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Subject: Re: O senhor perigo


Author:
jovem atento
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Date Posted: 10/12/06 20:42:20
In reply to: Pedro Lomba 's message, "O senhor perigo" on 10/12/06 20:41:09

"Mas parece haver ainda outro motivo: Hugo Chávez. O Presidente da Venezuela tem sido ele mesmo um incentivo à moderação de partidos de esquerda nos países da América Latina. O radicalismo alheio também pode ser uma fonte de aprendizagem. Primeiro, Chávez tem pretensões em se assumir como um líder regional, esquecendo que os Estados sul-americanos não apreciam que outros se intrometam nas suas opções internas. Segundo, o populismo chavista descende directamente de outros populismos de má memória da região: Perón na Argentina, Cardenas no México ou Vargas no Brasil (o cientista político Jorge Casteñeda chama a Chávez um Perón com petróleo)."

Bom, lendo este parágrafo fica-se com a ideia que o movimento político de esquerda, na década de 90, antes de Chavez chegar ao poder (em 1998), era um movimento radical e que, assim que este chegou com as suas primeiras politicas, esses mesmos movimentos começaram a alterar-se. Não sei como classificar esta análise política...mas a verdade é que está a acontecer exactamente o oposto. Muitos países têm-se libertado dos paridos tradicionais e vão emergindo novas personagens e novos movimentos com práticas e políticas alheias aos partidos que têm consentido e realizado políticas que tem levado à miséria milhões de pessoas na América Latina.

"Apesar de líderes populistas como Chávez, Morales ou Obrador, as esquerdas sul-americanas não querem repetir a experiência. A circunstância de Chávez ser eleito, como voltou agora a suceder, não consola ninguém. Uma democracia precisa de democratas. O único propósito de Chávez tem sido criar uma sociedade inteiramente dependente do seu autoritarismo manipulador."

O conceito de populista é um conceito muito interessante, sobretudo usado por certas e determinadas pessoas. O que é o populismo para si? É cumprir com o que se prometeu? É governar para a esmagadora maioria do POVO? Até percebo, que, na visão política que você tem do mundo, inclua nessa categoria o Hugo Chávez e o Evo Morales. Mas o Obrador???? Por favor, uma candidatura que foi completamente roubada, em que o resultado que os separa não é mais que 0,5%, em que os 10% da recontagem que o tribunal mandou fazer acabou por confirmar que havia coisas muitos estranhas, votos que desapareceram, actas que estavam erradas, etc, mesmo assim, o tribunal não aceitou uma recontagem global. Queria que o Lopes Obrador fizesse o quê? Que cruzasse os braços e fosse passar férias a Miami? É comparar o sistema eleitoral do México com o da Venezuela, e mais não preciso dizer…


Quando ao autoritarismo manipulador…
Tendo em conta a linha ideológica de que o Pedro Lomba é adepto, percebo que “vocês” andem muito preocupados em tentar catalogar os Hugos Chavez que vão aparecendo. Mas não o podem chamar de "ditador", uma vez que venceu quase uma dezena de eleições desde 1998 (o que faz dele o líder mais vezes confirmado, nas urnas, do mundo).
Então, andam a ver como vão dar a volta ao assunto: agora passou a autoritário... mas muito mais autoritário é o nosso primeiro-ministro (Sócrates), que não liga a nenhuma manifestação, por maior que elas sejam, e tudo isso baseado em 40 e poucos %. Mas como está a fazer a politica que o Pedro Lomba gosta, já passa a ser um visionário e um grande democrata.

Todos os observadores internacionais deram (mais uma vez) por confirmado que o acto eleitoral na Venezuela decorreu dentro de todos os parâmetros legais. Votaram mais de 75% dos eleitores (qual é a % nos EUA, em Portugal, etc?), formando respeitosamente filas, à espera da sua vez de votar. O sistema eleitoral, segundo muitos observadores, é um dos, se não mesmo, o mais moderno do mundo, ultrapassando o dos EUA, que cria sempre imensos problemas e possibilidades de fraude (relembre-se as eleições onde Bush tem participado, e os problemas que têm havido).

Aliás, até vários observadores (dos EUA e da Europa) que lá estiveram ficaram surpreendidos com as liberdades: de opiniões, de organização, de informação existentes: 4 canais de TV privados, dia e noite, anti-chavez, excluindo rádios e jornais.
E porquê esta supresa? Porque, por cá, certa comunicação social e certos fazedores de opinião têm passado os últimos anos a dizer as maiores barbaridades (mistura de mentiras descaradas, com uma grande dose de preconceito e uma grande falta estudo da situação) sobre o processo político venezuelano.

"O socialismo do século XXI não é diferente do socialismo do século XX: uma economia estatizada e monolítica assente na corrupção e obediência do povo."

Neste momento, na Venezuela, o sistema político pode ser considerado, de grosso modo, por uma social-democracia, que se poderia equiparar com algumas do norte da Europa. Sublinhe-se, a disparidade no nível de desenvolvimento, entre a Venezuela e os países europeus.

O que eles dizem é que, na Venezuela, se está a tentar criar um estado socialista do séc. XXI. Até agora, tem passado por uma economia basicamente privada, salpicada aqui e ali, por algumas empresas pertencentes ao Estado. De tal modo que são os responsáveis pela FORD na Venezuela, pela indústria dos medicamentos e de outras grandes empresas capitalistas (privadas), que perante o continuado crescimento económico (10% em 2006) dos últimos anos e devido às políticas de maior e melhor distribuição da riqueza na Venezuela, nunca tinham vendido tanto como até agora. Dizia um deles, que deviam eles próprios serem chavistas porque tem sido bom para eles, mas que lhes faz confusão só de considerar essa possibilidade.

Quanto à tão famosa corrupção: não é o que tem havido desde sempre na América Latina? Sobretudo com os partidos tradicionais no poder que criaram teias de corrupção difíceis de destruir. Não vai ser nada fácil ultrapassar isso. Aliás, um dos lemas da campanha de Chavez , agora em 2006, é lutar contra a corrupção e a burocracia (portanto, é o admitir que ambas existem). Aliás, não fui eu, mas sim o Nuno Rogeiro (esse perigoso Socialista) que afirmou, em 2004, na altura do referendo ao Chavez (mas na Venezuela podem fazer referendos a meio do mandato para destituir qualquer eleito político!? que autocracia! vergonhoso mesmo!) que a emergência de Chavez no contexto político Venezuelano muito se deve ao estado a que chegaram as instituições venezuelanas, banhadas em profunda corrupção pelos partidos tradicionais (que eram dois, AD e COPEI, o equivalente ao PS e ao PSD de cá).
Também podemos afirmar que a nível de corrupção, a Républica Marxista-Leninista Portuguesa parece estar muito bem classificada na Europa.


"Chávez controla o petróleo, o Estado, a educação, a administração pública, as forças armadas e por aí fora. Tem um estentóreo desprezo pelas instituições e convenções democráticas. Sabe que na dependência as pessoas não têm outro remédio que não seja obedecer. E precisa de diabolizar os Estados Unidos para poder aparecer sempre aos venezuelanos como um salvador."

Chavez teria a razão de seu lado ao controlar isso tudo se fosse... presidente do país (que tem um sistema presidencialista) apoiado por 62% (equivalente a mais de 7 milhões de votos), mas como é um golpista, um autoritário e anti-democrata, percebo a clareza da crítica!

Até porque antes do Chavez “controlar” o Petróleo, o Povo "feio, sujo, mau e ignorante" tinha médicos nas suas "favelas", tinha direito a educação gratuita nos variados níveis, tinha direito a preços baixos nos produtos alimentares básicos, a uma melhor habitação, a sérios aumentos salariais e a muitos mais programas específicos. Só que o autocrata e populista Chavez chegou ao poder e roubou o Petróleo para ele, e o Povo ficou sem essas coisas todas.

E de que convenções democráticas estamos a falar? As da NATO? Ou é mais uma boca lançada para ver se pega?

Obedecer? Eu a pensar que o voto era secreto... afinal não, o sistema eleitoral na Venezuela é feito pelos militares que, em pares, vão de porta a porta, apontam a espingarda às pessoas e perguntam em quem querem votar, depois o outro militar escreve no boletim o voto certo. Vendo pelos resultados das eleições, os 4 milhões que não votaram Chavez devem ser pessoas muito corajosas para enfrentar tal sistema eleitoral.

Diabolizar os EUA? Não vejo porque...os EUA apenas organizaram um golpe de Estado (o primeiro na América Latina já em pleno século XXI), apoiaram o Lock-Out Petrolifero fazendo a economia recurar com prejuizos graves para o próprio povo, associaram publicamente o Chavez a Hitler, ameaçaram várias vezes e de varias maneiras a Venezuela, criaram recentemente um órgão novo para espionagem: CUBA-VENEZUELA... não sei por que é que o Chavez teima em diabolizar a administração BUSH.

Mas ainda bem que no seu texto nos revela a fórmula mágica para se ganhar eleições...diabolizar os EUA e pronto, ganha-se eleições! É caso para se dizer: Fantástico MIKE!

"No Equador, o vencedor das últimas eleições, Rafael Correia, pertence a uma esquerda cristã moderada; e na Nicarágua até a estrela de outras épocas, Daniel Ortega, não exclui um acordo comercial com os Estados Unidos, além de ter chegado ao poder em aliança com os liberais. Não é na Europa que precisamos de uma esquerda moderna, é na América Latina. Hugo Chávez tem ajudado."

Mas quem é que exclui acordos económicos com os EUA? Para onde vai grande parte do petróleo Venezuelano? Não é para os EUA?


Parece-me muito mal informado sobre o Rafael Correa (aliás o mesmo podemos dizer sobre a Venezuela). Se a direita no Equador sabe que o Sr. disse o que disse sobre o Correa, ainda o acusam de comunista. Veja lá, tenha cuidado. Rafael Correa é católico, é verdade. Também Chavez o é.

Segundo Rafael Correa, não vai assinar a renovação da base dos EUA em Manta. Não vai assinar o acordo TLC(Tratado de Livre Comércio) com os EUA. Vai aumentar os impostos às petrolíferas (como a Venezuela e a Bolívia fizeram), vai fazer melhor distribuição da riqueza pelos pobres e vai convocar uma nova constituição para o país (exactamente o mesmo que fizeram Hugo e Evo). Apresentou-se na campanha contra os partidos políticos (é mais um outsider do sistema tradicional), chamando-os de corruptos e culpando-os do atraso e da miséria que reina no país, e mostrou-se contra o sistema neoliberal.

Segundo a sua definição, Rafael Correa transpira por todos os poros populismo.

Obviamente, nenhum deles é uma cópia do outro, cada um tem as suas particularidades, mas todos convergem numa linha progressista, anti-neoliberal e de unidade na América latina.

Isto de mestiços e índios andarem a ser eleitos para presidentes, dá uma dor de cabeça às elites brancas desses países...ui se dá!

O Sr. Perigo para o Mundo...é o Sr. Bush (eu diria mais a sua administração, os NEOCONS), como se tem provado e parece que o Povo Americano já começa a aperceber-se do mesmo. Aliás, bem apelidado pelo Hugo Chavez por "MR.Danger".

O perigo começa também a aparecer em coisas "pouco" importantes, como é a votação da revista TIME para a personalidade do ano. Há uma semana atrás, Chavez estava nesta votação com 4% (contra os mais de 30% do primeiro lugar), bem longe dos outros candidatos, e, em apenas uma semana, saltou para o 1º lugar: http://www.time.com/time/personoftheyear/2006/walkup . E não me venha dizer que são os 7 milhões de venezuelanos, que (na grande maioria) são pobres, que estão nas suas "favelas" de portátil na mão com ligação em banda larga, a votar no Chavez. A revolução na Venezuela já fez muito, mas calma lá!

Mas, no seu ponto de vista, eu até percebo porque é que Hugo Chavez é um PERIGO...nós os dois sabemos porquê, mas também sabemos que apenas é um perigo para quem tem andado a viver às custas da exploração e da pobreza de milhões de seres humanos.

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Subject Author Date
Re: O senhor perigomuito bem!12/12/06 15:39:20
Re: O senhor perigoIA12/12/06 15:54:32


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