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Subject: Custos, malfeitorias e perigos do d�lar | |
Author: Rudo de Ruijter |
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Date Posted: 19/03/07 17:01:06 Custos, malfeitorias e perigos do d�lar por Rudo de Ruijter [*] Aqueles que utilizam o d�lar fora dos Estados Unidos pagam permanentemente uma contribui��o �quele pa�s. Esta consiste numa infla��o de 1,25 milh�o de d�lares por minuto. � o resultado do crescimento r�pido da d�vida externa dos Estados Unidos. A metade das suas importa��es � simplesmente acrescentada � d�vida externa e � paga pelos detentores de d�lares no estrangeiro atrav�s da infla��o. Al�m disso, estes detentores n�o parecem conscientes de que o curso do d�lar n�o passa de uma fachada fracturada. Se n�o compreenderem o que ainda a ret�m de p�, arriscam-se a que esta lhes caia na cabe�a de surpresa. Entretanto, bem camuflado, o d�lar est� no centro de diversos conflitos dos Estados Unidos. 1. Procura mundial de d�lares 2. Compras gratuitas pelos Estados Unidos 3. Falidos e ainda assim continuam 4. Reservas de d�lares do Jap�o e da China 5. Conflitos camuflados 6. Como se roubam reservas de petr�leo? 7. Euro versus d�lar 8. C�lulas cancer�genas verdes 1. Procura mundial de d�lares At� 1971: d�lar = ouro At� 1971 cada d�lar Americano representava um peso fixo em ouro. Os Estados Unidos dispunham de enormes reservas de ouro, que cobriam a totalidade da quantidade de d�lares posta em circula��o. Quando bancos estrangeiros tinham mais d�lares do que pretendiam, podiam troc�-los por ouro. Esta era a raz�o mais importante porque o d�lar era aceite por toda a parte do mundo. A partir de 1971: o petr�leo da OPEP � pago em d�lares Em 1971, o valor do d�lar foi separado do peso fixado em ouro. De facto, isto foi uma medida da afli��o do presidente Nixon. A guerra do Vietnam havia esvaziado os cofres do Estado. Os Estados Unidos haviam impresso mais d�lares do que o permitiam as suas reservas de ouro. Desde ent�o, o valor do d�lar � determinado pela lei da oferta e da procura nos mercados de c�mbio. Nesta �poca os Estados Unidos ainda produziam bastante petr�leo para o seu consumo pr�prio. Para proteger suas empresas petrol�feras, haviam instaurado limita��es �s importa��es de petr�leo. Em contra-partida do levantamento destas limita��es, os pa�ses da OPEP prometiam n�o mais vender o seu petr�leo sen�o em d�lares. Na �poca o d�lar j� era a moeda mais utilizada no com�rcio mundial. Portanto, nada de especial? Todos os pa�ses t�m necessidade de d�lares A partir de 1971, todos aqueles que desejam importar petr�leo devem antes comprar d�lares. [1] � aqui que come�a a festa para os Estados Unidos. Quase todo o mundo tem necessidade de petr�leo, portanto todo o mundo quer d�lares. Os compradores de petr�leo do mundo inteiro d�o os seus yens, coroas, francos e outras moedas. Em troca recebem d�lares, com os quais podem comprar petr�leo nos pa�ses da OPEP. A seguir, os pa�ses da OPEP v�o gastar estes d�lares. Poder�o naturalmente fazer isso nos Estados Unidos, mas tamb�m em todos os outros pa�ses do mundo. Com efeito, todo o mundo quer d�lares, pois todo o mundo ter� novamente necessidade de petr�leo. 2. Compras gratuitas pelos Estados Unidos . Neste com�rcio de petr�leo, h� necessidade de uma quantidade importante de d�lares. Muitos destes d�lares n�o servem sen�o no ciclo no exterior dos Estados Unidos, ou seja, entre os outros pa�ses do mundo e os pa�ses da OPEP. A princ�pio n�o existiam suficientes d�lares para isso. Eles deviam ser impressos nos Estados Unidos. [2] Isso lhes custava papel e tinta verde. A seguir, estes d�lares deviam ser postos � disposi��o no estrangeiro, nos lugares onde os compradores de petr�leo dele tinham necessidade. E � aqui que se chega ao lucro gigantesco. Com efeito, n�o existe sen�o um modo de colocar estes lindos bilhetes novos � disposi��o no estrangeiro: os Estados Unidos v�o fazer compras com eles. E uma vez que esta quantidade de d�lares fica em uso permanente no estrangeiro, os Estados Unidos nada fornecem em troca. As suas compras portanto s�o gratuitas! Estas compras gratuitas perpetuam-se. Uma vez que s�o precisos mais d�lares no com�rcio de petr�leo, pela subida de pre�os ou de volumes, estes s�o benef�cios para os Estados Unidos. Isto n�o se limita aos crescimentos no com�rcio de petr�leo, pois vale igualmente para a utiliza��o do d�lar no resto do com�rcio mundial. A globaliza��o, o livre com�rcio mundial, a privatiza��o mundial dos servi�os p�blicos, como por exemplo os servi�os de g�s, �gua, electricidade, telefone e transportes p�blicos, devoram quantidades enormes de d�lares. S�o sempre mais d�lares que desaparecem nos quatro cantos do mundo. E em primeiro lugar isto significa sempre compras gratuitas para os Estados Unidos! D�vida Evidentemente, isto implica que os Estados Unidos criam d�vidas com todas estas compras gratuitas. Pois um dia o estrangeiro poderia vir fazer compras nos Estados Unidos com todos estes d�lares e ent�o, finalmente, os Estados Unidos deveriam fornecer alguma coisa em troca. Balan�a comercial Importa��es americanas 2004 US$ 1 469 704 400 Exporta��es americanas 2004 US$ 818.774.900 Compras menos vendas US$ 650.929.500 . Para n�o correr risco, os Estados Unidos deveriam ter o cuidado de manter o equil�brio entre as suas importa��es e as suas exporta��es. A partir de 1971, data em que uma quantidade acrescida de d�lares fora posta em circula��o, s� em 1972 as vendas ultrapassaram as compras. A seguir come�ou a descida e os Estados Unidos vivem cada vez mais pendurados no resto do mundo. [3] S� no ano 2004, o d�fice na balan�a comercial foi de 650 mil milh�es de d�lares! [4] Numa popula��o de 300 milh�es, isto quer dizer que cada cidad�o dos Estados Unidos comprou 2.167 d�lares de mercadorias estrangeiras, pelas quais n�o pagou. Face a este d�fice da balan�a comercial, n�o houve melhoria na balan�a de pagamentos. A d�vida externa dos Estados portanto aumentou em 650.929.500.000 d�lares num ano. Isto equivale a 1,25 milh�o de d�lares por minuto! O d�fice do com�rcio externo dos Estados Unidos � mais importante no seu com�rcio com a China (162 mil milh�es de d�lares), o Jap�o (76), o Canad� (66), a Alemanha (46), o M�xico (45), a Venezuela (20), a Coreia do Sul (20), a Irlanda (19), a It�lia (17), a Mal�sia (17). [5] O curso do d�lar Qualquer outro pa�s que compra mais do que vende ver� diminuir o valor da sua moeda. Quando n�o se pode comprar grande coisa com uma moeda, a procura baixa, tal como o seu curso no mercado de c�mbios. Mas o que vale para os outros pa�ses n�o vale para os Estados Unidos. O mundo inteiro tem tanta necessidade de d�lares para comprar petr�leo que h� sempre procura. . Os Estados Unidos consomem � da produ��o mundial de petr�leo. Quando o curso do d�lar ascende, unicamente o pre�o para os outros � dos consumidores de petr�leo � que sobe. Para os Estados Unidos o pre�o n�o se move. Quando o pre�o da OPEP sobe, � preciso acrescentar d�lares ao ciclo. Se o consumo permanece o mesmo, eles podem ser impressos e acrescentados � circula��o, sem que o curso do d�lar baixe. Em 2004 os Estados Unidos produziam a metade do petr�leo que consumiam, a outra metade (1/8 do consumo mundial de petr�leo) era importada. De todos os d�lares suplementares que s�o necess�rios aquando de um aumento dos pre�os da OPEP, 7/8 s�o portanto necess�rios no exterior dos Estados Unidos. A cada aumento dos pre�os do petr�leo os Estados Unidos podem financiar o seu pr�prio aumento do sobrecusto gra�as a bilhetes novos e, simultaneamente, fornecer sete vezes mais d�lares ao estrangeiro. Portanto, mais uma vez, fazer compras gratuitas e criar d�vidas suplementares (a depend�ncia das importa��es de petr�leo aumenta rapidamente; em 2006 os Estados Unidos j� deviam importar 60 por cento do seu consumo). Os Estados Unidos disp�em de quantidades de truques de prestidigita��o para manter o curso do d�lar. Quando, no estrangeiro, a utiliza��o do d�lar aumenta, basta-lhe esperar um pouco para reagir � procura acrescida para ver o curso subir. Os Estados Unidos podem p�r mais d�lares em circula��o quando o curso sobe demasiado. Podem recomprar d�lares eles pr�prios quando a procura baixa. Por exemplo: vendendo obriga��es, como t�tulos do Tesouro. Para os Estados Unidos isto entretanto implica despesas: os juros. Todos estes juros reunidos j� s�o de tal forma elevados que eles devem fazer sempre novos empr�stimos para pag�-los. A d�vida dos Estados Unidos cresce cada vez mais rapidamente. 3. Falidos e ainda assim continuam Em http://www.babylontoday.com/national_debt_clock.htm pode ser vista a �ltima cifra da d�vida e a rapidez com que ela ascende por segundo� 45% desta soma � devida a credores estrangeiros. A d�vida externa � de tal forma elevada que os Estados Unidos j� n�o podem reembols�-la. Os Estados Unidos est�o falidos. Apesar disso os d�lares s�o comprados e vendidos como antes. Para as compras de g�s e de petr�leo, eles s�o sempre necess�rios. Enganado pelo curso do d�lar, que parece de boa sa�de, o com�rcio mundial continua a fazer os seus neg�cios em d�lares. Business as usual? Seguindo a l�gica habitual da economia, um curso mais baixo deveria conduzir a mais exporta��es e menos importa��es. � porque os compradores estrangeiros podem comprar menos caro. Entretanto, enquanto os vendedores estrangeiros forem bastante loucos para aceitarem d�lares, n�o � um problema para os Estados Unidos emitir um pouco mais destes bilhetes verdes. Dar alguns d�lares a mais por pe�gas chinesas ou por artigos electr�nicos do Jap�o? N�o h� problema algum. Os Estados Unidos deixam simplesmente que a sua d�vida externa suba um pouco mais r�pido. Mais d�lares para um mesmo artigo significa infla��o. E 1% de infla��o significa ao mesmo tempo que o valor da d�vida j� existente diminui 1%. Portanto, os Estados Unidos n�o t�m qualquer interessem em travar suas importa��es. No com�rcio do petr�leo, uma baixa do d�lar � geralmente seguida da sua consequ�ncia l�gica. A longo prazo os exportadores de petr�leo n�o aceitar�o um valor menor pelas suas vendas. Se o curso do d�lar baixa 10%, � quase certo que os pre�os do petr�leo aumentar�o 10% de modo a que o valor permane�a pelo menos id�ntico. Se n�o houver mais necessidade de d�lares para comprar petr�leo, o resto do mundo n�o ter� nenhuma vantagem em continuar a servir-se do d�lar. Apenas desvantagens. O d�lar n�o representa mais equival�ncia em ouro e a d�vida externa gigantesca conduzir� � consequ�ncia l�gica: o curso do d�lar cair�. E quando os estrangeiros n�o aceitarem mais d�lares, os Estados Unidos n�o poder�o mais imprimi-los para viver �s custas do resto do mundo. N�o poder�o mais manter o seu ex�rcito custoso. Perder�o a sua influ�ncia. Dissolu��o da d�vida A queda do d�lar ter� um efeito secund�rio miraculoso para os Estados Unidos. Quando o d�lar j� n�o valer mais nada, a d�vida externa ter� ao mesmo tempo desaparecido. Com efeito, esta � composta de d�lares que se encontram no estrangeiro. No limite, atingir�o o valor do papel velho. Mas ai! A queda do d�lar ser� igualmente acompanhada pela fal�ncia de bancos, empresas e organiza��es internacionais, cujo destino est� ligado ao do d�lar. 4. Reservas de d�lares do Jap�o e da China Um grupo importante de compradores de d�lares � constitu�do pelos bancos centrais dos diferentes pa�ses. Os bancos centrais guardam reservas estrat�gicas. S�o reservas em moeda estrangeira, com as quais estes bancos podem recomprar a sua pr�pria moeda, se porventura grandes quantidades forem propostas nos mercados de c�mbio. Assim, eles podem impedir que o curso da sua moeda caia. Eles guardam estas reservas na moeda mais aceite do mundo, at� agora o d�lar. Mas na China, no Jap�o, e igualmente em Formosa e na Coreia do Sul, estas reservas de d�lares subiram muito acima do que � estrategicamente necess�rio. [6] N�o � tanto porque estes bancos gostem de guardar os d�lares, ao contr�rio. Estes pa�ses exportam muito e, em consequ�ncia, massas de d�lares afluem para eles. Elas devem ser trocadas contra a moeda local para pagar os trabalhadores e as mat�rias-primas. Se a procura de dinheiro local empurra o seu curso para o alto, os produtos tornam-se mais caros para o estrangeiro. Assim, para n�o por em perigo a posi��o exportadora do pa�s, os bancos centrais tentam manter o curso da moeda est�vel. E � por isso que compram d�lares maci�amente, evitando assim que o curso da sua pr�pria moeda aumente. Para estes pa�ses isto � um grande problema. Por todos estes d�lares armazenados, os bancos centrais emitem dinheiro local. Portanto, de facto, os trabalhadores recebem infla��o em troca dos seus produtos exportados. [7] Desta maneira exportam trabalho e mat�rias-primas em troca de nada. Para os bancos centrais, estes d�lares rendem quase nada. Os d�lares certamente podem ser trocados por obriga��es, como os t�tulos do Tesouro, e render algum juro. Mas mesmo estes juros n�o pagam definitivamente sen�o a si pr�prios, uma vez que os Estados Unidos pagam-nos simplesmente com um novo aumento da sua d�vida externa. Durante este per�odo, o valor de todos estes d�lares armazenados � tribut�rio das flutua��es de curso nos mercados de c�mbio. E al�m disso, devido � d�vida externa gigantesca dos Estados Unidos, o d�lar amea�a implodir a qualquer momento. Estes bancos centrais est�o encalhados entre a necessidade de se desfazerem destas reservas de d�lares, a necessidade de comprarem d�lares para manterem o curso da sua pr�pria moeda e, eventualmente, de comprar d�lares quando o curso do mesmo arrisca-se a cair nos mercados mundiais de c�mbio. Enquanto isso, os Estados Unidos deixam subir a sua d�vida externa cada vez mais rapidamente. Por quanto tempo pode isto ainda continuar? Peritos do Asian Development Bank estimam que o curso do d�lar deveria descer de 30% a 40%. Tamanha baixa comporta o risco de que um n�mero importante de bancos e empresas vendam os seus d�lares rapidamente e que mesmo os bancos centrais n�o queiram ou n�o possam mais impedir a queda total do d�lar. Aquele que vende os seus d�lares em primeiro lugar safa-se, quem espera n�o tem sen�o de calcular as suas perdas. 5. Conflitos camuflados Para manter a procura permanente de d�lares, as vendas de petr�leo devem continuar em d�lares. � por isso que os Estados Unidos tentam manter a maior influ�ncia poss�vel, por um lado sobre o mercado do petr�leo, pelo outro sobre os dirigentes locais. Deste modo asseguram simultaneamente o seu aprovisionamento em petr�leo. E, para os dirigentes locais, h� contratos lucrativos a obter com os quais se pode apropriar de um m�ximo de benef�cios na produ��o de petr�leo. O medo ganha sempre � raz�o Mas quando estes dirigentes locais n�o quiserem mais vender seu petr�leo em d�lares, os Estados Unidos ter�o um problema. Neste caso, o presidente dos Estados Unidos n�o explicar� quanto o seu pa�s � dependente da procura de d�lares. O conflito ser�, pois, sempre camuflado. Para isso, sistematicamente, ser� escolhido um tema emocional. Outrora era o perigo comunista, hoje � o perigo terrorista, fundamentalista e outros medos populares tais como "o inimigo tem armas de destrui��o maci�a" ou "o inimigo tenta fabricar armas nuclares". Que, racionalmente, n�o exista qualquer prova � sem import�ncia. As emo��es dominar�o sempre. Mesmo o facto de as acusa��es serem invertidas, com provas para demonstrar, n�o � notado por quase ningu�m: os Estados Unidos t�m armas de destrui��o maci�a e j� as utilizaram; os Estados Unidos t�m armas nucleares e j� as utilizaram. Em 2006 ainda amea�aram fazer uso delas. Mas, mais uma vez, a partir do momento em que as acusa��es s�o vertidas emocionalmente, o ser humano desliga sua intelig�ncia. A raz�o j� n�o � um argumento para manter a paz. O teatro j� n�o se concentra sen�o em torno das acusa��es. E uma vez que nenhum especialista de armas de destrui��o em massa ou de armas nucleares tem a palavra, praticamente ningu�m descobre o problema real dos Estados. Fa�amos uma ronda para ver alguns conflitos mais de perto. A Venezuela Na Venezuela os Estados Unidos tentam h� v�rios anos fazer cair o presidente Chavez, com o pretexto de que � um perigoso comunista. Chavez nacionalizou a ind�stria do petr�leo [NR1] e exporta uma parte do �leo em transac��es por troca, como por exemplo petr�leo contra os cuidados m�dicos de Cuba. Nas transac��es de troca n�o h� necessidade de d�lares e assim os Estados Unidos n�o podem lucrar. O Iraque At� 1990 os Estados Unidos tinham contactos comerciais lucrativos com Saddam Hussein. Saddam era um bom aliado, pois em 1980 havia tentado libertar o pessoal da embaixada dos Estados Unidos em Teer�o. Em 1989, Saddam acusava o Kuwait de inundar o mercado de petr�leo e fazer cair os pre�os. Em 1990, Saddam anexava o Kuwait. Isto provocou uma viragem imediata na atitude dos Estados Unidos. Com a anexa��o do Kuwait, Saddam dispunha de 20% das reservas mundiais de petr�leo. Os iraquianos s�o portanto expulsos do Kuwait pelos Estados Unidos, apoiados por uma coliga��o de 134 pa�ses, e postos a p�o e �gua durante dez anos no quadro de um embargo das Na��es Unidas. Apesar de os Estados Unidos terem sonhado durante anos com uma maneira de restabelecer a sua influ�ncia no Iraque, a passagem de Saddam ao euro, em 6 de Novembro de 2000 [9] , devia tornar a guerra inevit�vel. O d�lar afundava e em Julho de 2002 a situa��o tornava-se de tal como cr�tica que o Fundo Monet�rio Internacional advertia que a divisa dos EUA arriscava-se a so�obrar. [10] Alguns dias depois, em Downing Street (Londres), eram discutidos os planos de ataque. [11] No m�s seguinte, o vice-presidente Cheney proclamava que doravante era certo que o Iraque dispunha de armas de destrui��o em massa. [12] Utilizando este pretexto, os Estados Unidos invadiram o Iraque a 19 de Mar�o de 2003. Dia 5 de Junho 2003 restabeleciam as vendas do petr�leo iraquiano em d�lares. [13] O Ir�o Com o Ir�o, os Estados est�o em conflito desde 1979, quando perderam influ�ncia sobre a sua produ��o de petr�leo. Segundo os Estados Unidos, o Ir�o � um pa�s de fundamentalistas perigosos. A posi��o geogr�fica do Ir�o, entre o Mar C�spio e o Oceano �ndico, complicava as ambi��es dos Estados Unidos quanto � explora��o das ricas reservas de g�s e de petr�leo da margem leste do Mar C�spio. Para transportar este g�s e este petr�leo com destino aos mercados mundiais, sem passar pela R�ssia ou o Ir�o, deviam ser constru�dos pipelines atrav�s do Afeganist�o. Isto resultou em v�rios conflitos de interesse com o Ir�o. George W. Bush ia usar a presen�a de Osama bin Laden como pretexto para come�ar uma guerra contra o Afeganist�o. [14] Em 1999 o Ir�o anunciava publicamente que estava igualmente pronto a aceitar euros pelo seu petr�leo. O Ir�o vende 30% do seu petr�leo � Europa, o resto sobretudo � �ndia e � China, e nem uma gota aos Estados Unidos ap�s o embargo que os pr�prios Estados Unidos estabeleceram. Apesar das amea�as de Bush, que mencionava o pa�s no seu famoso "eixo do mal", o Ir�o come�ou a vender petr�leo em euros a partir da primavera de 2003. A seguir o Ir�o queria tamb�m estabelecer a sua pr�pria bolsa de petr�leo, independente do IPE e do NYMEX. Ela devia abrir as portas a 20 de Mar�o de 2006. Tendo em conta a fraqueza do d�lar nesta �poca, um �xito desta bolsa conduziria ao desastre do d�lar e portanto dos Estados Unidos. No princ�pio de 2006 as tens�es cresceram seriamente. Finalmente, a abertura da bolsa foi retardada. Rapidamente, o presidente Putine abriu ent�o uma bolsa na R�ssia, o que fazia com que esta bolsa iraniana perdesse interesse. [15] Os Estados Unidos acusam o Ir�o de pretender fabricar bombas nucleares. Isto n�o � novo. O Ir�o e outros pa�ses �rabes sentem-se efectivamente amea�ados pelo arsenal nuclear de Israel, que n�o � membro do Tratado de N�o Prolifera��o. Em 1981 Israel havia bombardeado a central nuclear quase pronta de Osirak, no Iraque. Desde ent�o, v�rios pa�ses �rabes pensam em munir-se de armas nucleares para contrapor-se � amea�a israelense. [16] Pode parecer estranho que um pa�s dispondo de petr�leo queira energia nuclear. O Ir�o exporta petr�leo bruto, mas importa produtos petrol�feros refinados. Estes s�o necess�rios para a ilumina��o, o aquecimento, o transporte e a ind�stria da sua popula��o em crescimento. Para muitos iranianos, o pre�o real destes produtos seria demasiado elevado. � por isso que s�o vendidos barato, com perdas para o Tesouro iraniano. A passagem � electricidade deve proporcionar energia a todo o pa�s a um pre�o comport�vel. O Ir�o tem necessidade dos rendimentos destas exporta��es de petr�leo a fim de financiar as importa��es dos muitos outros produtos de que o pa�s tem necessidade. As centrais iranianas parecem um alvo privilegiado para os seus advers�rios. Se elas fossem destru�das, o Ir�o deveria consumir seu petr�leo ao inv�s de export�-lo em euros. Ultimamente, o respons�vel da AIEA, El Baradei, advertiu estes advers�rios para n�o atacareem as centrais iranianas. [17] Hoje, tomando o Ir�o como pretexto e como teste, foi tramado um golpe duplo. Juntamente com os outros pa�ses dotados de armas nucleares, mais a Alemanha e o Jap�o, os Estados Unidos querem apossar-se do mercado mundial dos combust�veis para centrais nucleares. Com este plano, a procura de d�lares seria assegurada por um longo per�odo, mesmo para al�m do ninho do petr�leo. [18] A R�ssia Desde 2006 a R�ssia tamb�m virou as costas ao d�lar. [19] Ao vender o excedente de d�lares aos bancos centrais, o presidente Putine teve o cuidado de que isto n�o tivesse consequ�ncias sobre o curso do d�lar. Entretanto, a base para procura mundial de d�lares diminuiu bastante. Os Estados Unidos t�m necessidade da R�ssia para o assalto ao mercados dos combust�veis nucleares, portanto as repres�lias parecem pouco prov�veis. 6. Como se roubam reservas de petr�leo? Ainda h� um outro aspecto quanto ao abuso do d�lar. Durante as manifesta��es contra a invas�o do Iraque pelos Estados Unidos, a maior parte dos manifestantes compreendia que n�o se tratava de armas de destrui��o em massa. O Iraque tem a segunda maior reserva de petr�leo do mundo. Os manifestantes percebiam que os Estados Unidos estavam em busca do petr�leo iraquiano. � verdade, mas como se podem roubar reservas de petr�leo que se encontram debaixo da terra e s�o t�o gigantesca que n�o se pode lev�-las? Faz-se isso com a moeda. Ao impor que este petr�leo n�o fosse vendido sen�o em d�lares, os Estados Unidos tornaram-se de uma penada seus propriet�rios. Os Estados Unidos s�o os �nicos que t�m o direito de imprimir d�lares e poder�o dispor deles livremente a qualquer momento. Os outros pa�ses que quiserem comprar petr�leo do Iraque devem primeiro comprar d�lares. De facto, � neste exacto momento que eles o pagam aos Estados Unidos. Os d�lares que compram s�o direitos para receberem uma certa quantidade de petr�leo (como no Ikea quando se compra um m�vel: primeiro paga-se na caixa e recebe-se um documento, com este papel pode-se busc�-lo na porta de mercadorias atr�s da loja). Os d�lares portanto s�o documentos para petr�leo. E como todo o mundo tem sempre necessidade de petr�leo, todo o mundo quer destes documentos. A passagem ao euro de Saddam Hussein, no princ�pio de Novembro de 2000, n�o era portanto apenas um ataque ao curso do d�lar, mas implicava igualmente que os Estados Unidos n�o mais poderiam dispor livremente da segunda maior reserva de petr�leo mundial. Os Estados Unidos deveriam comprar euros para delas dispor. Desde o restabelecimento da venda em d�lares do petr�leo iraquiano, a 5 de Junho de 2003 [20] , os Estados Unidos t�m novamente, pelo menos financeiramente, a livre disposi��o do petr�leo iraquiano. Mas ainda � preciso homens de palha � frente do pa�s e impedir que o com�rcio do petr�leo iraquiano n�o vire outra vez as costas para o d�lar. Isto � mais f�cil de dizer do que de fazer. A economia do d�lar A economia do d�lar n�o se limita �s fronteiras dos Estados Unidos. N�o h� apenas as reservas de petr�leo etiquetadas em d�lares a dela fazer parte. Igualmente as empresas, bancos e investimentos pagos em d�lares dela participam, pouco importa onde se encontrem. S�o como ilhotas da economia do d�lar. Os benef�cios e dividendos retornam aos seus propriet�rios. Ali�s, o valor destes investimentos � influenciado pelo curso da troca do d�lar. Os vendedores de petr�leo, que vendem em d�lares, s�o actores na economia do d�lar e comportam-se geralmente como perfeitos representantes dos interesses dos Estados Unidos. Consideram do seu pr�prio interesse. 7. Euro versus d�lar O euro est� cotado desde Janeiro de 1993. Em Junho de 2005 o curso era o mesmo do momento da sua introdu��o: US$ 1,22. A nova moeda j� experimentou flutua��es m�ltiplas durante a sua curta vida. A partir de 1998 o euro afundava-se cada vez mais, at� que Saddam Hussein passe ao euro. Apesar de o com�rcio de petr�leo iraquiano ter sido restabelecido em d�lares em Junho de 2003, o avan�o do euro continuava. O Ir�o havia come�ado a vender o seu petr�leo em euros. . O euro tornou-se uma pequena moeda mundial. Entre Julho de 2004 e Julho de 2005, a parte do d�lar no com�rcio mundial desceu de 70% para 64%. Um pouco menos destes 64% referem-se � parte dos Estados Unidos no com�rcio mundial. Mas se o euro quiser tornar-se t�o importante quanto o d�lar, ainda tem muito caminho a percorrer. Euro: mesmas desvantagens que o d�lar Em princ�pio, o euro apresenta os mesmos riscos do d�lar. Enquanto houver um motor permanente para uma procura de euros, como por exemplo vendas de petr�leo em euros, a zona euro poderia fazer d�vidas e deix�-las crescer infindavelmente. Para evitar d�vidas, a zona euro deveria guardar nos seus cofres uma quantidade equivalente em moedas estrangeiras no valor dos euros fora da Europa. Por que o faria? O truque da prestidigita��o do cr�dito sem fim funciona sem problemas para os Estados Unidos j� h� mais de 30 anos! Se os pa�ses produtores de petr�leo venderem seus �leo em duas ou tr�s divisas diferentes, como foi encarado, isto significa somente que os tr�s pa�ses em causa poder�o fazer o mesmo truque de prestidigita��o que os Estados Unidos. A longo prazo isto multiplicaria os problemas por tr�s. A �nica solu��o para isto seria que os pa�ses produtores de petr�leo aceitassem todas as divisas existentes no mercado. Teer�o j� considerou aceitar mais do que uma �nica moeda. Passo a passo. 8. C�lulas cancer�genas verdes O facto de os Estados n�o n�o deixarem sen�o crescer a sua "d�vida externa" e de chegarem at� a utilizar a for�a militar para prolongar esta explora��o faz com que n�o se possa mais falar de uma d�vida externa normal, tal como aquela que se conhece no com�rcio internacional entre os demais pa�ses do mundo. No que se refere aos Estados Unidos, pode-se falar de roubo. Tamb�m se pode falar at� mesmo de burla ou de taxa imperial que os Estados Unidos imp�em aos utilizadores estrangeiros do d�lar. Mas h� mais. Cada bilhete de d�lar � um reconhecimento de d�vida dos Estados Unidos, uma promessa de que entregar�o alguma coisa em troca. Pela quantidade enorme destes reconhecimentos de d�vida postos em circula��o, os Estados Unidos n�o est�o mais em condi��es de reembolsar as suas d�vidas desde h� muito tempo. Est�o em fal�ncia. A obriga��o de pagar o g�s e o petr�leo em d�lares mant�m uma procura permanente. O curso do d�lar � entretanto mantido de modo artificial, como atrav�s do armazenamento dos d�lares nos bancos centrais da China, do Jap�o, de Formosa e de outros pa�ses. Como isto significa um empobrecimento da popula��o destes pa�ses e como os Estados Unidos fazem crescer a sua d�vida externa cada vez mais r�pido, chegar� um momento em que estes bancos centrais ter�o de parar de armazen�-los. A quest�o portanto n�o � de que o d�lar dever� cair, e sim de QUANDO cair�. Como o mundo est� enganado com a aparente boa sa�de do curso de c�mbio, muitos operadores do com�rcio mundial ainda aceitam estes bilhetes que se aninham em todas as economias do mundo como c�lulas cancerosas. A quest�o � incontorn�vel. Todas as economias infectadas ser�o arrastadas no dia em que a procura de d�lares cair e o imp�rio dos Estados Unidos so�obrar. 06/Mar�o/2007 [1] Exceptuadas as importa��es de petr�leo provenientes do Iraque entre 6 de Novembro de 2000 e 5 de Junho de 2003, do Ir�o desde a Primavera de 2003 e da R�ssia desde 8 de Junho de 2006. [2] "Imprimir d�lares" � um modo de falar. A maior parte dos d�lares n�o existe sen�o como cifras em contas banc�rias. [3] Balan�os Import-Export 1960- 2002 [4] D�fice commercial 2004 [5] Pays 2004 NOTA : grandes diff�rences entre chiffres des E-U et de la Chine pour importations US! (p. 9) [6] Washington Post [7] Epoch Times [8] International Herald Tribune [9] Petr�leo iraquiano em euros [10] Advert�ncia do Fundo Monet�rio Internacional de que o d�lar corre o risco de entrar em colapso [11] Downing Street Memo [12] Cheney [13] How can the dollar collapse in Iran? (Ver : Irak) [14] Pipelines vers le 11 septembre [15] An�ncio RTS ; Acc�l�ration RTS & Ouverture RTS [16] Attaque isra�lienne contre centrale nucl�aire irannienne en 1981 , Avertissement ElBaradei [17] ElBaradei [18] Hold-up sur le march� des combustibles nucl�aires & artigo completo em ingl�s: Raid on Nuclear Fuel Market [19] Financial Times, 5 de Junho de 2003 [20] RTS opening [NR1] Continua a haver transnacionais de petr�leo a operarem na Venezuela, al�m da empresa estatal PDVSA (nota de resistir.info). [*] Analista econ�mico, holand�s, rudoderuijter@wanadoo.nl O original encontra-se em http://www.europe2020.org/spip.php?article402〈=fr . Tradu��o de JF. 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