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Subject: O que também está em causa neste referendo | |
Author: Jorge Nascimento Fernandes |
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Date Posted: 3/02/07 18:08:46 In reply to: José Pacheco Pereira 's message, "A vida e a "vida"" on 1/02/07 18:25:57 O que também está em causa neste referendo Pacheco Pereira vota neste seu texto ao tema do referendo à IVG. Muito melhor que o anterior, esclarece alguns conceitos que são importantes. O texto anterior tinha sido por mim criticado, por apesar de parecer ser pelo”sim” lavava daí as mão como Pilatos, distribuindo as culpas do radicalismo pelos dois lados, esquecendo-se que foi o “não” quem neste momento perdeu todas as estribeiras argumentativas. Por outro lado, referia-se ao problema do aborto como um tema exclusivamente da mulher, o que não deixa de ser verdade, e que não mereceria neste momento qualquer debate público. Alguns amigos criticaram as minhas afirmações, dizendo que eu estava a ser injusto para um votante do “sim”. É interessante que neste novo texto pega de caras naquilo que quanto a mim também está em causa neste referendo. Ou seja, um confronto, entre as posições reaccionárias e retrógradas da Igreja Católica, que neste pleito se comporta como sempre agiu, ao serviço dos valores conservadores e das camadas mais reaccionárias da sociedade portuguesa, no fundo como o velho catolicismo que foi o esteio da sociedade salazarista, e os valores inspirados pelas Luzes e pela Revolução Francesa, no fundo da defesa do Estado laico e liberal. É por este último aspecto que tantos ideólogos portugueses neo-conservadores, como Vasco Rato, Helena Matos ou Pacheco Pereira apoiam o “sim”. Mas, temos que reconhecer que esta desmontagem, bastante bem feita dos conceitos ideológicos que estão por trás de cada uma das posições, vem um pouco ao arrepio do que foi defendido no texto anterior sobre a interiorização do problema do aborto. Considero que no referendo do dia 11 não está só em causa a pergunta formulada, e os defensores do “sim”, com muita perseverança, que já foi considerada “light” por Marcelo Rebelo de Sousa, têm tentado a isso se cingir, está também o confronto entre dois tipos de ideologia: a da velha ordem ideológica do catolicismo ultramontano e o Portugal que se quer moderno. É evidente que, no seu desejo de encontrar pontos comuns entre os moderados do “sim” e os cristãos, descobre na defesa da pessoa humana, entendida como entidade laica e não metafísica, a possível ponte, ao centro, entre os agora desavindos conservadores católicos e os neo-liberais conservadores. [ Next Thread | Previous Thread | Next Message | Previous Message ] |