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| Subject: Re: Tratamento de choque para eurocentricos | |
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Author: Guilherme da Fonseca-Statter |
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Date Posted: 14/07/08 14:53:48 In reply to: Fernando Penim Redondo 's message, "Tratamento de choque para eurocentricos" on 14/07/08 12:43:32 Não sei se rir ou se "suspirar" de desalento... Uma coisa são artigos de jornal, outra coisa são ensaios de análise sociológica ou económica. Alguns pontos repescados ao acaso... "Como Marx desejava" Marx não desejava nem deixava de desejar. Marx analisava! "Capitalismo comunista" Mais uma categoria analítica que o autor pouco se incomoda a clarificar. Deve ser uma táctica do estilo "todos ao molho e fé em Deus"... Todos, os conceitos, claro. Estas "conversas de mesa de café" pomposamente convertidas em "artigos de opinião" (publicar é preciso... "publish or perish" dizem eles...) passam paulatinamente por de cima de coisas como "o crescimento de uns não quer dizer a decadência de outros" ou que "a economia mundial não é um jogo de soma zero"... Depois falam de "eurocentrismo" com - pelo vistos - uma razoável distorção do significado daquela expressão. Ignoram, por exemplo, que eurocentrismo é sobretudo a ideia de que as ideias supostamente originadas na Europa ganharam valor universal. A Constituição do Japão, por exemplo, foi elaborada a partir do modelo alemão. O "sistema comunista" a que as autoridades chinesas continuam a prestar um lip service) é de origem estritamente europeia. Mesmo a ideia do "chinese outlook on scientific socialism", propalada diariamente pela CCTV, socorre-se naturalmente da ideia de ciência desenvolvida na Europa por Galileu e quejandos... E, na sua pesporrência jornalística vão propalando a ideia de que eurocentrismo é uma suposta "maior dimensão económica da Europa" (ou do conjunto da Europa "original" e das "europas do além mar" - os EUA, o Canadá, a Austrália...). A simples constatação, hoje como há 5.000 anos, da maior dimensão demográfica da China e da Índia, devia ser mais do que suficiente para tornar ridícula qualquer asserção de que a Europa iria ser sempre a "maior potência económica" mundial em termos absolutos. Pelos vistos, os "anti-eurocêntricos" (uma categoria mais do que obnóxia e que nem vale a pena definir...), ignoram esta coisa singela: foi o Inglês que chegou à China e à Índia como língua de comércio ou mesmo língua oficial, não foi o mandarim, o cantonês ou o hindi que chegaram à Europa e aí se tornaram "línguas francas". A menos que antevejam um futuro em que, na Europa, tenhamos todos que estudar um desses (muito respeitáveis, diga-se de passagem) idiomas. Não há pachorra... [ Next Thread | Previous Thread | Next Message | Previous Message ] |
| Subject | Author | Date |
| São eles que pagam o milagre económico da China | Francisca Gorjão Henriques (Público, 20.07.2008) | 21/07/08 22:31:17 |