou para a juventude comunista na década de 70 e foi eleito deputado em 1987, pouco antes de entrar para o comité central do PC. Entre 1996 e 1998 foi vice-presidente do Conselho (com Prodi) e ministro da Cultura, saindo do Governo para assumir a liderança dos Democratas de Esquerda, com o fim do PCI. Comunicar e renovar Fedele Confalonieri, muito próximo de Berlusconi e administrador da Mediaset e da Mondadori, empresas do ex-chefe de Governo, descreveu esta semana Veltroni como "grande comunicador", elogiando-lhe a "atitude de diálogo" e a "firmeza". Berlusconi, mais seco, ironiza apenas com o rótulo de novidade: "É ridículo apresentar como novo e dizer que é fresco alguém que faz política há 40 anos e que não fez mais nada na vida." O jornal liberal La Stampa escreveu que Veltroni é "o único sobrevivente de um pelotão dizimado pela fadiga". "Escolhemos o mais fresco entre nós", declarou Piero Fassino, líder dos DS. Veltroni pode fazer política há décadas, mas não deixa de ser tratado como um fenómeno que só pode ser comparado precisamente a Berlusconi. O político empresário é bastante mais velho, mas alimentou o culto da juventude e da novidade. Veio abalar a política e refundar a direita - como se diz que fará Veltroni pela esquerda. E Veltroni, sem ser dono de canais de televisão como Berlusconi, também tem sabido acompanhar de boa publicidade as suas acções à frente de Roma. Escreveu recentemente em editorial o diário económico Il Sole-24 Ore que Veltroni "será investido como o homem que deve reencontrar o consenso perdido". Em Turim, num discurso com direito a directo em vários canais de televisão, Veltroni definiu prioridades - ambiente, "novo pacto entre gerações", formação e segurança. E repetiu palavras como "união" e "modernidade". Falou no novo partido como algo de que a Itália precisa - "uma força de mudança, liberta de ideologias", por oposição à esquerda europeia actual, presa a "esquemas que a fazem parecer velha e conservadora, ideológica e fechada". O pior para Berlusconi Para o jornal Il Manifesto (à esquerda dos DS), Veltroni é o líder à imagem do novo PD: "pertença imprecisa, portas abertas à direita e à esquerda, grande capacidade de mediação". Num retrato no diário La Repubblica (esquerda), Filippo Ceccarelli descreve o fenómeno Veltroni como "uma espécie de berlusconismo ao contrário", igualmente mediático, optimista e de aparência moderna. Notando que Veltroni soube manter-se à margem das polémicas recentes do centro-esquerda, sublinha que o seu percurso é antes definido por paixões: o cinema (a última aquisição cultural para Roma foi um festival que quer rivalizar com Veneza), o lazer (a ele se deve o sucesso "Noite Branca", em que nada fecha), ou África (continente a que viaja com frequência e ao qual dedicou livros). E conclui que a sua marca é a capacidade de reivindicar temas que "a política moderna parece ter perdido de vista", como a solidariedade, algum optimismo face ao futuro ou uma disponibilidade para dialogar com outras culturas. "Decididamente, o que pode acontecer de pior ao seu provável futuro adversário, Silvio Berlusconi." [ Next Thread | Previous Thread | Next Message | Previous Message ] |