VoyForums
[ Show ]
Support VoyForums
[ Shrink ]
VoyForums Announcement: Programming and providing support for this service has been a labor of love since 1997. We are one of the few services online who values our users' privacy, and have never sold your information. We have even fought hard to defend your privacy in legal cases; however, we've done it with almost no financial support -- paying out of pocket to continue providing the service. Due to the issues imposed on us by advertisers, we also stopped hosting most ads on the forums many years ago. We hope you appreciate our efforts.

Show your support by donating any amount. (Note: We are still technically a for-profit company, so your contribution is not tax-deductible.) PayPal Acct: Feedback:

Donate to VoyForums (PayPal):

Login ] [ Main index ] [ Post a new message ] [ Search | Check update time | Archives: 1234567 ]


[ Next Thread | Previous Thread | Next Message | Previous Message ]

Date Posted: 12:45:45 01/07/04 Wed
Author: Lucia
Subject: Sonhos e riscos da Cúpula Mundial da Sociedade da Informação.

GENEBRA – De um lado, a utopia de um mundo com acesso a todos os benefícios da tecnologia digital. De outro, a dura realidade dos desequilíbrios sociais, econômicos, políticos e culturais que prevalecem em dois terços da humanidade. Esse é o quadro revelado pela Cúpula Mundial sobre a Sociedade da Informação (WSIS, sigla de World Summit for Information Society), cuja declaração final (chamada de Declaração do Milênio) é um documento tocante, que relembra em muitos pontos a Declaração Universal dos Direitos do Homem, atestado de nascimento Organização das Nações Unidas (ONU), em 1945. O evento foi realizado em Genebra de quarta a sexta-feira passadas.

O texto da declaração sintetiza, sem dúvida, as aspirações da maioria dos delegados representantes de 176 países que participaram da Cúpula Mundial promovida pela União Internacional de Telecomunicações (UIT), agência especializada da ONU para esse setor. O documento, aprovado sexta-feira, no entanto, marca apenas o começo de uma grande luta entre visões diferentes do mundo e do progresso social.

Diagnóstico – Para o brasileiro Roberto Blois, vice secretário-geral da UIT, não se pode esperar muitos avanços a curto prazo como resultado direto do encontro que reuniu mais de 10 mil pessoas durante três dias em Genebra, no Palácio das Exposições (Palexpo): “É uma primeira tomada de consciência que as nações fazem, partindo de um diagnóstico mundial e de um conjunto substancial de sugestões que visam à redução dos desníveis e desequilíbrios mundiais do desenvolvimento das tecnologias da informação e da comunicação, conhecidas internacionalmente pela sigla ICTs (de Information and Communications Technologies). É claro que existem pontos controvertidos numa reunião de tanta gente de países tão diferentes. O importante é que o mundo possa debater questões tão relevantes quanto as que ocuparam os painéis e debates desta semana no WSIS.”

Daqui a dois anos, a UIT promoverá a segunda fase da Cúpula Mundial na Tunísia, país que sugeriu em 1998 às Nações Unidas a realização do evento, como primeira ação visando à criação e desenvolvimento de esforços internacionais capazes de reduzir as desigualdades de acesso às tecnologias digitais, tais como o telefone, o computador, a internet, o rádio ou a TV.

Desafio – Logo em sua abertura, o documento aprovado afirma que o grande desafio para as nações “é utilizar todo o potencial das tecnologias da informação e da comunicação para promover as metas de desenvolvimento Declaração do Milênio, em especial a erradicação da extrema pobreza e da fome; garantir a universalização da educação primária; promover a igualdade de poder entre homem e mulher; reduzir a mortalidade infantil; elevar os padrões da saúde das mães; combater a AIDS, a malária e outras doenças; assegurar a sustentabilidade do ambiente; e desenvolver formas de parcerias globais para o desenvolvimento de um um mundo mais pacífico, justo e próspero.”

Em 2004, um ano antes da segunda fase da Cúpula Mundial para a Sociedade da Informação, a ser realizada na Tunísia, o Brasil poderá realizar uma conferência internacional visando avançar nas propostas e sugestões desta fase de Genebra, encerrada anteontem.

Riscos – Uma reunião mundial como esta reproduz claramente a grande confrontação do mundo atual, entre um grupo de países que apóia as medidas liberalizantes e democráticas e outro que se opõe a essas medidas, com todas as ambigüidades intermediárias. A partir de problemas reais e queixas verdadeiras, como os abusos da propaganda nazista e promoção da pedofilia na internet, algumas propostas acabaram revelando a intenção autoritária de alguns governos em controlar e censurar o conteúdo dos meios de comunicação eletrônica, em especial a rede mundial de computadores.

Outros representantes mostraram visão essencialmente estatizante de alguns problemas, como a questão do software livre, como a do sistema operacional Linux, apontado como ferramenta poderosa de inclusão digital, desde que sua adoção compulsória e exclusiva por governos, escolas e empresas estatais. A maioria das entidades representantes da sociedade civil, no entanto, defendeu uma espécie de acordo alternativo, baseado no princípio de que “o acesso à tecnologia da informação deve ser livre para todos.”

Os brasileiros – A delegação brasileira presente em Genebra na Cúpula sobre a Sociedade da Informação era das mais heterogêneas. Dela faziam parte diplomatas graduados como os embaixadores Samuel Pinheiro Guimarães, Carlos da Rocha Paranhos e Seixas Corrêa, do Itamaraty, bem como Luiz Schymura, presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Lá estavam ainda o prefeito do município fluminense de Piraí, Luís Fernando de Souza, e o cacique Marcos Terena. Além deles, dezenas de especialistas e consultores. Mesmo tendo atraído mais de duas dezenas de chefes de Estado e de governo, a Cúpula não chegou a seduzir nem o presidente Lula, em sua volta depois de visitar os países árabes. Nem mesmo seus ministros de Relações Exteriores e de Comunicações, nem qualquer representante do Congresso Nacional. Eles, talvez, não acreditem muito nos benefícios nem na viabilidade dessa sociedade da informação.


Fonte:http://www.estadao.com.br/tecnologia/coluna/ethevaldo/2003/dez/16/171.htm

[ Next Thread | Previous Thread | Next Message | Previous Message ]

Post a message:
This forum requires an account to post.
[ Create Account ]
[ Login ]

Forum timezone: GMT-4
VF Version: 3.00b, ConfDB:
Before posting please read our privacy policy.
VoyForums(tm) is a Free Service from Voyager Info-Systems.
Copyright © 1998-2019 Voyager Info-Systems. All Rights Reserved.