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Date Posted: 11:22:10 06/21/07 Thu
Author: Rosileide Ferreira Brito (Comp.Lit.Trad.e Contemporânea)
Subject: Boa tarde

A literatura é um sistema no qual interagem autor, obra e público. A literatura foi sempre um sistema de troca intertextual. O texto permite ao leitor transitar livremente entre os universos do mundo escrito e o não-escrito.
A produção literária contemporânea revela-se cada vez mais, com a tradicional.
O objetivo do presente trabalho é mostrar como a literatura brasileira contemporânea vem assimilando essa tendência da produção literária tradicional. Para tanto, será comparado uma obra contemporânea da literatura brasileira, qual seja, "Amor de Capitu" de Fernando Sabino que estabelece relação com a obra de Machadfo de Assis "Dom Casmurro".
Levando-se em conta a estruturação da narrativa, em Dom Casmurro, temos o narrador em primeira pessoa, é Bento Santiago, o Bentinho, quem narra a sua história com Capitu.
No capítulo II, ao explicar os motivos que levaram para escrever o livro, Dom Casmurro diz:
"Vivo só, com um criado.A casa em que moro é própria: fi-la construir de propósito, levado de um desejo tão particular que me vexa imprimi-lo, mas vá-la, uma dia, há bastantes anos, lembrou-me reproduzir no Engenho Novo a casa em que me criei na antiga Rua de Matacavalos, dando-lhe o mesmo aspecto e econômia daquela outra, que desapareceu (...).
N a tentativa de recompor seu passado construindo a casa da adolescência para reconstruir sua própria identidade.
Antes de ser uma narrativa sobre sua vida a intenção de Bentinho é provar o adultério de sua mulher, Capitu, com seu amigo Escobar. De modo que, usa a narração e atravéz dela quer construir o suporte de sua acusação.
Fernando Sabino realiza uma experiência, ao recriar Dom Casmurro. Amor de Capitu constrói-se como uma repetição do romance de Machado de Assis, omitindo as partes que são comentários do narrador sobre si mesmo. Na obra de Sabino, o foco narrativo foi alterado para a terceira pessoa, os capítulos iniciais de Amor de Capitu são suprimidos porque não há, em princípio, um Dom Casmurro explicando o porquê do título do livro.
Com a mudança no foco narrativo a obra de Sabino omite dados e inicia com a cena em que, escondido atrás da porta, Bentinho ouve uma conversa de sua mãe e o José Dias agregado da família.
"Quando Bento Santiago ia entrando na sala de visita, ao ouvir José Dias falar seu nome, esconde-se atrás da ports. A casa era a da Rua Matacavalos, o mês de novembro, o ano de 1857. pág 11.
A obra de Fernando Sabino centra a narrativa na história de Capitu e Bentinho, partindo do princípio da óbvia infidelidade da personagem de Capitu. N o final do livro o autor deixa claro o motivo de escrever a obra:
"Procurei reviver os acontecimentos do livro a partir do mesmo ângulo do narrador original, com os mesmos elementos prosódicos, sem a interveniência de interpretações pessoais posteriores, muitas vezes deformadas pelo tempo decorrido. A narração em si obedece o entrecho do romance,mas sem as características de linguagem pessoal usada pelo personagem central, embora continue a ação a decorrer praticamente do seu ponto de vista". pg 232.
Percebe-se que Fernando Sabino cria na verdade uma narração na perspectiva de Bento Santiago, pois a personagem Capitu aparece sem voz, a sua história continua sendo contada sob a perspectiva de Bentinho, o seu marido. As cenas são descritas sempre do ponto de vista do Bentinho.Isso fica claro nas duas obras tanto em Machado de Assis em Fernando Sabino.

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